As flores do jardim
da nossa casa

Oficina com a editora Vibrant que vai fazer uma releitura em imagens das canções de Roberto Carlos.

Estúdio Madalena
Blog do 11º Paraty em Foco

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Por Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues

As irmãs Isadora e Martina Brant realizarão a oficina
"As flores do jardim da nossa casa: uma releitura em imagens das canções de Roberto Carlos" dos dias 24 a 27 de setembro durante o 11º Paraty em Foco.
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A Vibrant é uma editora de publicações independentes que trabalha no campo das artes visuais e da fotografia. Criada no inicio de 2014 com intuito de publicar projetos pessoais das irmãs e fundadoras Isadora e Martina Brant, aos poucos passou a editar outros artistas, nacionais e internacionais.

Nesse bate-papo elas nos contam mais sobre o processo de publicação de zines e fotolivros, como se dá a relação com os autores e qual a proposta da Oficina que irão realizar em Paraty.

Para quem ainda não conhece o trabalho de vocês, pode nos contar como surgiu a ideia e qual a proposta da Editora Vibrant?

A Vibrant nasceu da vontade de criar uma plataforma para projetos pessoais. Encontramos nos impressos uma maneira de trabalhar com conteúdos e pesquisas de nosso interesse. Muitas das nossas referencias vem dos fotolivros e zines, e muito do nosso impulso de iniciar a editora vem da experiência das feiras de publicações, principalmente Feira Plana e Feira Tijuana.

"No início, criamos a editora para dar conta dos próprios projetos, mas aos poucos, passamos a editar trabalhos de outros artistas, o que possibilitou um abertura para trabalhar com outras linhas de pesquisa, além do desenvolvimento do nosso processo de edição e materialização de ideias em livros."

Mesmo com a atuação recente, já é possível definir como se dá o processo de produção de um fotozine ou publicação?

Cada projeto se desenvolve de uma maneira específica, mas notamos que alguns processos podem se repetir. Por exemplo, a edição analógica do trabalho junto da feitura do boneco, são procedimentos que colaboram muito para o entendimento do conceito do projeto.

A pesquisa gráfica e a pesquisa de referências também são importantes, é sempre interessante mapear as publicações análogas a qual se está trabalhando, para de certa forma encontrar a “família” do seu projeto. Cada escolha gráfica também é acompanhada de um pensamento sobre o trabalho, nada é por acaso, e isso torna o processo coerente.

Se pudéssemos eleger um cronograma índice, seria mais ou menos assim:

Entendimento, análise e conversas sobre o projeto / Pesquisa de referências/ Edição analógica, testes narrativos, primeiros esqueleto / 1º boneco / desenvolvimento gráfico e edição digital / 2º boneco / possibilidades de impressão, ida a gráfica / orçamentos / impressão do boneco e ajustes finais, prova de impressão / impressão do projeto / acabamento (encadernação)/ e final feliz!

Nesse processo qual é o papel da Editora e qual é o do artista ou fotógrafo?

A editora tem o papel de mediar o processo entre artista e publicação, criando possibilidades e trabalhando em conjunto para transformar um trabalho ou uma pesquisa em uma narrativa impressa.

"O artista traz o trabalho, a editora transforma-o em livro, mas o processo é conjunto, e se dá na troca de conhecimento dos envolvidos."

Cada artista/autor tem uma maneira especifica de trabalhar, e a editora se adapta. Tem os que enviam o material e esperam algo mais pronto; outros estão abertos as proposições externas, dando maiores possibilidades de interferências a editora; e há outros que acompanham mais de perto e o processo se dá em co-autoria. Mas todo projeto é uma nova criação. Não temos pré–requisitos ou modelos já estabelecidos.

Agora falando sobre a proposta do workshop em Paraty, como surgiu a ideia do tema "uma releitura em imagens das canções de Roberto Carlos"?

A escolha do tema veio do diretor do festival, Iatã Cannabrava. Ficamos surpresas, mas achamos que seria uma experiência interessante, um tanto desafiadora e instigante.

Apostamos que os resultados podem ser muito exóticos e surpreendentes. Trabalhar um assunto a priori, possibilita que o processo de edição se aprofunde mais, pois já existe um tema de partida, e o processo de desenvolvimento acaba se intensificando.

Roberto Carlos evoca um imaginário comum sobre romantismo, histórias de vida, sabedorias populares e casos de amor — um antídoto precioso contra possíveis apatias no mundo da fotografia — além de abrir portas para histórias particulares e as vezes absurdas, como quem sabe ajudar algum caso de amor ainda mal resolvido. [risos]

Trabalhar com esse tipo de estímulo é uma quebra na monotonia de temas e processos, além disso, Roberto Carlos é um rei controverso, portanto nada mais genial do que ele. E ainda temos um objetivo secreto que é o de dar muitas risadas!

Como vai ser a dinâmica do workshop?

Pedimos que os participantes tragam materiais para trabalharmos durante o workshop. Podem ser fotografias, histórias, textos, colagens, imagens.
Pode ser que seja preciso produzir algo em Paraty também, mas partimos de uma ideia não convencional da fotografia. Depois partiremos para a edição de todo material e o desenvolvimento do zine. A proposta é terminarmos o workshop com um zine pronto.

O que muda quando há essa primeira etapa de captura ou seleção de imagens já conduzida pelo tema, diferente de outros workshops que partiam de fotos aleatórias trazidas pelos participantes?

O que muda é que teremos um tema a ser trabalhado. É como um território pré-definido, uma demarcação de onde as ideias se unem e se relacionam. O processo de edição se intensifica, pois não temos que trabalhar na associação ou relação de ideias trazidas nos materiais de cada participante, e que por vezes são muito distantes, nos levando a fazer um quebra cabeça conceitual. Agora com esse plano em comum, conseguimos um aprofundamento coletivo.

Por fim o que acharam da proposta da Estação de Trabalho do 11º Paraty em Foco?

Com certeza, essa maneira de trabalhar trará uma boa experiência para todos. A ocupação de um mesmo espaço cria um ambiente de contaminação e troca de experiências muito rica. Estamos muito animadas!

A oficina As flores do jardim da nossa casa: uma releitura em imagens das canções de Roberto Carlos faz parte da Estação de Trabalho do 11º Paraty em Foco — uma nova experiência do festival, que abre espaço para o desenvolvimento de projetos criativos desde a concepção até um produto final. Este projeto será lançado na tarde de domingo, data de encerramento do festival, ao lado das demais oficinas que fazem parte da Estação de Trabalho.

Vai ficar de fora dessa experiência?
Inscreva-se já, as vagas são limitadas.

A edição do blog do 11º Paraty em Foco
é de Érico Elias e do
Oitenta Mundos .

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