Algumas vivências

Coletivo Trama
Parceiros do Trama
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14 min readFeb 13, 2017

Olá! Nasci na cidade do Rio de Janeiro em 62, filha de mãe judia e paulista, avô russo e avó carioca e pai católico, catarinense, descendente de imigrantes alemães e avó cearense. Ganhei um nome com um significado bacana, feliz: Joy. Porém, eu e meu irmão não recebemos o sobrenome de minha mãe, pois ela tinha pânico do que poderíamos sofrer com a perseguição nazista. Achava que seu sobrenome era obviamente judaico, o que nos faria ser reconhecidos e, consequentemente extremamente perigoso. Os horrores da Segunda Guerra eram ainda muito vivos na memória de todos, de modo que meus pais optaram por nos dar uma educação católica. Mas morava numa rua onde quase todos meus amigos eram judeus… Com isso, nunca me envolvi com uma religião, porém sempre tive um enorme interesse na cultura judaica.

Acho que este foi o primeiro conflito que identifiquei na minha vida: porque um povo era perseguido de uma maneira tão absurda, porque tanto ódio? A preocupação com a injustiça parece já ter vindo no meu DNA.

Tive a sorte de estudar no colégio mais progressista da cidade, em plena ditadura. No Colégio São Vicente de Paulo, tive excelentes professores, sendo muitos perseguidos politicamente em suas instituições e abrigados pela escola. Tínhamos teatro, grêmio estudantil, jornal, olimpíadas, saraus… Várias oportunidades de nos reunir, organizar eventos, discutir, propor. Um oásis democrático em uma época de medo e repressão.

Tinha 14 anos, não votava ainda, mas me engajei no grupo de alunos que participava da campanha para o José Frejat, um dos únicos candidatos progressistas existentes e que havia conseguido uma vaga no MDB. Ajudamos a elegê-lo, com equipes colaborativas de campanha, onde cada um entrava com o que podia contribuir, e participava das tarefas distribuídas entre todos.

Ali conheci o poder do trabalho colaborativo, da força do pensamento coletivo. E logo em seguida entendi a importância da luta pela defesa das mulheres, através da escritora e jornalista Heloneida Studart, quando, em 1978, trabalhei na sua campanha para deputada estadual. Mulher forte, seis filhos e uma coragem admirável na luta pelo feminismo, era emocionante ver sua vibração e firmeza. Eleita ali e em muitas outras legislaturas, sua dedicação e envolvimento mostrou-se fundamental. Aliás, luta que permanece extremamente necessária até hoje, infelizmente.

A este tempo lutávamos contra a ditadura e em prol da anistia e pelo restabelecimento das condições democráticas no país. Lutar por um mundo mais justo, onde todos tivessem direito à condições iguais para desenvolver-se, sempre me pareceu uma necessidade da qual não iria fugir vida afora, ainda que os caminhos tenham se modificado.

Entrei na universidade para cursar Economia. Na UFRJ, em seu maravilhoso campus da Praia Vermelha. O curso não me interessava tanto, enquanto a militância política crescia a mil. Minha chapa para o Centro Acadêmico (C.A.) foi eleita com a proposta de criar uma cooperativa para os alunos comprarem livros e materiais mais barato, assim como textos e apostilas que vendíamos a preço de custo. Desta vez, surgia a experiência de gerir uma “empresa”, com a responsabilidade de administrar fornecedores, organizar e distribuir o material.

Como acontece com muitos, aos 16 anos não havia conseguido escolher um curso com o qual realmente me identificasse e resolvi fazer novo vestibular.
Minhas dúvidas pairavam entre Comunicação, Arquitetura e Educação Artística. Comunicação me fascinava, especialmente a televisão e tantas possibilidades criativas que surgiam nas diversas mídias, porém considerava-se que o mercado de trabalho estava em processo de saturação. Imagina…

Em Educação Artística, havia a possibilidade de estudar e lecionar Artes, o que me atraía muito, mas parecia uma profissão muito pouco valorizada. Já Arquitetura me seduzia pela possibilidade de lidar com uma melhor qualidade de vida, de pensar e propor formas de estar e circular entre os espaços construídos. Gostava da ideia de estudar a cidade, os problemas habitacionais, criar espaços agradáveis, bem solucionados.

Entrei na Universidade Santa Úrsula em 1981. Seu elenco de professores, nesta época era de excelente qualidade, criando um ambiente produtivo, muito rico de trocas e aprendizados. Artistas como Lygia Pape, Mollica e Nelson Felix se juntavam a arquitetos de vida profissional plena, como: Paquito, Eduardo Barra, Wanda Vilhena Souza, Luiz Felipe Machado Coelho de Souza, Ivan Oest… Lauro Cavalcanti nos oferecia excelentes aulas de teoria da arquitetura e Vera Rezende muito me estimulou para o urbanismo.

Fui eleita representante dos alunos, por diversas vezes, junto aos órgãos colegiados do Centro de Arquitetura e Artes, entre 1982 e 1986. Participei ativamente da elaboração e organização do “Primeiro Seminário sobre Ensino de Arquitetura da USU”, em 1986, onde discutimos as bases da mudança de currículo executada nos anos seguintes. Atuei também como monitora das disciplinas Geometria Descritiva e Projeto de Arquitetura.

Estas experiências me deram a oportunidade de realizar seminários e eventos com grandes profissionais e intelectuais, em cena na década de 80. Além da organização, estas atividades necessitavam de materiais para sua divulgação, o que me fez desenvolver um extensa produção gráfica. Criava de faixas pintadas à mão, folhetos para mimeógrafo, jornaizinhos datilografados e ilustrados a mão etc, a cartazes, produzidos com letraset, papel vegetal e faca olfa para impressão em gráficas off-set profissionais.

Da política mais formal, comecei a me afastar, percebendo que, nessa área, para conseguir-se algo em grande escala, só com muita concessão. Não era assim que eu queria contribuir para um mundo melhor.

Após a formatura, abri um pequeno escritório em conjunto com mais três colegas. Porém, em 1989, tive que me desligar, já que vivia uma gravidez que inspirava cuidados.

De volta ao mercado, no final de 1990, fui trabalhar na loja do arquiteto Matias Marcier em São Conrado, no Shopping Fashion Mall. Comercializávamos móveis e objetos de arquitetos e designers internacionalmente consagrados como Rietveld, Mackintosh, Le Corbusier, Vico Magistretti, entre outros. Foi o período em que conheci o design de produto, convivendo com objetos lindamente desenhados e construídos com perfeição.

Nessa fase, tivemos a primeira eleição direta para presidente e, em seguida, o Plano Collor, o qual confiscou grande parte dos investimentos financeiros individuais, em cadernetas de poupança e contas correntes.

Com o mercado completamente parado, todo mundo sem dinheiro e sem perspectivas de voltar a ter um escritório, reencontrei uma colega de faculdade que me contou de um curso de desenho no computador, um tal autocad, diz que vai acabar com nanquim, gilete, não vai mais precisar apagar…

A máquina datilográfica elétrica que possibilitava apagar o que a gente já tinha “digitado” erradamente era a tecnologia mais próxima com a qual eu conseguia vislumbrar algo paralelo. Mas para desenho? Nos inscrevemos no curso e, completamente deslumbrada com o mundo que se abria, iniciei minha relação com o espaço digital.

O curso de AutoCAD era ministrado por um professor da área de informática e, ao mesmo tempo que a nova ferramenta nos fascinava, não conseguíamos entender como relacioná-la com nossa prática de arquitetura. Decidimos investir em dois poderosos micro-computadores de então, os PC AT-486, e numa impressora matricial que usava um formulário contínuo de tamanho próximo ao A3. Beatrice e eu montamos nosso atelier digital em 1990, na cozinha do escritório. Uma estudante de arquitetura nos complementou as aulas de AutoCAD, ensinando como trabalhar com penas e escala e como poderíamos passar a desenhar os projetos diretamente no software. Enquanto aprendíamos a usar o programa, “descobríamos” o computador, trocando informação com os poucos desbravadores que conhecíamos. Instalamos outros softwares: primeiro o CorelDRAW e, algum tempo depois o Aldus PageMaker, um programa que precisava de um tal de Windows para funcionar.

Em 1995, desliguei-me da sociedade com o objetivo de concentrar minhas atividades em design gráfico. As ferramentas digitais me reaproximaram de uma área que eu já tinha interesse desde os tempos de faculdade, só que, naquele momento abria-se a possibilidade de desenvolver toda a cadeia de um projeto gráfico: criar o objeto, diagramá-lo, artefinalizá-lo e, algumas vezes, dar até a saída final de impressão. Diferentemente da vivência na arquitetura, o intervalo entre o projeto e a execução do produto final de design gráfico costuma ser muito menor, assim como os riscos de uma execução errada, o que me agradava fortemente.

Assim, no final deste ano, montei a empresa Agilità — Design e Produção Gráfica, escritório de design e bureau de serviços gráficos, cujo objetivo era concentrar todo o processo produtivo, atendendo o cliente desde o projeto gráfico até o material pronto, entregue em mãos num curto prazo. Seu foco estava nos profissionais liberais ou pequenas empresas que não eram atendidos pelas gráficas convencionais, pois não necessitavam de grandes volumes de impressos e tinham dificuldade de encontrar onde encomendar pouca quantidade de materiais diversificados.

A produção, de acordo com a demanda, iniciava minhas preocupações com as questões ambientais, e criei sistemas e processos para melhor utilização dos papéis, originais e tintas, além de desenhar produtos baseados no aproveitamento de sobras e aparas. Além dos serviços que prestávamos, os objetos eram produzidos nas nossas próprias instalações, no tempo ocioso de maquinário. Muitas vezes, só com a sobra de material, fazíamos produtos como: cadernos, agendas, calendários, caixas, pastas para portfólio…

Durante os anos da Agilità (1995 a 2001), vivi num proveitoso laboratório de aprendizado do design gráfico, tanto no aspecto da concepção dos projetos como da experimentação e utilização de softwares gráficos e, especialmente, pela prática no interior de uma unidade de produção, atravessando todas as fases de um projeto de comunicação visual impresso.

Ao mesmo tempo, desenvolvi uma larga experiência de administração e gestão empresarial e de formação e treinamento de pessoal especializado. Ali, aprendi e posteriormente ensinei, a operação de diversos equipamentos de impressão e acabamento e contribuí para a formação de estagiários e funcionários que passaram pela empresa.

A maior intimidade com os sistemas computacionais — a medida que os anos passavam e o conhecimento sobre este meio crescia de forma galopante — nos oferecia ferramentas surpreendentes. Buscando melhor gerenciar as operações de produção da empresa, em 1998 criei um software, baseado em Microsoft Access, para cadastro de clientes e pedidos. Através deste sistema relacionávamos datas, solicitações de trabalho, tipos de papel, impressão e acabamento executados, como o cliente havia chegado à empresa, seu nível de satisfação com o atendimento etc.

No mesmo ano que inaugurei a Agilità, ouvi falar pela primeira vez em Internet. Com um modem de 2400 bps, obtive uma disputada conta no IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e, entre inúmeras tentativas frustadas, eventualmente conseguia me conectar com a recém-nascida rede internacional de computadores. Neste período, ainda não tínhamos interface gráfica, a comunicação era muito difícil e somente no ano seguinte percebi que uma revolução iria despontar.

Assim, já em junho de 1997, a Agilità ganhou seu primeiro site. Numa enorme curiosidade sobre aquela novidade que ainda não se entendia muito bem para que servia, ouvia termos e siglas como bbs, html, gif, jpg, backbone… Perguntava e aprendia sobre linguagens de programação, processos de construção e publicação de sites. Através deles, conheci e participei da já extinta PROMIT (Associação de Profissionais de Mídia Interativa), responsável pela organização dos então novos profissionais surgidos com o advento da Internet. Quanto mais me envolvia, mais me fascinava o poder de comunicação e a facilidade de publicação do ciberespaço.

No finalzinho da década de 90, o mercado de Internet vivia uma fase de grande efervescência. Acreditava-se que a rede iria explodir como um espaço privilegiado para a venda, uma oportunidade de negócios com custos operacionais mínimos, no nascimento do que veio a se chamar e-commerce. Eu e um amigo da área de Informática, resolvemos criar um sistema de venda de produtos on-line. Ele projetou um sofisticado e robusto sistema de programação, enquanto produzi a interface gráfica e o conteúdo do site em html, a linguagem da web. Em 2000, lançamos o Agilità presto, o atendimento da empresa online, com um sistema de venda de produtos simples como receituários, envelopes e cartões de visita. Não nos enriqueceu, mas o pionerismo na rede abriu as portas para novos caminhos de atuação profissional.

Depois de anos de aprendizado autodidata, no início de 2001 busquei uma formação profissional em web-design, que muito me ajudou a sistematizar meus conhecimentos. A formação me instrumentalizou, porém eu sentia falta da reflexão acadêmica em comunicação visual. Todo o meu conhecimento vinha da experiência prática, adquirida ao longo dos anos, e de leituras, assinaturas de revistas especializadas, visitas às Bienais de Design ou cursos esporádicos.

Ao final de 2001, desliguei-me da empresa que havia fundado e saí para me dedicar principalmente a projetos no ambiente digital. Sem o peso da responsabilidade de manter uma empresa e pagar pessoal, 2002 foi um ano rico de experimentações, enquanto me preparava para o mestrado em Design, da PUC-Rio e me reorganizava para a atividade como profissional autônoma.

Entre 2003 e 2005, fiz o mestrado, debruçando-me sobre as possibilidades relacionadas à apresentação profissional dos designers na internet, estudando aspectos da comunicação no ciberespaço e o poder de alcance da nova mídia. Ao final, defendi a dissertação Ciberfólio — a apresentação profissional no ambiente da Internet, destacando o quanto a presença profissional neste meio tem características muito específicas. A partir do mestrado, produzi uma série de artigos acadêmicos, palestras e entrevistas relativos à ciberfólios, portfólios e temas correlatos.

Algum tempo após, fui convidada pela equipe do NAT-EAV (Núcleo de Arte e Tecnologia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage), para lá oferecer o curso Você já tem seu ciberfólio?, fruto da dissertação, entre 2007 e 2008.

Também nesta época, fui chamada a lecionar Desenho Geométrico no Curso Técnico de Design Gráfico, do SENAI-RJ. Curiosamente, depois de tantos anos envolvida com os softwares gráficos mais recentes, estudando novas linguagens e processos de desenho com meios digitais, voltei meu olhar para o desenho tradicional: na prancheta, com grafite, esquadros e compasso.

Os questionamentos em sala de aula me fizeram rever o conteúdo programático, buscando equilibrar o ensino dos princípios básicos da geometria com a apresentação das possibilidades oferecidas pelos softwares gráficos. Conheci um universo de softwares e jogos matemáticos que tornavam o ensino da geometria dinâmico, potencializando a criatividade e a compreensão dos alunos. A partir dali, passei a propor alguns exercícios em sala de aula utilizando ferramentas digitais que permitiam produzir construções geométricas as quais, com instrumentos ou a mão livre, seriam extremamente trabalhosas, praticamente irrealizáveis.

Em março de 2007, fui selecionada como professora substituta da FAU-UFRJ (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ), para lecionar disciplinas na área de Expressão Gráfica, em função da experiência em representação gráfica, portfólios e apresentação de projetos. No final do mesmo ano, fui convidada para participar do LAURD (Laboratório de Análise Urbana e Representação Digital), grupo de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da FAU-UFRJ, num projeto que lidaria com a necessidade da representação digital da cidade para um público leigo. Ainda no formato CD-ROM, são apresentados os projetos urbanos desenvolvidos pela prefeitura de Niterói, no âmbito do programa denominado Viva Centro. Na sua construção, tivemos a oportunidade de utilizar diversas representações gráficas como fotografias, mapas, ilustrações, panoramas virtuais e modelos tridimensionais, entre outras, no sentido de tornar a interação com o produto mais prazerosa.

Como metodologia de trabalho, a construção da interface caracterizou-se por um intenso processo colaborativo, onde a Internet se mostrou um meio fundamental para o relacionamento da equipe e a articulação das informações geradas. Durante o ano de desenvolvimento do projeto, retomei a paixão que havia surgido na época da faculdade mas que não ainda tinha tido oportunidade de desenvolver: estudar e trabalhar com urbanismo.

Assim, em 2009, ingressei no doutorado em Urbanismo no PROURB, para estudar a comunicação visual no espaço urbano, um tema que reunia vários dos interesses que fui construindo ao longo da minha atividade profissional. Em 2014 apresentei a tese: Paisagem Gráfica da Cidade — um olhar sobre o Rio de Janeiro, a qual teve como objetivo verificar sua composição e influências nos lugares por onde caminhamos. Em uma abordagem interdisciplinar, foi proposta uma metodologia colaborativa para identificação, categorização e análise dos elementos constituintes da comunicação visual urbana, aplicada em um amplo banco de imagens produzidas em bairros no centro e na zona sul da cidade. Uma seleção dos registros fotográficos e suas respectivas análises foi compartilhada em redes sociais de modo a ampliar a discussão e enriquecer o entendimento do tema. Nesse sentido, as vozes participantes dos ambientes interativos foram incorporadas à pesquisa, permitindo um olhar coletivo e contemporâneo sobre a paisagem gráfica, seja carioca ou de outros lugares.

Dessa maneira, a tese não se encerrou no volume entregue. Como uma obra viva, os espaços hospedados na internet permaneceram — e permanecem — abertos a todos aqueles que desejam contribuir com suas impressões urbanas. Nessa construção contínua, aprofundamos nossa relação com os lugares que frequentamos, estimulando um olhar crítico e participativo dos cidadãos.

O inventário gráfico que vem sendo construído desde 2008 está disponível a qualquer interessado, assim como o grupo, seja para os gestores urbanos ou ao cidadão comum. O ambiente no facebook funciona como espaço-galeria, no qual expõem-se referências de soluções em busca de cidades melhores, além das experiências compartilhadas reunindo um vasto conjunto de interesses: paisagem, arte urbana, placas e sinais, tecnologia, sustentabilidade, acessibilidade, transportes, obras, entre outros.

Com parte dos registros gerados, participei com o vídeo Grafismos Urbanos, da exposição “Estamos juntos misturados”, mostra de vídeos e net art de colaboradores, professores e alunos do Núcleo de Arte e Tecnologia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (NAT_EAV). A proximidade com o NAT gerou a criação do coletivo Cotidiano & Mobilidade, no qual cada participante traz seu olhar específico sobre a cidade, os quais são costurados em projetos artísticos, exposições e cursos. Em 2016 oferecemos dois workshops baseados em derivas, mapeamentos e percursos urbanos. Um em outubro no Parque Lage e outro em novembro na Casa França Brasil.

Ainda no ano de 2009, fui convidada a dar aulas na graduação em Design, na PUC-Rio, em disciplinas de projeto e mídia digital, onde permaneço até hoje e, também, onde tive a oportunidade de conhecer e conviver com a galera da Trama. Em uma das disciplinas, trabalho com os alunos projetos de intervenção urbana, cuja questão principal é provocar a reflexão sobre o ambiente que vivemos, assim como estimular o respeito com quem está ao nosso lado e muitas vezes nem percebemos.

Esta experiência aproximou-me do tema do urbanismo tático e, junto a duas pesquisadoras oriundas também do PROURB, criamos o Laboratório de Intervenções Temporárias e Urbanismo Tático (LabIT). Nele, temos como objetivo aprofundar as relações entre as intervenções temporárias e os espaços coletivos da cidade, construindo uma cartografia do temporário, que permita entender como seus espaços são apropriados. Também produzimos intervenções concretas, no sentido de ativar espaços esquecidos ou subutilizados da cidade e contribuir para transformações mais duradouras. Criamos um site no qual vem sendo mapeadas as intervenções cariocas e que pretende funcionar como um local de pesquisa e inspiração para ações voltadas ao bem estar da humanidade.

Assim que terminei o doutorado, mais um caminho se abriu e passei a contribuir também como pesquisadora no LIDE (Laboratório Interdisciplinar de Design e Educação), ligado ao Programa de Pós-graduação em Design na PUC.

Se tivesse que resumir todo este enorme texto numa frase só, diria que o que vem me movendo durante toda a vida não se modificou. Desde lá atrás, sempre lutei por uma vida melhor, mais justa, feliz e democrática para todos.

O caminho? Podem ser — têm sido — vários, desde que a gente tenha a cabeça e o coração aberto para buscá-los.

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