Fui pra Cuba! Meus 4 dias em Havana
Eu tinha pouco tempo em Cuba (7 dias inteiros), sendo que, além de Havana, ainda pretendia conhecer Trinidad e Santa Clara. Então, decidi organizar direitinho meu tempo pra explorar ao máximo a capital cubana.
No primeiro dia fiz um panorâmico da cidade andando pelas ruas mais turísticas do centro. No segundo, me dediquei aos principais museus. No terceiro, fui explorar o bairro de Vedado e a Plaza de la Revolución. No quarto dia, dei um pulinho em Playas del l’Este e a visitei a Fortaleza de San Carlos de La Cabaña do outro lado da baía.
Acho que aproveitei bem o tempo e conto aqui os detalhes do que fiz nos meus 4 dias em Havana.
Fiquei hospedada em Habana Vieja (Calle Morro) e aproveitei o primeiro dia para explorar os arredores. Em menos de 10 minutos andando, estava na praça do monumento a José Martí e o Hotel Parque Central (atualmente da bandeira Iberostar). Comprei o cartão de Internet, mandei notícias (estou viva) e segui para a rua mais famosa dos turistas — a Calle Obispo, um calçadão onde se concentram restaurantes, bares e casa de câmbio.
No caminho, já passei pelo La Floridita (Calle Obispo, 557), o bar onde Ernest Hemingway tomava seu Daiquiri. Muita coisa em Havana gira em torno do escritor americano. Tudo que ele tocou, fez ou falou virou atrativo turístico. A frase mais famosa na cidade “Mi mojito en La Bodeguita, mi daiquirí en El Floridita “ é quase um lema. O bar estava lotado como sempre e não fiz questão de entrar.
Resolvi continuar no caminho literário e fui ao Hotel Ambos Mundos (esquina da Obispo com Calle Mercaderes).
Visitei o quarto de Hemingway que foi transformado em mini museu. Por 2 CUC de entrada você tem direito a uma visita guiada para ver a cama, o banheiro e a máquina escrever Royal usada para escrever “Por Quem os Sinos Dobram”, em 1940. Enfim, se você não é fã do escritor não vai ver nada demais, mas a vista do terraço do Ambos Mundos é bem bonita e vale a pena subir.
Para fechar o tema Hemingway, andei rumo a Plaza de la Catedral e dei uma passada no La Bodeguida del Medio (Calle Empedrado com Sant Ignacio). A quantidade de gringos é assustadora, não entrei e achei que nem valia a pena uma foto da multidão. Aproveitei para andar pela belíssima praça onde se encontra, obviamente, a Catedral de Havana, de arquitetura barroca.
Dali estava pertinho do Castillo de la Real Fuerza, simplesmente uma fortaleza estilo medieval em plena Havana e a única desse tipo nas Américas. Fuxicando minhas fotos não tinha nenhuma que mostrasse a beleza do lugar e tive que pedir ajuda ao Wikimedia. O castelo é muitas vezes ignorado como atrativo pelos visitantes que perdem o tempo se estapeando por um mojito no balcão do La Bodeguita. Enfim, vale a visita, que custa 3 CUC.
O meu dia estava só na metade e rendendo bastante. Bem próximo dali ficava a Plaza de Armas, aquela com a feira de livros e na minha opinião a mais agradável da cidade.
Além de dar uma volta pela praça e entrei no edifício do séc XVIII onde funciona o Museo de la Cuidad ou Palacio de los Capitanes Generales.
É considerado o principal museu do centro histórico, com 40 salas de exposição que vão desde bandeiras, obras de arte, armamentos e tudo que conta a história da cidade desde a ocupação espanhola, da intervenção norte-americana até a Revolução Cubana de 1959. Gastei quase 1h30 no museu, cuja entrada custou 3 CUC.
Resolvi dar uma esticada até outro lado e via a Calle Mercaderes (uma das ruas mais bonitas na minha opinião) cheguei até a Plaza Vieja, onde eu queria subir na Câmara Obscura. Trata-se de um prédio alto de onde há uma super vista da cidade. Por 2 CUC você sobe e tem direito a uma apresentação de pontos turísticos filmados em tempo real e projetados em uma sala escura, claro, daí o nome.
O dia não estava no fim, mas aproveitei o restante do tempo para caminhar sem rumo pela Habana Vieja, comer churros, tomar limonada e olhar as pessoas. Aproveitei e passei pelo Capitólio, que continua fechado para visita.
Resumão do primeiro dia: Calle Obispo, La Floridita, Hotel Ambos Mundos (domingo não tem visita), La Bodequita del Medio, Castillho de la Real Fuerza, Plaza de Armas e a feira de livros, Museo de la Ciudad, Camara Obscura.
DIA 2: MUSEO DE LA REVOLUCÍON E MUSEO DE BELLAS ARTES
Meu segundo dia caiu em um domingo. Decidi dedicar aos museus que eu tinha maior interesse e que ficavam justamente a alguns passos da minha hospedagem. Fui a primeira a entrar no Museo de la Revolución às 9:30.
Foi uma decisão muito acertada porque pude visitar tudo praticamente sozinha sem os grupos de excursão. Como é uma das principais atrações de Havana, tive que falar sobre o museu em outro post.
Vale lembrar que o Memorial Granma fica lodo atrás do museu e a entrada dá direito à visita. É um memorial aos mortos nas batalhas e guarda alguns jeeps e outros carros usados pelos guerrilheiros. Além, é claro, do iate (o Granma) que levou Fidel Castro e seus companheiros do México para Cuba para começar a revolução.
Fim do périplo por aqui, parti para o Museu de Belas Artes que era meu segundo objetivo no dia. É uma visita totalmente diferente da anterior. O prédio é ultra moderno, ar-condicionado mega potente nas quatro grandes salas de exposição. O MNBA de Havana reúne obras de artistas cubanos desde o período da colônia até os dias de hoje. Tudo bem organizado por etapas. Considero uma visita imperdível. Não é permitido tirar fotos.
Nesse mesmo dia eu tentei ir até a Casa Natal José Martí, a casa onde ele nasceu e foi transformada em um museu, mas quando cheguei lá dei com a cara na porta. Estava fechado há meses para reforma e sem previsão de abertura. O mesmo aconteceu com o Edifício Bacardí que também estava fechado. Você vai encontrar muito disso em Havana. Eu tentei me informar antes, mas ninguém sabia ao certo o que estava fechado ou não. O jeito é ir e torcer para que esteja aberto.
Como tive algumas visitas frustradas, o restante do dia usei para andar pelas ruas e fotografar carros antigos.
Resumão do dia 2: Museo de La Revolución & Memorial Granma (entrada 8 CUC, aberto todos os dias de 9:30 às 16:00, pode fotografar). Museo de Bellas Artes ( entrada 5 CUC, fecha às segundas-feiras, não pode fotografar).
Atenção: os horários de abertura em Cuba não tem pontualidade britânica e podem variar, assim como os dias de abertura. O Museu da Revolução, por exemplo, não abria às segundas, mas quando fui estava abrindo todos os dias (Novembro/2015).
DIA 3: PLAZA DE LA REVOLUCIÓN E BAIRRO VEDADO
Hoje era dia de ir um pouco mais distante e eu sabia que a Plaza de la Revolución seria um destino complicado para ir a pé. Como eu evito ao máximo interação com taxistas, decidi pegar o HabanaBusTour, o ônibus sightseeing de Havana, que sai do Parque Central em Havana Vieja. Custa 5 CUC e faz um panorâmico da cidade. Você pode descer nos pontos, mas como a passagem do próximo é meio demorada a maioria não sai do ônibus.
Meu objetivo era sair e andar pela Plaza de la Revolución, aquela mesma com a imagem gigante de Che Guevarra. Todo mundo que vai em Havana sonha com essa selfie. Só que a vida real é um pouco mais dura do que o sonho. Sob um sol com sensação de uns 50 graus, nenhuma sombra e nada por perto achei impossível saltar por ali e ficar andando. Evitei qualquer possibilidade de desfalecimento, fiz as fotos de cima do ônibus e segui viagem. Che queme desculpe.
A Plaza de la Revolucion é emblemática, pois é sede administrativa do governo. A imagem de Che está no prédio do Ministério do Interior e a de Camilo Cienfuegos guarda o Ministério das Comunicações. Enfim, corresponde à nossa Esplanada. Se eu fosse fazer de novo iria bem cedinho ou no fim de tarde para poder andar e visitar o Memorial José Marti que também fica por ali.
Na volta, desci no bairro Vedado para explorar essa parte da cidade. Parei na rua La Rampa, uma das principais do bairro com bares e a tal sorveteria Coppelia. É na La Rampa onde se faz o tour dos hotéis.
Eu fiz tudo como manda o figurino. Visitei o Hotel Nacional e o Habana Libre (que foi o Hilton e depois virou QG de Fidel Castro durante a revolução). Só que não gostei do sorvete da Coppelia (caro e sem graça) e a visita dos hotéis achei meio sem sentido. A vista lá de cima do Hotel Nacional é até bonita, mas nada de extraordinário.
Depois eu subi em direção à Universidade de Havana. Eu passei ali algum tempo, conversei com estudantes e fiz fotos do prédio, um antigo seminário que realmente muito bonito. Andei mais um pouco pelo bairro que tem muitas livrarias e casas residenciais. Depois voltei a pé para Habana Vieja pelo Malecón, uma caminhada de uns 40 minutos.
Resumão do dia 3: Plaza de la Revolución no ônibus sightseeing (5 CUC de 9:00 a 16:00), bairro Vedado, sorveteria Coppelia, Hotel Nacional, Habana Libre e Universidad de la Habana.
DIA 4: PLAYAS DEL ESTE & FORTALEZA DE LA CABAÑA
No quarto dia eu já tinha feito praticamente tudo que eu tinha planejado e decidi conhecer as Playas del Leste, um balneário que fica a 18 km de Havana. Como chegar? É bem simples. Na mesma praça que sai o ônibus sightseeing tem um outro (fechado e climatizado) que faz ida e volta à praia de 9:00 às 19:00, por 5 CUC (direito a ir e voltar).
A praia é de areia branca e água quente, apesar de eu não ter viajado com esse fim gostei de ter conhecido e acho uma ótima opção para quem fica mais tempo em Havana e já se cansou do calor e dos museus. Só cuidado com os mosquitos que atacam no fim do dia. A praia também não tem muita estrutura e em época de alta temporada (depois de novembro) costuma ficar cheia.
Na volta, o melhor é não seguir até o ponto final, aproveitar a “carona” descendo na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña que fica do outro lado da baía (já na cidade) e proporciona um vista incrível de Havana por outro ângulo.
É na fortaleza onde às 21:00 acontece a cerimônia del Cañonazo, os tiros de canhão. Eu estava cansada e decidi não ficar até a cerimônia, só vi os preparativos e parece ser bem teatral, é uma espécie de show.
Caso você entre até as 18:00 custa 6 CUC. Depois das 18:00, quando começam também a chegar os ônibus de excursão para a cerimônia, a entrada sobe para 8 CUC.
O melhor da Fortaleza é passear pelo lugar que é bem grande, com capela, museus e salas de exposição. No bairro residencial fora do forte fica a Casa de Che Guevara, onde ele costumava despachar e acabou virando um pequeno museu. Como já escurecia, eu imaginei que estaria tudo fechado. Na volta, peguei um táxi que custou 5 CUC. Se eu fosse fazer diferente gastaria mais tempo por ali e visitaria o bairro.
Resumão do dia 4: Playas del Este (ônibus ida e volta custa 5 CUC), Fortaleza de San Carlos de la Cabaña (6 CUC até 18:00 e 8 CUC depois das 18:00 para ver os tiros de canhão).
Bom, é isso. No dia seguinte eu segui rumo à cidade colonial de Trinidad, mas isso já é outra história.
Essa história foi publicada originalmente no meu blog https://www.destinodeviagem.com.br on January 20, 2016.