Angkor Wat: Alma e coração do Camboja

Mariana Staudt
Revista Passaporte
Published in
3 min readMay 24, 2018

--

O templo Angkor Wat, no Camboja, é o maior monumento religioso do planeta e foi eleito pela Lonely Planet como a melhor atração turística do mundo. Além disso, o local faz parte da lista de patrimônios da humanidade da Unesco e fica em um dos sítios arqueológicos mais importantes da Ásia, em Angkor. E você sabe o motivo de tantos títulos e importância?

O Camboja passou muitos anos com dificuldades e uma situação política complicada. A década de 1970 foi dura, com intensos bombardeios dos EUA na tentativa de dizimar os guerrilheiros do Vietcong infiltrados na região da fronteira. O cenário serviu para o fortalecimento do movimento revolucionário comunista Khmer Rouge, liderado pelo ditador Pol Pot que instalou um regime truculento, derrubando o governo em 1975, evacuando as cidades e criando uma economia agrária baseada na coletivização da produção. A nação viveu um forte período de pressão com uma das maiores carnificinas já vistas: mais de dois milhões de cambojanos, metade da população, foram executados ou morreram de fome. Os guerrilheiros Khmer Rouge sustentaram uma guerrilha até 1993, quando a ONU conseguiu promover as primeiras eleições “livres”.

O país ficou inacessível aos estrangeiros durante quase um quarto de século, mas este cenário, felizmente, está enterrado. Hoje, o Camboja atrai milhares de turistas por suas belezas naturais, praias paradisíacas, sabores únicos, templos místicos e sua cultura milenar.

Aproveitando a redemocratização do país, a Unesco abriu as portas para novas fontes de doações que pudessem cobrir os gastos necessários com as restaurações, ao qualificar o conjunto de templos de Angkor Wat como Patrimônio Mundial, em 1992. Considerada uma das maiores estruturas religiosas já construídas na história, o templo possui ruínas das diferentes capitais do Império Khmer. As pedras de Angkor Wat estavam tomadas pela vegetação e não eram prioridade para um governo que precisava se reestruturar depois de décadas de destruição e carnificina. Instituições alemãs, francesas e japonesas começaram a trabalhar com o governo cambojano para recuperar as ruínas.

Localizados nas imediações da cidade de Siem Reap, os mais de 30 templos que formam o complexo abrigaram o maior império do sudeste asiático, o Khmer, que se estendia da Tailândia ao Vietnã. Em duas décadas, as ruínas passaram de um lugar misterioso no meio da floresta para uma das atrações turísticas mais importantes da Ásia.

Considerado o principal símbolo do país, o desenho do templo está no centro da bandeira nacional. O orgulho que a população sente pela majestosa construção tem explicação. Na época da sua construção, antes de 1150, a Europa vivia um período medieval obscuro e nenhum castelo ou templo no ocidente se igualava a Angkor.

Os detalhes da arquitetura são impressionantes. São mais de três mil esculturas nas paredes mostrando as apsaras, ninfas celestiais. Cada uma possui um desenho particular, mas todas apresentam pulseiras, braceletes e colares, além de corpos bem desenhados. Foram identificados 37 penteados diferentes.

Angkor Wat é o principal templo do complexo, rodeado por uma muralha de mais de 3 km de extensão. Pesquisadores concluíram que existem mais pedras lá do que nas Pirâmides do Egito. Edificado na primeira parte do século 12 como um santuário hinduísta dedicado a Vishnh, Angkor transformou-se, no século seguinte, em um templo budista, sendo até hoje um local de veneração.

--

--

Mariana Staudt
Revista Passaporte

@mari_staudt | Jornalista que trabalha com marketing digital. Ariana que acredita em um mundo melhor.