Tudo junto e misturado

A diversidade cultural de Nilópolis

Rio Paisagem Sonora
3 min readMay 24, 2019

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Nilópolis é um município da baixada fluminense repleto de movimentos culturais. O local possui escolas municipais de teatro, circo, dança e também abriga uma das maiores escolas de samba do Rio de Janeiro, a Beija-flor de Nilópolis.

Influenciado pela quadra da Beija-flor, o cenário musical do município é muito rico em samba. Alguns compositores da escola tiveram suas músicas gravadas por grandes artistas nacionais, como exemplo Wilson Bombeiro.

Bombeiro compôs a música “Epitáfio de um sambista” gravada por Leci Brandão, no álbum “Questão de gosto” de 1976. Ele também é autor da música “Ouro e cobre” que deu título ao álbum de 1988 da Alcione.

Outro grande artista da escola de samba é Neguinho da Beija-flor. Neguinho nasceu em Nova Iguaçu e estreou como puxador de samba no bloco Leão de Iguaçu, em 1970. Rejeitado nas alas de compositores de Salgueiro (sua escola preferida na juventude), Império Serrano, Portela e Mangueira, o jovem sambista chamou a atenção de Cabana, compositor dos primórdios da Beija-Flor, que o convidou para se juntar aos músicos da escola.

Apesar de ser reconhecido por puxar os sambas enredo na avenida, ele também é um reconhecido compositor. Além de alguns sambas que foram campeões do carnaval carioca, ele também escreveu músicas como “Ângela” e “O campeão”, música que une duas paixões nacionais, samba e futebol, ela é cantada desde as rodas de sambas mais famosas do Rio até os almoços do domingo em família. As músicas de Neguinho já estiveram no repertório de muitos sambistas e pagodeiros, como o cantor Belo.

Do samba ao Gospel

Nem só de samba vive o cidadão nilopolitano. A Comunidade de Nilópolis é uma banda que se destacou muito no cenário evangélico nacional e internacional. Suas músicas mais antigas já foram regravadas por muitos artistas e fazem sucesso até hoje nas igrejas e shows evangélicos do mundo.

A Comunidade de Nilópolis é liderada pelo bispo Marcus Vinicius que é também seu principal vocalista. O grupo é considerado um dos pioneiros do meio cristão a gravar um disco colocando o público para cantar em primeiro plano. Seu DVD comemorativo, Comunidade de Nilópolis 16 Anos, teve a participação de Baby do Brasil na música “Eu quero é Deus”.

Um lado pouco conhecido da cidade

Em Nilópolis há também bandas independentes, como a “Raízes que tocam” e a “Trash no star”, que foram bastante reconhecidas no município.

A trash no star é uma banda da baixada fluminense que segue a cartilha do underground estadunidense de meados de 80 e início de 90, com riffs de guitarras distorcidas, microfonias, punk e lo-fi.

Já a raízes que tocam surgiu com a proposta de divulgar o reggae de raiz. A banda já dividiu o palco com artistas consagrados pelo público do gênero, como Midnite, S.O.J.A., Ponto de equilíbrio, entre outros.

Bom, se você está afim de fazer um tour cultural pela baixada fluminense ou só curtir a noite por lá, com certeza Nilópolis é parada obrigatória.

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Jornalista em formação, apaixonada por moda, artes e coisas que me fazem rir.