Uma notícia cor-de-rosa
Diante de tanta tragédia, há esperança
Por Victoria Claramunt
Sempre que uma pessoa tinha alta do hospital e saía com a plaquinha “eu venci a covid-19” o bairro tremia de esperança, com o coração aquecido em ver como os médicos estão vencendo a doença, que as vítimas estão cada vez mais fortes e que juntos venceríamos tudo, que até fogos eram queimados na rua.
O momento de euforia, de felicidade e mais fogos foram queimados — dessa vez não tinha jogo de futebol para confundir o motivo daquele barulho — sabia que era mais uma família tendo o seu final feliz.
E teve mais fogos de artifícios, meu coração aqueceu… depois de tantas perdas, de ter me contaminado e chorado por 14 dias, com medo de morrer e deixar meus sonhos para trás, de perder meu marido, minha família; mais uma vez o coração aqueceu.
Mas dessa teve houve muitos gritos, muita celebração. Será que um idoso ou idosa ficou tanto tempo internado e conseguiu se curar dessa doença? Qual o real motivo de tanta celebração?
A cor rosa tomou a rua, sabia que era alguma coisa diferente, tanto entusiasmo que cheguei a ter medo de olhar pela sacada o que tinha acontecido. As vacinas chegaram para toda a população da cidade?
Com ela vieram os gritos “é menina, é menina” e pude celebrar com a família, que estava em seu quintal realizando um chá-revelação por meio de uma chamada de vídeo. Gritei do meu apartamento “é menina, é menina”.
Diante de tantas notícias ruins, novos decretos para a convivência humana e uma nova vida está por vir. Uma menina está por vir.
Esperança.