99 pode ser a solução para áreas com “vácuo de transporte”
Os ônibus demoram demais para passar no seu bairro? A estação de metrô mais perto da sua casa está a dezenas de quilômetros de distância? Então, você pode estar vivendo em uma região que algumas pessoas chamam de vácuo de transportes.
O website de dados AllTransit anunciou recentemente o lançamento de uma ferramenta que localiza essas áreas. Nomeada como “Gap Finder”, ou, em tradução livre, “Caçadora de Vácuos”, a ferramenta identifica os pontos onde há demanda por transporte e a oferta de serviço não é suficientemente boa.
Com base em dados de GTFS (Especificação Geral de Feeds de Transporte Público), informações compartilhadas por agências de transporte a respeito dos trajetos, horários e paradas dos diferentes modais de transporte, o site destaca em vermelho as regiões onde a rede de transporte é inadequada e, em azul, onde atende a demanda de passageiros, como no exemplo abaixo.
Demanda x necessidade
Evidentemente, como destaca Jarrett Walker em seu texto no CityLab, quando mencionamos “atendimento inadequado” temos que diferenciar “necessidade” de “demanda”. Necessidade é quando a vida de pessoas melhoraria se houvesse opção de transporte público. Demanda, por sua vez, é um indicativo de que os modais de transporte ficariam praticamente cheios de passageiros, se fossem oferecidos.
É claro que parte dos investimentos públicos, invariavelmente, não é focada em áreas de elevada demanda, mas sim de necessidade. Se o objetivo fosse apenas em atender o maior número possível de passageiros por linha, parte dos moradores que depende de transporte público não seria atendida.
“Gap Finder”
Em todo o caso, a ferramenta digital é de extremamente utilidade, já que mapeia os locais onde melhorias na infraestrutura de transporte poderiam ter os maiores impactos. E a quantidade de moradores que sofre com serviço inadequado de transporte é enorme. Cerca de 45% dos moradores de Miami e 55% dos habitantes de Houston vivem em regiões com vácuo de transporte.
Esse número é semelhante em outras regiões metropolitanas inclusive aqui no Brasil — o que fica demonstrado ao analisarmos um segundo parâmetro de capilaridade da rede de transporte. O índice PNT (da sigla, em inglês, People Near Transport) estabelecido em um estudo do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil) e pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis avalia a porcentagem de moradores que vivem próximo ao transporte público estrutural.
Em São Paulo, de acordo com a pesquisa, apenas 25% da população tem acesso a pé a uma estação de transporte por trilhos no raio de um quilômetro de casa. No Rio Janeiro, esse índice é de 47%. São números muito baixos se comparados com Pequim, na China (60%), ou Paris, que tem cobertura ideal (100%).
Passageiros já utilizam a 99 para chegar ao transporte público
Alguns passageiros têm utilizado aplicativos de transporte para acessar às redes estruturais de transporte. Os dados da 99 mostram que 13,2% das corridas realizadas em São Paulo têm origem ou destino em estações de metrô e trem e terminais de ônibus; no Rio, esse número chega a 24,3% com origem ou destino em estações de metrô, trem, BRT e balsa e terminais de ônibus.
E os números evidenciam que os padrões de desembarque perto de estações e terminais se dá no pico da manhã, horário em que se concentram as pessoas que estão chegando no transporte público para ir trabalhar. E que o maior percentual de corridas iniciadas no entorno do transporte público se concentra no pico da tarde, horários em que boa parte das pessoas está voltando pra casa do trabalho.(Veja os gráficos.)
Isso vale dizer que paulistanos e cariocas utilizam aplicativos de transporte particular na integração com transporte público majoritariamente para fazer a primeira perna entre casa e transporte público e, na volta, entre transporte público e casa.
Ciente dessa tendência, a 99 fez uma parceria com a MetrôRio e desenvolveu um cartão especial para os moradores do Rio de Janeiro, que oferece, desde agosto de 2017, cinco viagens de metrô mais um desconto de R$ 4 em cinco corridas com a 99.
O intercâmbio de dados entre a empresa e a concessionária oferece, dessa maneira, uma solução para deficiências locais de transporte e permite que os passageiros tenham acesso a um transporte mais barato e confortável na última milha — com a praticidade de usar um só cartão tanto para a 99 como para o Metrô.
E essa não é a única iniciativa de cooperação que a 99 tem com o Poder Público. Veja aqui como utilizamos de maneira positiva os dados das corridas da plataforma.
