Boa e Velha Edimburgo

Laurezine
Revista Passaporte
Published in
9 min readApr 10, 2018

Depois da semana agitada em Londres, foram 5 horas de trem até Edimburgo!

(muito bem aproveitadas entre dormir e apreciar a paisagem)

Não precisou muito tempo pra que essa cidade me conquistasse completamente (sim, mais que Londres).

Edimburgo é uma cidade pequena (todos os lugares que visitamos lá conseguimos ir andando), dividida em duas partes: a Old Town e a New Town, mas na verdade as duas partes são antigas (a New Town é de 1766).

(Abrindo esse parênteses pra falar sobre o Senhor escocês que nos abordou na rua assim que chegamos, como eu disse antes a cidade é bem pequena então fomos até o hotel andando, com 4 malas, loucura eu sei. Só que calçadas não foram feitas pra arrastar malas, então a gente estava visivelmente com dificuldade pra levá-las. Quando um senhor, usando kilt, meia de lã e boina nos abordou e ofereceu ajuda! Eu me senti em casa…)

Como Londres, chegamos quase de noite em Edimburgo então não tinha como visitar algum lugar turístico.

Exceto os Pubs.

O primeiro pub que fomos em nosso tempo em Edimburgo foi o The Advocate (que aliás, fica recomendado).

O interessante dos pubs é que eles são divididos em duas partes: o restaurante e o bar. Se você só foi pra beber, você senta nas banquetas que ficam no bar, mas se você foi pra comer, o atendente te leva para uma mesa. Achei bem interessante essa separação.

(Esse foi o… Dia 1, basicamente. É.)

Dia 2

Nosso segundo dia dedicamos à caça de tesouros templários!

Se você está familiarizado com o autor Dan Brown e sua obra O Código Da Vinci (eu não estou, então já vou pedindo desculpa caso fale alguma besteira), existe uma capela no interior da Escócia chamada Rosslyn Chapel.

Há boatos de que lá ficou escondido o Santo Graal! E esse fato fez com que ganhasse um lugar na história do autor.

Infelizmente não podia tirar fotos do lado de dentro, mas eu posso garantir que era bem bonito! (E se você não for preguiçoso, pode pesquisar pelas fotos oficiais).

Além de toda essa história envolvendo templários, uma outra história sobre a Capela vale a pena ser mencionada: O aprendiz de maçom e seu pilar.

Um mestre maçom ficou encarregado de esculpir os pilares da capela, junto de seu aprendiz. Ele então viajou para buscar inspiração e deixou o aprendiz na capela.

Esse aprendiz, num súbito momento de inspiração, esculpiu um dos pilares sozinho e sua obra ficou muito superior à de seu mestre. Quando este retornou, assassinou o aprendiz um ataque de fúria e ciúmes.

O mestre foi então julgado e condenado à morte. Mas sua pena não terminou aí. Os outros escultores da capela esculpiram o rosto do mestre em uma posição que ficasse de frente para o pilar do aprendiz, fazendo assim com que ele fosse condenado a olhar eternamente a obra.

(Muito incrível né?)

Depois dessa visitamos, voltamos pra Edimburgo para visitar o Castelo de Edimburgo!

Ele fica numa parte beeem alta no meio da cidade, em cima de um vulcão adormecido! (escoceses eram muito hardcore)

Lá de cima dava pra ver praticamente a cidade toda. E dentro tem várias exposições que contam a história do castelo e da família real escocesa. Dá até pra ver as jóias da coroa! (Mas fica esperto porque eles fecham as portas cedo! Aos poucos, algumas exposições vão fechando então você é meio que obrigado a ir embora hahaha)

E eu ainda encontrei o tocador de gaita de fole indo embora do castelo! o som que ele fazia era ouvido bem longe!

E pra fechar o dia: mais um pub! Dessa vez fomos no Albanach (que significa ‘escocês’ em gaélico).

Dia 3

Esse foi o dia que mais aproveitei e também o que mais gostei na Escócia. Foi também o mais corrido!

Logo cedo pegamos o ônibus para a nossa tour até… O Lago Ness! Mas antes de ir, tínhamos uns lugares bem legais pra passar antes.

Nossa primeira parada foi na Destilaria de Whisky Deanston. Eu gostaria de ter aprendido mais sobre o processo de criação do whisky, mas o barulho das máquinas e o sotaque escocês fizeram com que eu entendesse uns 35%.

A única informação que eu absorvi mesmo foi que ‘o melhor whisky não é necessariamente o mais velho, mas sim aquele que mais se encaixa com o seu gosto pessoal’, palavras do nosso guia!

o whisky mais velho deles era esse de 1974

Depois de passar por cidadezinhas bem bonitas (uma delas se chama Calendar, o que rendeu um trocadilho bem ruim do nosso motorista), finalmente alcançamos as estradas no meio das Highlands!

como que essa galera tem tanta terra vazia assim socorro

Essa, com certeza, foi a minha parte favorita da viagem. Não tem como não se apaixonar pelas Highlands.

Passamos até por uma parte usada no filme 007 — Operação Skyfall, em que nosso motorista até colocou a trilha sonora pra tocar enquanto passávamos (o que deu ainda mais a sensação de estar mesmo num lugar incrível, Adele por favor faz a trilha sonora da minha vida).

Tivemos uma parada no Glencoe (translator’s note: glen significa vale), portanto, o Vale Coe. Ficamos bem pouco tempo pois nosso destino principal não era ali.

Até que finalmente chegamos no destino final: O Lago Ness!

Loch é Lago em gaélico!

Uma cidade bem pequena acomoda os passeios de barco no Lago Ness, com sua principal fonte de renda vindo da misteriosa criatura e do turismo que ela atrai.

O passeio tem a duração de uma hora, que você sinceramente não vê passar. Tivemos até mesmo a sorte de ver o sol enquanto navegávamos e isso aumentou ainda mais a beleza do lago.

No meio do passeio o nosso barco parou pro nosso guia mostrar um bode (isso mesmo, um BODE que estava escalando as montanhas na beira do lago).

Mas afinal… A Nessie é real?

OH MEU DEUS ELA É REAL!!1!11!!!1!

Mas falando sério agora, havia um guia no barco que tinha muita cara de pescador loroteiro, daqueles que conta que pescou um peixe de 5 quilos quando na verdade foi só 2,5. E ele mostrou pra gente os radares que eles possuem pra monitorar o lago, que é bem fundo.

Ele reuniu todo mundo e começou a contar várias histórias e explicar sobre o lago, e mostrou até mesmo fotos do sensores que captaram peixes de oito metros no fundo do lago!

A conclusão dele (e particularmente a minha também): Nessie pode até não ter sido um monstro, mas que ela pode ter sido um peixe bem grande, ah pode. (e o pessoal daquela época adorava umas histórias assim né, sempre morrendo de medo do desconhecido).

fala sério, olha essa cidade

O caminho de volta foi bem calmo, já que fiz questão de dormir a maior parte dele!

Dia 4

Nosso último dia em Edimburgo e faltava um lugar que não poderíamos deixar de ir: Arthur’s Seat.

Olha, esse me deu um baita de um problema. 40 minutos de subida por pedras, terra e lama? Eu ainda nem acredito que consegui mesmo chegar no topo.

(claro que provavelmente eu demorei bem mais que 40 minutos, mas o que importa é chegar não é mesmo?)

Mas valeu a pena viu… Como valeu a pena.

E o que você faz depois de subir uma montanha? Você anda mais pela cidade!

(E sim, fomos na Primark aqui também, essa loja realmente mora no meu coração)

Foi nessa caminhada que eu descobri que se eu pudesse escolher um lugar no mundo todo pra morar, seria em Edimburgo (talvez eu mude de opinião, mas por enquanto fica essa aqui registrada).

Eu até acabei achando o escritório da Reuters e da Rockstar (Edimburgo é muito pequena mesmo)

Eu devia ter jogado meu currículo lá, vai que dava certo

Depois de tantas experiências positivas, eu voltei pro Brasil com o coração aquecido (e o corpo congelado, o frio que tava fazendo…).

Espero um dia retornar, pois só 4 dias não é o suficiente pra viver a verdadeira experiência escocesa, apesar de que eu já estou bem feliz tendo só experimentado um pouquinho!

Pra encerrar, eu deixo aqui a foto do Cowgate, só. Sem explicação. Só aprecie.

--

--