O diário da Odisseia

Luis Couto
Revista Passaporte
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2 min readMar 8, 2021
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A primeira parte da minha odisseia com destino final a Alemanha deu certo, estou no México cumprindo uma quarentena forçada para fazer algo que espero que seja único em minha vida, casar. Sim, estou noivo e nessa analogia com a odisseia de Ulisses, minha Penélope se chama Teresa. E diferente da epopeia de Homero, que Poseidon tenta de diversas maneiras atrapalhar o retorno de Ulisses à Ítaca, os meus empecilhos são frutos das restrições de voo que a pandemia do Covid 19 trouxe junto consigo.

Aqui no México, já conheci alguns outros brasileiros que também estão passando pela mesma situação, claro que cada caso tem sua particularidade, mas tudo se resume a uma quarentena forçada no país que ainda tem fronteira aberta para o seu destino. Encontrar essas pessoas acaba gerando identificação e um sentimento em comum: torcer um pelo outro. Pois você percebe que não é louco de estar fazendo o que acha que é melhor para si e nem é o único que está ouvindo o chamado quem vem do coração. Outro fato em comum com a epopeia é que se mistura fatos reais e mitológicos parecidos com o que vivemos hoje em relação a fake news e teses negacionistas de pessoas que não distinguem o mito da realidade. Porém, o que mantém a esperança de que o sol brilhará depois da escuridão da noite, é que Ulisses lutando contra diversas forças mitológicas, venceu. Ele foi guiado assim como eu e todos os outros que estão em suas odisseias, por uma coisa que não é possível explicar, mas sentir e demonstrar, o amor.

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Luis Couto
Revista Passaporte

Born in Brazil, living in Germany. Writing in Portuguese and English. Looking for smiles behind the masks. couto.lf@gmail.com