Marinheiro de poucas viagens

Romulo Rodrigues
Revista Passaporte
3 min readMay 12, 2018

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Hoje acordei meio blogueiro de viagem

Viajar é muito provavelmente a atividade mais erotizada que existe hoje. Todo o processo é romantizado, desde a arrumação das malas, a passagem pelo aeroporto, até a experiência em si em terras longínquas. Na era Instagram então… Bom, mas o objetivo destas linhas que escrevo aqui é compartilhar todas as minhas experiências de viagem. Todas. Da primeira até a última. Sim, cabe tudo aqui e vai ser mais rápido que uma ponte aérea.

Nova Iguaçu

Eu nasci em Niterói. Lá vivi um certo tempo da minha infância. O lado materno da minha família morava/mora na distante cidade da Baixada Fluminense. Pra mim, era uma viagem. Das piores, é importante frisar. Não pela cidade, mas pela experiência no geral. Eu era uma criança que tinha enjoos frequentes em ônibus. Agora imagina o pesadelo que era passar pouco mais de 3 horas dentro de um? Eu quase nunca conseguia segurar. Sempre perdia pro meu estômago. Minha mãe passava as viagens constrangida. A estadia na cidade não era também das melhores. Lembro que a maior atração do local era um shopping center recém-inaugurado. E tenho uma vaga lembrança de um dia ter tirado foto numa minicarroça conduzida por uma ovelha. Sei que não faz muito sentido, mas é o que minha memória tem registrado.

Petrópolis

Depois, apenas anos e anos mais tarde fiz uma viagem novamente. Sobe música triste.

Nossa vida nunca foi muito confortável, sabe, Fausto? Rodoviárias e aeroportos eram lugarem bem inacessíveis. Tínhamos sempre que concentrar nossos esforços em superar o presente para apenas continuar.

Corta para mim. Sim, era uma vida bem limitada e escassa. E assim foi por muito anos. A viagem para a cidade imperial foi durante a faculdade, a partir de uma iniciativa da professora de Estudos da Imagem. Maria Luiza. Beijo, Maria Luiza. Esta foi uma viagem bem turística, de poucas horas, mas com visitas a igrejas de arquitetura histórica, à casa de Santos Dumont e ainda estava rolando na cidade a tradicional Bauernfest, festa da comunicada alemã local. Era julho, fazia bastante frio.

Ouro Preto

A. Primeira. Viagem. Interestadual. Imagina o frio na barriga? Na verdade, o frio tava no corpo todo, pois os termômetros registravam 12 graus na cidade. Nesta viagem, fui participar de um congresso de comunicação que havia selecionado minha monografia para ser apresentada. O Intercom Sudeste 2012. Essa viagem foi interessante, pois fiquei numa república. Clássico para um jovem de 20 e poucos anos em uma cidade universitária. Eu era ainda bem bicho do mato naquela época. Constatei que estudantes mineiros têm apelidos engraçados. E era uma regra: ninguém era conhecido pelo nome. Quem me recebeu na república, por exemplo, foi o Boto Fé.

A cidade é bem bonita, mas cansativa. Nunca subi e desci tanta ladeira na minha vida. Ouro tem uma beleza clássica e histórica.

São Paulo

Fui para São Paulo pela primeira vez a trabalho e foi assim em todas as vezes que estive por lá. Ou por aqui, já que, também por causa do trabalho, me mudei pra cá. Amo comer em São Paulo, amo saciar os desejos do meu ascendente taurino apreciando bons sabores. Amo o clima, que me presenteia com temperaturas baixas, as quais raramente experimento no Rio de Janeiro.

Teresópolis

A última viagem que fiz foi para a cidade de Teresópolis, na Região Serrana do Rio. A cidade da famosa Carreta Furacão, que não tive a oportunidade de conhecer. Viajei a convite de uma querida amiga, que tem posses por lá, onde é possível desfrutar de piscina (normal e aquecida), churrasqueira, restaurantes de culinária alemã e a famosa feirinha de itens artesanais, que você não pode deixar de conhecer se estiver pela cidade. E novamente: as temperaturas amenas no verão e deliciosamente frias no inverno. Lá novamente fracassei, dessa vez em tentar aprender a nadar.

Ainda pretendo ir a mais lugares, dentro e fora do Brasil. Confesso ainda querer atualizar esse post após uma viagem para Roma e dizer para um grande amor que “nós sempre teremos Roma”.

Fico mais do que vou. E sempre vou para voltar.

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