O tempo que resta

É desafiador para viver ou sobreviver

Victoria Claramunt
Paradoxos
2 min readApr 13, 2021

--

Por Victoria Claramunt

Por: Natalie Rosa

O capitalismo e a globalização geraram outros objetivos para os jovens que vivem nesta era: realização profissional. Estudos, estágios, horas extras e almejando sempre subir um novo degrau. Não só para dar orgulho aos pais ou provar para alguém que lhe disse que nunca conseguiria; o jovem atual nasceu para ser uma estrela.

Há um ano uma influência provou que estudar e trabalhar não é chegar ao topo, a realização profissional não é o maior objetivo da vida. Sim, a pandemia provou que esses objetivos são menores do que a sua casa e família. Até mesmo que a própria vida.

Um vírus que surgiu na China, se espalhou para a Europa e chegou ao Brasil, e agora milhares de pessoas, sendo pais, filhos, avós, tios, se foram.

O dinheiro daquela viagem internacional foi substituído por aparelhos elétricos para o home office. Os cômodos da casa se tornaram o melhor lugar do mundo, na verdade tornou-se o único lugar habitável.

A quarentena deu pouca flexibilidade para fazer o que, antes, era simples, como caminhar nas ruas, ir à universidade, pegar um transporte público, sair com amigos. O distanciamento se tornou um zelo com quem se ama e medo de perder quem ama.

Muitos sonhos foram adaptados para se viver nessa loucura de “não pode sair sem máscara”, “não pode dar beijos e abraços”, e o coração sobrevive de saudade. E os que foram guardados foram riscados diversas vezes do calendário — a cada nova fase do plano São Paulo, mais um risco na agenda. Fase amarela, laranja, vermelha e roxa.

Um medo constante de contrair o vírus, passar para alguém do grupo de risco, ou até mesmo alguém que não seja e fique ruim, até a notícia que era tão aguardada: A VACINA FOI APROVADA! Alegria para todos e alívio para um ano de caos. Mas sabe quando dizem que alegria de pobre dura pouco? A novidade que mais trouxe desespero: quem pegou coronavírus pode ser reinfectado.

Depende do ponto de vista, ser bem-sucedido ou aproveitar o pouco do tempo que resta. A nova geração não terá tempo a perder, se sobreviver até lá.

--

--