Um aniversário inesquecível

A gente achava que seria uma noite tranquila e divertida, mas amizades foram perdidas e um amigo quase foi preso

Camilla Jarouche
Paradoxos
2 min readJun 5, 2021

--

Crédito da imagem: Pixabay

Por Camilla Jarouche

O aniversário de amigos queridos é sempre um bom motivo para sair e se divertir com eles. Há alguns anos, quando a palavra pandemia só existia em registros históricos, eu e meus amigos saímos para comemorar o aniversário das gêmeas, Julia e Maria. Fomos para um bar balada na Vila Mariana, e assim que chegamos já pedimos algumas bebidas, dançamos e principalmente brigamos.

O grupo se dividiu, Maria e sua namorada foram tirar satisfação com o pessoal que tinha saído para fumar, Paulo beijou a menina que Gustavo trouxe, Giovanna quebrou o dente beijando Marcelo, o celular de Maria sumiu e Julia brigou com o namorado. O caos estava instalado, e eu não sabia quem socorrer, mas o caso do celular perdido acabou se sobressaltando.

Enquanto Paulo e Gustavo estavam brigados, Maria foi atrás de Marcelo porque disse que tinha pedido para ele guardar o telefone para ela. Mas ele jurou de pé junto que não estava com ele. Então, antes de perder a calma, Maria ligou o localizador para tentar achar, e constava que o aparelho estava do lado de fora do bar; Paulo foi tentar ver se encontrava.

Coincidentemente, dois policiais estavam na frente do estabelecimento, e ele lhes pediu para que tentassem achar o aparelho entre as pessoas que estavam ali. Mas os dois oficiais não estavam com muita vontade de ajudar. E Paulo, nesse momento já com o sangue fervendo, com tudo o que já tinha acontecido, acabou sendo no mínimo desrespeitoso com o policial. No segundo seguinte ele estava no chão quase sendo preso, e nós, restante dos amigos que estávamos assistindo tudo de camarote, começamos a gritar para que não o levassem. E, por algum milagre, funcionou e ele foi solto apenas com uma advertência oral.

Quando olhei para Marcelo ele estava no colo de um rapaz, beijando e ignorando tudo o que acontecia em volta. Toquei no ombro dele e pedi que visse os bolsos, já que a Maria jurava que tinha lhe entregado o celular. O menino bufou e colocou a mão no bolso, lembro perfeitamente da cor de seu rosto sumindo e ele puxando o aparelho pra fora. Entreguei o celular para Maria e quase fomos expulsos do bar por estarmos berrando um com o outro. Nunca mais voltamos para lá e a Maria e o Marcelo acabaram com a amizade. Foi no mínimo um aniversário inesquecível.

--

--