A minha primeira aventura sozinha pelo mundo

Ana Augusta
Revista Passaporte
Published in
7 min readDec 24, 2017

Abril de 2017, o mês que ficará marcado na minha vida porque foi a primeira vez que eu vivi uma aventura… Sozinha!

Machu Picchy by myself

Eu nunca tinha feito uma viagem internacional antes, na verdade, as viagens que fiz na minha vida se limitavam ao norte do Paraná, onde minha avó, tios e primos moram e à Florianópolis para passar férias no final do ano.

E também, de um ano para cá, as viagens relacionadas ao trabalho, que na maioria das vezes são para São Paulo.

Mas nunca tinha ultrapassado uma fronteira internacional, nem mesmo para o Paraguai.

Essa falta de experiência em outros territórios foi um das motivações — se não “A” maior motivação — para que eu resolvesse conhecer outro país.

Um empurrão do Bruno… Muito thanks!

Mas, como sempre, vamos começar pelo… Início.

Até o ano passado, a ideia de viajar para outros países não passava de fantasia, por conta de muitas barreiras como: não tenho dinheiro, não tenho (tinha) passaporte, não sei falar o idioma do país…

Enfim, uma série de desculpas que não me faziam sair do lugar e colocar o pé no mundo.

Até que o Bruno, também conhecido como Bruno Carlesse, surgiu na minha vida, mais precisamente no trabalho.

Ele já tinha viajado para Buenos Aires, no mesmo esquema: sozinho, e me contava como foi, como ele se planejou, criou o próprio roteiro de viagem e viveu suas aventuras.

E conforme ele ia me contando essas histórias e me contando outros lugares que ele gostaria de visitar, isso foi me estimulando a colocar o pé no mundo, na verdade, foi ele quem me falou sobre Machu Picchu, então, por isso: Muito thanks Bruno!

Está certo que parece que eu “roubei” a ideia dele e até existe uma certa verdade nisso, mas veja pelo lado bom, eu fui antes e ele já sabe com quem falar quando for a vez dele.

Lembra do “problema” chamado money?

Tá, mas como eu consegui fazer essa viagem já uma das minhas maiores desculpas era a falta de dinheiro?

Para chegar em Águas Calientes, o transporte mais comum é o trem

É aí que entra outro fator importante da minha vida: a empresa onde trabalho.

Lá existe o sistema de recompensas, você vai ganhando pontos conforme você executa e entrega as tarefas no prazo determinado e com qualidade, quando você atinge 100, 200 e 400 pontos você pode rodar uma roleta e escolher prêmios de R$ 500 até R$ 2.000, dependendo da quantidade de pontos que você acumular.

Não preciso nem falar quantos pontos eu acumulei e o valor do prêmio que escolhi, né?

Com essa pequena ajuda da empresa, a viagem ficou muito mais barata e eu consegui gasta mais com comida e lembranças para a família e amigos.

Então, aqui fica mais um obrigado, à empresa que faz parte da minha vida a 4 anos.

Mas e aí, como é que foi essa aventura?

É hora de partir

Bem, a viagem estava marcada para dia 8 de Abril, sábado, e já no dia anterior a ansiedade começou a aparecer, mas ela bateu forte mesmo sábado de manhã, eu fiquei muito nervosa.

Muitas coisas começaram a surgir na minha cabeça e o medo de viajar sozinha realmente me pegou e, se não fosse pelo meu irmão, eu provavelmente ia desistir da viagem, pura e simplesmente por medo!

Mas eu fui e ainda bem que eu fui, se não ia me arrepender para o resto da vida.

Na viagem de ida, o que mais me surpreendeu foram as conexões e o tempo de espera.

De Curitiba eu fui para Foz do Iguaçu, fiquei lá por 6 horas. De Foz para Lima, no Peru, onde esperei em torno de 10 horas e de Lima para Cusco — ou Cuzco, não sei como se escreve.

E nessas de esperar, eu me toquei de uma coisa, os aeroportos não tem estrutura alguma para acomodar os passageiros durante o tempo de espera das conexões, ou você fica sentado nas cadeiras totalmente desconfortáveis ou você espera no chão gelado do aeroporto mesmo.

E suas costas que aguentem porque não tem outra opção, a não ser que você tenha dinheiro extra para passar o tempo em um hotel perto.

Depois de chegar em Cusco, o próximo passo era para ir para Águas Calientes, uma pequena cidade que fica no “pé” das montanhas de Machu Picchu.

Pra chegar lá eu tive que pegar uma van, uma viagem de duas horas até a estação de trem — que eu não lembro exatamente onde fica, em qual vilarejo — , e depois de trem até Águas Calientes foram mais duas horas.

Hora do jantar

Honestamente, eu não comi muitas comidas típicas de lá, eu vi que tem muita sopa, prato que não me agrada muito.

Águas Calientes em si é muito pequena, você consegue percorrer a cidade inteira em uma hora, a pé, sem exageros, não lembro de ter visto o pessoal andando de carro por lá, simplesmente não tem como.

O meu período lá foi tranquilo, a cidade é muito pacata e da pra ver que todo mundo que vive lá, vive do turismo.

Eu decidi subir até Machu Picchu numa terça-feira, na segunda fez um dia lindo, sol e calor, mas na terça de manhã começou a chover, pra minha sorte.

Há duas formas de você chegar até o parque, de ônibus ou a pé. Eu decidi pela primeira opção e, se não me engano, você pode comprar a passagem de ida e volta ou só a passagem de ida ou só a passagem de volta, com a possibilidade de ir a pé, você pode comprar só uma passagem caso queira economizar.

Duas coisas: a caminha até Machu Picchu pode levar de 1h30 a 2h e como o vale é um parque, para entrar você precisa ter um ingresso.

Mas mesmo com chuva e tempo nublado, o lugar é F-O-D-Á-S-T-I-C-O, vale muito a pena ir.

Te apresento Machu Picchu

Você pode sair e entrar no parque o quanto quiser durante a data que está marcada no ingresso, mas sempre necessário apresentar o mesmo para conseguir voltar.

É hora de dar tchau

Na hora de voltar para casa, ou seja, para o aeroporto de Cusco, o caminho foi quase o mesmo, eu peguei o trem até o vilarejo e do vilarejo eu paguei um táxi até a cidade e cara, foi uma das aventuras mais assustadoras que eu tive.

A viagem de táxi até Cusco eu fiz ao final da tarde e peguei o início da noite. Durante todo o trajeto, tanto no trem quanto no carro, eu pude ver melhor a paisagem do Peru, que é linda. Tem muitas montanhas, verde e rios, o clima ajudou muito, porque estava muito agradável.

Mas durante a viagem de carro, o motorista saiu da rodovia principal e pegou um atalho por uma estrada de terra e nada movimentada num breu, pense numa gúria que entrou em desespero por causa disso e quase começou a chorar.

Mas por sorte, deu tudo certo e o taxista me entregou no aeroporto de Cusco são e salva.

No aeroporto de Cusco foi outra aventura porque, para a minha surpresa, o aeroporto fecha às 8 horas da noite, então, a minha intenção de passar a noite no aeroporto, como aconteceu em Lima porque o meu voo era 7 horas da manhã, quase foi para os céus.

Mas por causa das incríveis funcionárias do aeroporto, que quase estavam indo embora, me ajudaram muito, elas fizeram o meu check-in — que eu não consegui fazer pelo app da Latam e convenceram os superiores a me deixar passar a noite no aeroporto, me deram uma manta e tudo.

Esse é mais um obrigado que deixo por aqui, para as funcionárias do aeroporto de Cusco.

E para fechar com “chave de ouro”, eu quase perco o voo para Lima por falta de comunicação no aeroporto, que alterou o portão da embarque e só esqueceu de avisar no alto falante, mas por sorte (de novo) uma funcionária saiu avisando, quando faltava 10 minutos para o avião decolar, mas na correria deu tempo, antes de fecharem a porta, eu e mais uma mulher conseguimos entrar no avião.

Em Lima teve aquela espera básica, só que bem menor, só de 3 horas e o voo de volta para o Brasil foi incrível. Tinha um catálogo de filmes que eu não perdi a oportunidade de aproveitar e o almoço foi top, massa, suco e até sobremesa.

E a meia-noite de sexta-feira eu estava desembarcando em Curitiba, de volta em casa.

Entre apertos e euforia, ainda bem que eu fiz essa viagem, foi uma experiência incrível que recomendo todos a passarem, seja uma viagem para fora ou uma pelo Brasil mesmo, não depender dos outros para marcar aquele passeio especial vale muito a pena.

P.S.: Obrigada especial à minha cunhada, por me emprestar aquela super japona que me protegeu da chuva em Machu Picchu.

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