Colectivo +1
Entrevista com um dos indicadores da
Convocatória em Foco 2015.
por Érico Elias
Participe da Convocatória em Foco 2015!
As inscrições vão até o dia 22 de agosto.
Inscreva-se aqui!
Além de estar aberta a todos os interessados, a convocatória do Paraty em Foco também recebe trabalhos de artistas indicados. O curador Claudi Carreras selecionou três indicadores, que estão atuando ativamente na promoção da convocatória.
Para promover a chamada, o blog saiu em busca dos indicadores e enviou-lhes quatro perguntas, que nos permitem traçar um breve perfil de suas preferências e das tendências em voga atualmente na fotografia.
Começamos com o Colectivo +1, formado pelos fotógrafos colombianos Jorge Panchoaga, Santiago Escobar-Jaramillo e Federico Rios.
O Colectivo +1 atua em diversas frentes, desde a reflexão até a criação, passando pelo ensino, a pesquisa e a curadoria. O nome indica a forma de trabalhar do grupo, que sempre busca parcerias com outros fotógrafos, instituições e organizações para somar ideias e realizar projetos.
Confira abaixo a entrevista concedida por eles:
Que tipo de fotografia vocês apreciam mais? Qual é o “estilo” curatorial do coletivo?
Consideramos os trabalhos que mais nos agradam aqueles que assinalam algo sobre o mundo que nos rodeia, que nos contam histórias e opiniões, sonhos e imaginações; os trabalhos que estão experimentando com a forma de construir imagens e de narrar as histórias.
Nesse sentido, ainda que os gêneros sigam sendo tipologias úteis para classificar e ordenar formas de fazer, consideramos que as fronteiras entre eles são cada vez mais porosas, mais dilatadas e é nesses interstícios que se geram muitos dos projetos interessantes da atualidade.
"Nos interessam projetos que alteram a realidade para dar um novo ponto de vista ou aqueles que não necessariamente interferem, mas que deixam evidente o olhar do fotógrafo."
Como o coletivo vê a fotografia no contexto da arte contemporânea?
Observamos que a fotografia segue ganhando espaços em diferentes cenários, incluso o da arte contemporânea. Desde a montagem, os materiais de impressão e os formatos das exposições internas ou externas; o uso das plataformas virtuais e das redes sociais; até o uso do fotolivro como objeto, a foto segue ganhando seguidores e construindo uma linguagem em imagem, algo necessário e importante tanto para as artes como para a sociedade em geral.
Há um lugar para o documental na arte contemporânea? Em caso positivo, que tipo de documental?
Acreditamos que sim. É justamente o documental que se faz na fronteira com outros gêneros: entre o real e a ficção. Cristina de Middel é um exemplo disso: ela intervêm na realidade, cria metáforas com ela, manipula para gerar observações e opiniões, para exacerbar e gerar inquietude no que observamos.
A fotografia e a escrita, assim como o fotógrafo e o escritor, cada vez estão mais próximos. Nesse sentido, podemos entender que cada vez mais a linguagem das imagens se modifica e se transforma. Assim também ocorre com os gêneros, entre pontuações e acentos, entre rima e métrica. O interessante é o que fazem os fotógrafos com essas ferramentas e como as trazem a esse debate global onde o circuito da arte legitima e questiona.
Por outro lado, a arte contemporânea abre as portas e recebe de tudo, incluso a fotografa. Esta se distancia do “que” e do “como” e se aproxima do “por que” e do “para que”. Nesses termos, a fotografia documental nem faz parte e nem está fora da arte contemporânea.
"Acreditamos que são os artistas que elegem suas metodologias de trabalho e a forma de responder às suas perguntas pessoais. A distância não se encontra entre a fotografia documental e a arte contemporânea, mas sim entre o fotógrafo e o artista."
Quais fotógrafos vocês apreciam na atualidade?
Bem, esta é uma pergunta complicada! Somos muito distintos entre nós e seguramente essa lista ficaria grande demais.
> Leia o regulamento completo da convocatória e do prêmio.
> Qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail faleconosco@paratyemfoco.com
Aguardamos sua inscrição!
