Usando Design Sprint como uma metodologia de trabalho

No fim, não precisa seguir aquele livro à risca

Gabriel Nunes
PALAVRÃO

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Você já deve ter ouvido falar em Design Sprint, a metodologia foi criada pela Google Ventures para testar e aplicar novas ideias em apenas 5 dias. Caso você não tenha ouvido falar ainda, recomendo ler o livro ou algum artigo que encontrar na internet, que explicam como funciona o método.

Também é legal acompanhar os materiais da AJ&Smart, uma agência que só faz projetos usando o Design Sprint, e até criou o Sprint 2.0.

O método promete prototipar e testar uma ideia em apenas 5 dias

A primeira vez que ouvi sobre a metodologia, foi em um evento que fui no começo do ano, onde o Rodrigo Silva, da Meus Pedidos, estava fazendo uma apresentação. Naquela hora já vi que poderia ser algo legal pra implementar em alguns projetos aqui na teken e, no fim, até convidei ele pra vir aqui na teken apresentar a metodologia pra todo mundo. Vou mostrar um pouco sobre como estamos usando essa metodologia em projetos e como a adaptamos para nossa realidade.

Nem tudo são flores

Uma das maiores dúvidas que surgiram pra mim quando entendi como funcionava a metodologia era: "Como diabos eu vou juntar 6 pessoas por 5 dias direto pra entregar um projeto?". Parece super legal, né? Mas na nossa realidade é como se a teken parasse de trabalhar inteira por 5 dias. Impossível.

"O próprio Jake Knapp me falou que a metodologia não precisa ser sempre em 5 dias, ela pode ser adaptável em tempos menores" — Rodrigo Silva

Isso mesmo que você leu. A Meus Pedidos participou de um programa de aceleração do Google e o Rodris perguntou diretamente pro autor do livro sobre isso. A questão é que, a metodologia é feita por várias partes, mas ela pode ser modular no sentido de 1 dia virar 2 horas. Sacou?

E aí, como a gente fez?

A primeira coisa, foi usar o Sprint Board no Trello, criado pelo Pedro Segreto (outra pessoa que é legal acompanhar e que faz bastante sprints), ali dá pra entender melhor como funciona todos os processos e ver detalhadamente o que fazer em cada um. Basicamente é um resumo do que o livro explica.

A partir desse painel, adaptamos quais etapas do Sprint vamos usar para cada projeto e também quanto tempo vamos levar em cada parte. O legal, é que o Sprint possui várias metodologias dentro dele para usarmos: Como Poderíamos, Demonstração Relâmpago, Crazy 8s, Dotmocracy, etc. Vou mostrar um exemplo de como fizemos um projeto recente que deu super certo.

Definindo a nova proposta comercial para a Consis

A Consis já é cliente da teken há algum tempo e já havíamos feito para eles o design de uma proposta comercial, que funcionou muito bem, mas estava apresentando alguns problemas na hora do fechamento.

Resolvemos aplicar algumas técnicas do Sprint para tentar agilizar o processo e entregar algo mais concreto, foram elas:

Objetivo de longo prazo: 10 minutos

Na primeira etapa, fizemos um bate-papo aberto para entender qual era o principal objetivo de uma nova proposta comercial.

Desenhe o mapa: 20 minutos

Essa parte a gente adaptou um pouco. O que fizemos aqui foi montar, usando post-its, qual a estrutura atual da proposta comercial, o que tinha na primeira página, até a última, pra entendermos como ela estava montada.

Como poderíamos: 20 minutos

Mais um bate-papo, para entender quais problemas que o "mapa" continha, e o que precisava ser resolvido. O facilitador ficou responsável por transformar estes problemas em perguntas de Como Poderíamos.

Benchmarking (ou Demonstração relâmpago): 15 minutos

Nessa etapa, analisamos algumas outras propostas comerciais apresentadas pela Consis, para entender o que elas tinham de bom.

Storyboard: 40 minutos

Novamente adaptamos esta etapa. Acabamos fazendo igual o "desenhe o mapa", só que agora já tentando definir como seria a estrutura perfeita para a nova proposta comercial. Além disso, co-criamos alguns wireframes de como poderiam ficar dispostas as informações em cada página.

Prototipação

Decidimos neste caso, que não faríamos um protótipo e testes dentro do Sprint. Como a proposta era algo mais complexo, deixamos para que nossa equipe trabalhasse nisso durante a semana. Mas seguimos a ideia de primeiro fazer um protótipo, para que o cliente aprovasse antes de ir para o design final.

O acerto na hora da criação do design e textos foi muito maior

Realizamos um Design Sprint em uma tarde e os resultados foram perceptíveis, tanto para nós, quanto para o cliente.

A Priscila, responsável pelo design da nova proposta, participou do Sprint e, segunda ela, ele ajudou muito na hora da criação. Os ajustes e alterações da estrutura definida foram poucos, e a aprovação foi muito mais rápida que o normal para um projeto desse porte.

Conclusões

Ter uma metodologia para trabalhar ajuda muito! Aqui na teken começamos a aplicar isso este ano, e é nítida a diferença de aprovação quando o cliente está diretamente ligado com as definições do briefing e da criação em si.

E mais: o Sprint é e deve ser usado como um organismo vivo, que se adapta para cada realidade, vale a pena estudar e entender cada processo e usar da melhor forma para você e sua empresa. :-)

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Gabriel Nunes
PALAVRÃO

dev criativo, fundador dos eventos Codecon e Sh*ft Festival