Sou Paulista e sei o que não quero.

Visão pessoal de um povo conservador.

Sou nascido e criado no interior de São Paulo. Por aqui vivemos mais como ‘caipiras’ do que Paulistas. As vezes, pensamos até que somos mais Mineiros do que Paulistas. Nosso desenvolvimento econômico sempre foi puxado pela agricultura e industria, que até hoje são os motores de nossa economia regional e responsáveis por manterem o comércio em nossas cidades. Logo, se tem industria e agricultura forte, se tem comércio forte também. Nossas cidades foram preparadas para criar mão de obra especificamente para estas áreas, tanto é que gerente de bancos por aqui é tratado como ‘Doutor’.

Esse Caipirismo por vezes acaba trazendo a sensação de que vivemos à parte do estado com maior renda da nação. Dee longe, lembra o estado que trás em suas raiz as mudanças em nosso Pais. Já faz tempo que não há café com leite por essas ‘bandas’. Talvez, por conta desse caipirismo a revolução de 1932 não é muito conhecida e glorificada em São Paulo quanto é a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul. Tudo bem que foram propósitos diferentes, mas de qualquer forma, ambas convocaram seus cidadãos às armas. Paulistas às Armas!.

Esse caipirismo também deixa uma sensação de que São Paulo é dividido em 2 regiões: O Interior e a Capital. Essa percepção acaba por criar um conservadorismo imenso nos cidadãos, tanto nos caipiras, quanto nos metropolitanos. Ao meu ver, essa divisão não permite que coisas nova sejam criadas, não há quebrança de paradigma, de politica, de cultura, de poder por falta de união. Essa divisão é a grande causadora do nosso colapso social e politico. Talvez por ela pensamos que os metropolitanos são mais cultos ou inteligentes que os caipiras e que estes sejam criados a “leite de pêra”.

Nosso conservadorismo não nos permite mudar rumos, nossas politicas, nossas pessoas. Nos faz sempre pedir a mesma pizza. Incide diretamente em nosso jeito de viver e em nossa forma de escolher nossos lideres e consequentemente, nosso futuro. Um sindicalista que na capital pode ser visto como líder, no interior ele é corrupto, um policial na capital é assassino, no interior é herói, um politico na capital pode ser um cara que rouba mas faz, no interior ele é só mais um politico, afinal as eleiçoes são de 2 em 2 anos né (Ouço isso por aqui…).

O Estado de São Paulo está a mais de 20 anos sob a mesma gestão, sempre com sua politica conservadora e muitas vezes ineficiente. Para um estado que possui um PIB maior que o de um Pais europeu, estamos evoluindo socialmente muito devagar, e o pior, o interior caipira não notou isso.

Somente a alguns anos atrás o governo paulista passou a investir mais efetivamente no interior, tirando um pouco a cara de quintal do estado. Digo quintal pois é sempre onde se tem uma hortinha e uma furadeira de bancada. Somente recentemente o interior Paulista passou a receber novas Faculdades com cursos em diversas áreas, novas industrias, complexos tecnológicos e etc. Contudo ao meu ver , chegou tarde.

Hora bolas, de que adianta construir alguma edificação em seu quintal se o alicerce é ruim? Vejo a politica de investimento no interior como o alicerce de uma construção que pode se tornar grande o suficiente para fazer que a Capital fique sendo apenas uma faxada de uma casa. Não adianta querer investir no interior só por que a capital ficou cara demais para as grandes empresas. Não adianta cobrar dos caipiras mão-de-obra especializada se essa nunca foi se quer lhes apresentada.

Erramos demais nesses “20 e tantos” anos. Jamais poderemos esquecer as escolas de latas, a progressão continuada, a criação do analfabeto funcional, as greves anuais dos docentes públicos, as alianças politicas que se meta-formam a cada 4 anos, as licitações fraudulentas, as cartas assinadas em cartório que não possuem valor (No interior a garantia é dada pelo fio de barba hein Sr. Serra), o fascismo encrostado no poder publico (Heródoto barbeiro que o diga), o confronto das Policias civil e Militar, os 20 centavos do MPL (Movimento Passe-Livre), os atentados promovidos pelo PCC, a administração dos contratos das concessionárias que cuidam de nossas rodovias (digo isso pois sou a favor da privatização, só que bem feita) e etc.

É necessário mudar!

Uma união desses dois estados co-existente é fundamental para a mudança de todos e para todos, assim teríamos uma democracia. Temos que mudar para podermos medir o que de fato foi bom e o que precisa melhorar. O comodismo e conservadorismo Paulista chegou ao seu limite. Necessitamos de uma reestruturação do povo, de uma reforma social, de quebras de paradigma, de união. Temos que ter mais orgulho em ser Paulista do que em ser Caipira ou metropolitano e para esse orgulho ser fomentado precisamos nos sentirmos como Paulista e começarmos a escolher de fato nosso futuro.

Outubro está chegando. É hora de mudar. Paulistas, às Urnas!

--

--

Palhaço Diógenes
Papo de bar

Não quero ser introjetado em outrem, não me importo para que outros não me importem. Prefiro ser único: sujo, devasso, errante, eloquente, vil, ímpar, negado.