Ser mãe, desapega ou super controle?

Não é preciso viver grudada a um filho para ser uma boa mãe. E como essa liberdade nos faz bem.

Mariana Wechsler
parentalidade
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3 min readMar 14, 2022

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Nesse aprendizado de desapego mora a beleza do amor de mãe. Tomara que aí more também uma mulher feliz, devidamente acolhida por si mesma.

A necessidade de agradar, de cuidar do que o outro pensa e sente, drena a nossa energia e a nossa verdade. A opinião dos outros é um fantasma que a gente alimenta na mesma proporção que nos mata de fome.

Não se trata de silenciar o que os outros pensam e suas expectativas. É sobre acolher e permitir as diferenças.

Não deixe que o ressentimento e a necessidade de ser aprovada te façam criar barreiras ou muros entre as pessoas e a criança.

Sei que somos tomados por uma enorme insegurança quando pensamos no futuro dos pequenos, e é este exato pensamento que rege grande parte das nossas atitudes e decisões.

É por essa insegurança que não acolhemos, que não ouvimos, que dizemos não e que queremos controlar. A insegurança é apenas uma ferramenta de controle, e não de conexão.

Está tudo bem sentir insegurança por não saber qual é o caminho certo, a verdade é que o caminho vai sendo construído à medida que nos disponibilizamos a aprender e a confiar.

Ela levanta da cadeira na hora do almoço, dá cambalhota no sofá quando está assistindo TV, levanta e senta constantemente quando está em um jogo de tabuleiro.

Nós adultos, costumamos interpretar essa necessidade de se movimentar como um pedido de atenção, um sinal de desobediência, uma falta de concentração, um agito em excesso.

A verdade é que na maior parte das vezes a criança simplesmente tem a necessidade de se mexer.

Ficar quieta numa mesa, numa fila, sentada no sofá está acima das capacidades neurais de uma criança entre 2 e 6 anos.

A criança que se mexe muito não precisa necessariamente “se acalmar”, sinto te dizer, mas não irá adiantar o chá de camomila, as músicas alternativas ou qualquer coisa que tenha a intenção de deixá-la mais quieta.

Por outro lado, temos a violência tão arraigada em nós, de jeitos tão diferentes, que muitas vezes somos violentos e não percebemos e rapidamente partimos para a punição ou sermão.

Se desfazer desses caminhos tão naturais para nós na educação dos nossos filhos, é um longo processo de desconstrução que só precisa de uma decisão, muito empenho e autocompaixão.

Conduza a energia da criança para outra coisa, ou naturalmente, o cérebro dela tomará essa atitude. Esteja presente e atenta aos movimentos dela e lembre-se, o afeto e o diálogo são mais potentes do que o controle ou o descontrole que a violência nos traz.

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Mariana Wechsler
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Escrevo sobre Parentalidade e sobre a vida, com pitadas de ensinamentos budistas e minhas experiências. https://correnteza.substack.com/subscribe