Vazio emocional — Depressão

Distúrbio foi considerado como o “mal do século” pela Organização Mundial da Saúde

Ricardo marangoni
Paradoxos
3 min readOct 16, 2020

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Por Caio Dias Simões e Ricardo Maués Marangoni

Pixabay

A depressão é uma doença psiquiátrica na qual a pessoa se sente em uma tristeza permanente, alinhada à baixa autoestima, a um excessivo sentimento de culpa e à falta de vontade de realizar as tarefas diárias. Apesar de parecer ser um tema recente, a doença sempre existiu. Entretanto, nos dias de hoje é mais comum vermos pessoas buscando tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em relatório divulgado em 2017, cerca de 322 milhões de pessoas no mundo convivem com a doença. No Brasil esse número chega a, aproximadamente, 12 milhões.

O que muita gente não sabe é que a depressão pode ocorrer de várias formas. Segundo André Biernath, presidente da RedeComCiência, há pelo menos oito tipos de depressão. Depressão maior, a mais encontrada entre os pacientes; a sazonal, que está muito ligada aos extremos do clima, como lugares muito frios; a distímica, mais leve e que sua duração pode ser de até dois anos; a atípica, que tem esse nome por apresentar sintomas opostos ao estereotípico da depressão, sendo que nela a pessoa sente muita fome; a psicótica, uma das mais graves, em que nela, além dos outros sintomas mais clássicos, a pessoa também se sente perseguida; tem a depressão mista, sujeita à aceleração dos pensamentos e maior irritabilidade; a melancólica, em que a pessoa sente falta de energia e angústia; e a pós-parto, ocasionada pela falta de hormônios, causada pela gravidez.

Entre todos esses tipos de depressão, há também algumas razões que fazem com que o indivíduo tenha essa doença. A Unimed classifica alguns fatores como causa para a depressão. Segundo a Confederação, fatores sociais e biológicos podem contribuir para a existência da doença. Além disso, traumas psicológicos, luto e desemprego podem colaborar para a pessoa desenvolver a depressão.

Em 2020, o mundo presenciou um marco histórico em questão de saúde. A pandemia do novo coronavírus trouxe consequências inimagináveis. Além de a nova doença causar uma crise sanitária, excessivas mortes e afetar a economia de diversos países, a covid-19 trouxe também uma preocupação maior com a saúde mental das pessoas. O medo do vírus, a quarentena, as dificuldades financeiras e a incerteza de uma solução para o problema alavancaram os problemas de saúde mental. Segundo Luciana Mancini Bari, médica clínica-geral do Hospital Santa Marcelina, “a insegurança diária, o medo da morte e tudo que a pandemia impõe pode não só desenvolver transtornos mentais, mas também agravar os que já existiam”.

Além disso, segundo levantamento Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em análise feita em junho de 2020, mesmo em meio à pandemia, 47,9% dos médicos psiquiatras tiveram aumento em suas agendas de consultas. Esse relatório indica ainda que 89,2% desses profissionais analisaram que seus pacientes tiveram seus sintomas agravados em meio à pandemia da covid-19. Outro número que impressiona é que, segundo relatório da IQVIA, especializada no setor farmacêutico, a venda de antidepressivos teve um significativo aumento, comparando o mês de abril de 2019 com o abril de 2020. Segundo a instituição, o número passou de 7,6 milhões de unidades, para 8,8 milhões neste ano.

Todos esses números mostram que a depressão é uma doença séria e que deve ser tratada, principalmente com acompanhamento psicológico. O sentimento de vazio é uma consequência desse distúrbio, mas com o devido tratamento é possível se livrar da doença e, consequentemente, ter uma vida melhor e mais saudável.

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