Para todos os garotos que eu já peguei
Os desafios de uma mulher solteira no Tinder
Desafio 1: Como paquerar hoje em dia?
Eu juro que não tenho 300 anos, apesar de ainda usar a palavra “paquerar”. Aliás, qual o verbo de sedução do momento? Crushar? Antes que eu comece devaneios infinitos, deixa eu dar um pouco de contexto. Depois de dois longos namoros, um coração partido em partículas indivisíveis, e mais de uma década fora da pista, caí no mundão dos solteiros. Passei anos ouvindo as reclamações das minhas amigas, mas nem o relato sobre O CARA QUE MANDOU UM CONVITE DE ANIVERSÁRIO DA PEPPA PIG CHAMANDO PARA TRANSAR poderia me preparar para o que viria a seguir.
Meu primeiro pensamento foi um singelo “FUDEU!”. Onde eu vou conhecer alguém? Eu não queria me render aos aplicativos de relacionamento, achava um esquisito mercado de gente. Nos anos 2000 não existiam essas comodidades… como a gente fazia mesmo? Acho que tinha uma vibe mais foco, fé e força, sair toda noite, olho no olho, mão na bunda e boca no piiii. Desculpa, me empolguei. Apesar de ainda ter muita energia neste corpo fisiologicamente 6 anos mais novo, depois que eu virei a curva dos 30, não tenho mais o mesmo pique, nem a vontade, e nem o dinheiro para uma vida badaladeira.
Dificuldades etárias a parte, eu resisti por alguns meses ao Tinder, e foquei em conhecer gente na noite. Foi assim que eu tive contato com os primeiros dois embustes da minha vida adulta: O Medieval e O Físico. VOCÊS TAMBÉM DÃO APELIDOS PARA OS SEUS CRUSHES? Não é questão de objetificar, mas a rotatividade na solteirice é grande, logo, percebendo que meus amigos não conseguiam acompanhar quem é quem nos meus rolês sexuais, decidi criar apelidos com as características mais marcantes deles. É a praticidade do virginiano. Isso SUPER me faz pensar no meu próprio apelido. Tatuada? Ruivinha? RAINHA PERFEITA? Mamilos po… EPA! Tenho que tomar cuidado com meu problema de overshare.
Eventualmente, o Tinder teve que virar ferramenta de trabalho e aí que a casa caiu. É cada história que às vezes eu acho que me colocaram num versão carioca de “O Show de Truman”. Já teve crush que NO LUGAR DO BEIJO QUIS ME DAR UMA MOCHILA usada; teve outro que confundiu o Tinder com o Linkedin e, para poder iniciar a conversa, EXIGIU UMA CURTIDA na página de trabalho dele; além dos inúmeros perfis de homens que depois do match revelam que são um casal querendo fazer um ménage. Buscando manter minha sanidade mental, eu não podia mais guardar essas experiências só para mim, minha terapeuta, e qualquer um que me dê 5 minutos de atenção. Eu precisava compartilhar com o mundo as histórias sobre todos os garotos que eu peguei. A cada semana um apelido, um embuste, uma cilada, ou não. Tudo no anonimato. Fiquem tranquilos.
Você está passando por isso também? O universo só te manda crush cilada? O seu telefone está cheio de GIFS INDESEJADOS DE PINTOS COMO SE FOSSEM URSINHOS DE BOM DIA? Não se desespere, você não está sozinha! Vem comigo dividir as loucuras e as delícias que só as mulheres solteiras e plenas vivenciam.
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*Essas histórias foram escritas antes da pandemia, não estranhe os cenários e possíveis aglomerações.
