“Era pra eu ter nascido na Finlândia, tá?” (chorando e limpando o nariz com a manga da jaqueta)

Tiago da Silva
Revista Passaporte

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Um komondor é a minha versão animal, claramente

A despeito da pele negra e dos dreadlocks que me fazem parecer um komondor preto (esse cachorro do lado), está bem claro que eu deveria ser finlandês.

Eu entendo, em 1989 não havia smartphones com GPS e essas coisas e a pobre cegonha errou, miseravelmente.

Não tenho nada contra o Brasil: até visitaria nas férias (na verdade só disse por educação, não visitaria não). Mas morar aqui, nascer aqui… já é demais.

A Finlândia sim é lugar pra mim:

Maior concentração do mundo de bandas de metal por metro quadrado. Pra dar meia dúzia de exemplos: Children of Bodom, Lordi, Stratovarius, Amorphis, Sonata Arctica e, claro, Nightwish. Droga! Mesmo agora enquanto escrevo isso estou ouvindo Nightwish.

Frio. Frio da porra praticamente o ano todo. Mesmo quando tem sol é frio, mesmo quando eles dizem que é quente é frio. No norte, o inverno chega a durar até sete meses.

Aurora Boreal. Ponto. O texto podia até acabar aqui. Quer dizer, quem é que não quer ver aquele troço verde rebolando no céu? Todo mundo quer ver a Aurora Boreal, mesmo quem não sabe que ela existe.

Menor densidade populacional da Europa: 18 habitantes por quilômetro quadrado. Ou seja, VIDA.

Três quartos do território da Finlândia são cobertos por florestas e o país ainda tem 187 mil lagos.

O hóquei no gelo é o esporte mais popular do país. Nada de ousadia e alegria nem futebol-arte, é porrada no gelo com a bênção dos árbitros (e do público), isso quando não tem a participação dos mesmos.

Ou seja: depois de um relaxante jogo de hóquei, eu posso andar pela floresta, pegar meu caiaque e remar por algumas horas ouvindo Nightwish (que vai tocar ali na capital semana que vem, aliás) e tudo isso sem ver um único ser humano no horizonte, e depois posso acampar vendo da barraca a Aurora Boreal.

Eu honestamente nem sei o que ainda tô fazendo aqui na Terra da Anitta.

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Tiago da Silva
Revista Passaporte

Às vezes me surpreendo com o que escrevo, porque não sabia que pensava assim.