Cinco motivos para considerar NYC uma cidade pequena

Jéssica Raphaela
Revista Passaporte
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3 min readMay 8, 2018

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A metrópole não me engana. Ela tem um pé no interior

Acredite! Há paz em meio ao caos. Foto: Jéssica Raphaela

Por Jéssica Raphaela

Pode ser uma das cidades mais populosas do mundo, o umbigo do capitalismo, o principal centro turístico dos Estados Unidos. Ainda assim, Nova York poderia ser confundida com uma cidade do interior. Passar um tempo na Big Apple só me faz comprovar isso. Multidões, shows lotados e sirenes à parte, dá pra viver sossego nesse lugar. Acredite! Vou te contar o por quê.

1. Cheiro de roça

Foto: Helayne Seidman — NY Post

O Central Park, por si só, já dá uma aliviada na vida na cidade grande. Mas sempre que ando pelo lado sul do parque, me sinto quase numa fazenda. O motivo: o cheiro de cavalo. Ou melhor, o cheiro de cocô de cavalo. A cena é bem de filme mesmo. O passeio de carruagem dá um ar mais romântico e glamouroso — desconsiderando o nível altíssimo de breguisse. Mas se filme transmitisse cheiro, talvez a cena mudasse de figura. A memória olfativa remete a um passeio no haras. E olha… que fedor!

2. Banco da praça

A cidade é cheia de parques e alguns deles são bem pequenos, só para dar um respiro na região mesmo. Pois é nesses lugares que os novaiorquinos fazem aquele famoso passeio na praça. Quer coisa mais interiorana que isso? Eles se sentam no banco pra papear com os vizinhos. Às vezes, rola um jogo de xadrez ou uma partida de dominó. No Harlem, a interação com a vizinhança ocorre na porta dos prédios. Muita gente desce e fica por ali, conversando e passando o tempo.

3. Hello, stranger

Se for turista, não se incomode com alguém riscando seu mapa para te dar a direção

Falando em banco de praça, é super comum um estranho puxar papo nessa situação. Os novaiorquinos podem ser fechados, apressados, irritados. Essa,no entanto, não é uma verdade universal. Já perdi a conta de quantas vezes estava de boa, na minha, e alguém veio iniciar uma conversa aleatória. Ao pedir informação a um estranho, é bem possível que ele gaste um tempo te dando uma boa ajuda. “Estou indo pra lá”, “quando for a hora de descer do trem, te aviso”, “o melhor caminho é…”. Quase goianos!

4. Ice cream truck

A cultura americana de caminhões de sorvete pelas ruas de cidades pequenas enquanto entoam uma canção irritante de caixinha de música sempre foi retratada nos filmes hollywoodianos. Pois bem, alteremos o cenário. Nada de belas casas, quintais imensos com cachorros e crianças brincando felizes. Em Nova York, é diferente. Os mesmos veículos coloridos transitam pelas ruas e avenidas mais movimentadas da cidade. Chega a ser bem estranho aquela musiquinha chata em meio aos arranha-céus. Muito fora de contexto — a trilha sonora, jamais o sorvete, que fique claro.

5. Vai na vendinha

Poucas coisas são tão comuns por aqui quanto as bancas de fruta nas esquinas, principalmente no Upper West Side. Tem o caos rolando, com muito barulho e gente passando, mas você pode fazer a “feira” a poucos metros de casa e comer saudável. O clima é bem interiorano mesmo. O vendedor conhece o cliente e escolhe os melhores produtos pra ele. Falta soltar um “Oi, dona Maria. Como vai?”. Claro que há adaptações da metrópole. A vendinha da esquina perto de casa, no Harlem, por exemplo, funciona 24 horas. Vai que da vontade de comer um morango às 4 da madrugada, né?!

Bem… Por essas — e outras — razões, a vida na cidade grande pode se tornar bem acolhedora, menos assustadora e menos veloz. Agora encerro o post, porque combinei um sorvete com a vizinha na praça. A vida anda corrida por aqui.

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