Fazendo a mala, jogando tetris

Regiane Folter
Revista Passaporte
Published in
2 min readMar 5, 2022

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Fazer mala é como jogar tetris. Encaixa aqui, encaixa lá, cada coisa vai entrando em seu lugar até completar o espaço disponível.

Não me considero uma experta em fazer mala (muito menos em jogar tetris), mas com os anos e as viagens fui lapidando essa habilidade.

Minha técnica consiste em colocar todos os objetos que quero levar em cima da cama e priorizar: desde o que é indispensável até o que seria nice to have.

A mala vazia fica ao lado da montoeira de coisas — sempre é uma montoeira, sempre tenho muita coisa pra levar. Nada de carry on, não senhora. Gosto das minhas malas grandes e espaçosas.

Primeiro, estico as coisas de maior volume no fundo da mala. Depois, coloco montinhos organizados de roupas, sapatos, itens de higiene, bolsinhas com remédios, maquiagem, bijuteria. Tenho bolsinha pra tudo!

Coisas que quebram, como garrafas de vidro, são enroladas em blusas fofas ou toalhas e guardadas bem no meio de tudo. Nas beiradas, enfio coisinhas pequenas e flexíveis, como meias e roupa interior.

O mais difícil nem é o que tem risco de quebrar, mas sim embrulhos de presentes ou aquilo que é fácil de amassar, como comida. Nesses casos, apoio o bendito objeto em cima de algo mais molinho, que amorteça possíveis impactos, ou tento encaixá-lo em algum bolsão de ar, pra reduzir as chances de danificá-lo.

Por cima de tudo ou no bolso externo da mala ficam os itens menos importantes, fáceis de tirar no caso da mala superar o limite de quilos permitidos. Porque tem isso né, nas viagens de avião o máximo de peso que posso despachar fica entre 23 e 32kg. Então encaixar tudo certinho e ainda não pagar sobrepeso é um trabalho de mestra!

Triste mesmo é quando a mala está fechada, pesada, prontinha pra ser despachada, e só aí percebo que faltou algo. Um objeto esquecido, uma peça de roupa que estava no varal, algo que seria vital levar, mas que justo caiu atrás da cama e não percebi.

Situação crítica! Porque abrir a mala antes de chegar ao destino é um risco. Tudo que foi organizado pode desandar, a estrutura pode ruir. Imagina se dá game over e tenho que começar tudo de novo?

Por isso, normalmente meto como posso a coisa-quase-esquecida na bolsa ou na mochila e nem cogito abrir a mala. Na pior das hipóteses, fica pra próxima viagem.

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

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Regiane Folter
Revista Passaporte

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