Encontros, acasos, destinos — 2/2

viagem da viagem — rio de janeiro

Samara Lima
Revista Passaporte
3 min readMar 12, 2018

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Demos sorte na estrada.

Chegamos ao Rio de Janeiro no mesmo dia que saímos de BH. De lá, pegamos a van para a cidade-destino. Fim de ano, engarrafamento na ponte, em todo lugar. Chegamos de madrugada suados e exaustos, mas chegamos.

Ah! Quanto a dias e datas.. ficaríamos entre uma e duas semanas; e ficamos.
A cidade era bem turística — de uma forma que eu nunca havia vivenciado.
Ali, dias de reflexões, encontrei umas das minhas praias favoritas da vida, vi um pôr-do-sol mais que incrível e a lua nascer no mar: tão intenso foi que eu quase adentrei.

O mar é lindo em qualquer lugar.

arquivo pessoal [2018]

Momento de voltar para casa: eu estava confusa, não sabia bem o que queria. Voltei para o Rio com meu amigo, no mesmo dia, porém de formas distintas, horários outros; iria encontrá-lo depois. Antes, porém, próximo à rodoviária, avistei o Cristo ou algum monte-morro qualquer e pensei: quero ficar aqui.

Encontrei-o na rodoviária mesmo e tentei convencê-lo a ficar dois dias mais. Porém, cansado, ele disse não, partiu para casa. Eu, sozinha, me preparava para passar meus dias bonus naquele novo destino.

Entrei no aplicativo do Couchsurfing e consegui um lugar. Meus dois dias se tornaram muitos. Foram no total três semanas na cidade maravilhosa, entre couchsurfing e casa de amigo.

Mais encontros e reencontros.
Os dias que passei com minha host foram incríveis. Lá, chegaram outros: um uruguaio; um casal de indianos que veio conhecer e jantar; um argentino; e, mais jantar, agora com um francês e uma francesa; outro par, do México ele, República Tcheca ela — muito queridos; os franceses, hóspedes agora e noite de drinks, com convidado lituano. Além de todo o fluxo, em um dos jantares comi o melhor chilli vegetariano da minha vida, pelo menos até agora.

Tudo aconteceu porque eu estava onde estava. Houve, ainda outros encontros entre saída e outra. Fomos, alguns de nós-muitos, a um jazz incrível; de longe, avistei uma pessoa de costas e senti uma energia boa, que me atraiu. Perto eu, em um sofá, conversamos — por segundos, ou assim pareceu: ainda vibra aqui a energia.

Fico feliz: todos que conheci, dificilmente eu encontraria em outra ocasião.

Revi algumas vezes um amigo carioca meu, que apresentou um restaurante vegano que ainda não sei dizer o que achei mais gostoso.. Fui também, com ele, assistir a um jogo no Maracanã! Vesti camisa de time e tudo, eu que nem sei de futebol. Adorei!

Outro amigo, recém-chegado de viagem, me recebeu na casa dele e foi ótimo! Conheci mais pessoas. Batemos perna, fizemos produções para o carnaval em uma tarde de preguiça e sol; bebemos, rimos, cozinhamos. Fomos de balsa até uma ilha para o pré-carnaval, e depois, cá de volta, partimos para uma verni-festa; outros dias, assistimos a curtas franceses, nos conectamos: foi carinho.

Os amigos já conformados diziam que eu me mudaria, certeza. Até pensei.
Os amigos inconformados diziam para eu voltar.

Voltei, minha cidade me chamava.
Daqui eu saí para encontrar uma pessoa e acabei encontrando muitas: pessoas incríveis que fizeram o meu verão incrível. Pessoas também são destino, mais que o destino em si, às vezes.

Parto por mim porque parto por eles também.!

arquivo pessoal [2018]

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Samara Lima
Revista Passaporte

viagem, café, cinema, paisagem. aqui, pouco ou nada disso.