(pt) Coronavírus: Saúde versus Economia
(Victoria Herrera/Lic. Política y Relaciones Internacionales)
Enquanto o número de casos e mortes cresce exponencialmente em países latino-americanos, como o Brasil ou o México, onde as mortes pelo vírus chegam a dezenas de milhares de pessoas, e a região se tornou o epicentro da pandemia, a Argentina, assim como seu vizinho Uruguai, mantém a pandemia controlada. De acordo com o estudo da Ipsos, eles são os países que melhor administraram a crise do COVID-19.
Essa conquista se deve a várias estratégias tomadas pelo governo como a rapidez e o consenso. A Argentina agiu com antecedência e rapidamente, e sua classe política de maneira geral chegou a um consenso quanto as medidas sanitárias. Em 5 de março de 2020 o primeiro caos de coronavírus foi detectado na Argentina e na semana seguinte o país decretou estado de emergência sanitária: as fronteiras foram fechadas, suspenderam os voos, classes, serviços religiosos e eventos públicos como torneios de futebol e concertos. Diferentemente de muitos outros países onde a pandemia se tornou objeto de intensa disputa política, em geral os partidos políticos argentinos apoiaram a s medidas sanitárias e econômicas do governo. Pudemos presenciar isso em todas as coletivas de imprensa realizadas pelo presidente da nação, que as fez em conjunto com o Chefe de Governo da Cidade de Buenos Aires (partido opositor) e do Governador da província de Buenos Aires, alcançando assim uma única mensagem a todos os cidadãos independentemente de seu posicionamento político.
Indubitavelmente, uma das principais medidas que serviu para conter a pandemia é o “isolamento social, preventivo e obrigatório” e os testes rápidos com o Dispositivo de Teste Estratégico Detectar, que realiza uma busca de casa em casa de contados próximos de casos confirmados, e de todas as pessoas com sintomas compatíveis com o COVID-19. Até o momento a OMS reporta 90,693 casos confirmados e 1,749 mortes desde o primeiro caso na República Argentina.
Embora mencionemos que a estratégia de implementação pelo governo tenha sido consideravelmente favorável em sues resultados, surgem algumas questões: A saúde ainda prevalece sobre a crise trabalhadora, social e econômica? Estamos enfrentando um confinamento muito longo e estrito?
A resposta para essas duas perguntas é positiva. O governo argentino prevaleceu a saúde sobre a crise trabalhadora, social e econômica. Implementou-se uma quarentena mais extensa e estrita que a de Wuhan, superando os 100 dias.
Finalmente, a realidade é que hoje em dia não temos uma data exata ou a garantia de uma vacina que elimine o vírus, o que nos leva a entender que precisamos a aprender a viver com a pandemia seguindo todas as medidas estabelecidas, criando uma responsabilidade social coletiva acompanhado de um bom plano de “desescalonamento” do confinamento em fases que ajudem em níveis de saúde e econômicos.