O dia em que me apaixonei pela Escócia
Não importa o quão viajado você seja, quantos países e lugares conheceu, ao conhecer a Escócia e suas Highlands, você com certeza nunca mais vai esquecer desse lugar e o sentimento de deslumbramento que viveu ali ficarão para sempre na memória (e eu não estou exagerando!).
Confesso que a Escócia não estava em meus planos — porque sim, eu sou dessas que tem uma lista de lugares que deseja conhecer — mas eu ganhei as passagens aéreas de presente de aniversário e esse tipo de presente a gente não recusa né?!
Partimos para Edimburgo em dezembro de 2017, com temperatura entre -6 a 5°C e alugamos um Airbnb por 5 dias. A principio achávamos que 5 dias era muito mas no fim queríamos ter ficado mais. Edimburgo é linda por si só, além dos pontos turísticos é encantador andar pelas ruas admirando a arquitetura e beleza da cidade. Os escoceses são muito educados e atenciosos, a cidade com seus diversos pubs está sempre animada, e dá para fazer tudo basicamente apé mas o meio de transporte também funciona super bem.
O que estávamos mais ansiosos para conhecer eram as Highlands e o Lago Ness. Há duas opções para fazer esse passeio, uma é alugar um carro e a outra é contratar uma agência de turismo. Nós optamos por contratar uma agência já que essa época em alguns lugares estava com muita neve e nós não temos experiência nenhuma em dirigir na neve e muito menos na mão inglesa. Escolhemos então a Highlands Experience Tours, mas há várias outras opções como a Haggis Adventures e Scottish Tours. Entrem nesses sites e vejam a infinidade de opções de tours que existem e com certeza você vai achar algum que encaixe com o que quer conhecer. Não estou sendo patrocinada por nenhum deles (infelizmente rs), eu só indico porque acho que vale muito a pena pelo conforto e segurança.
O nosso passeio foi de 1 dia, saindo as 8 horas da manhã e voltando as 8 da noite, com guia turístico em vários idiomas, que iam contando histórias e curiosidades durante todo o passeio. E teve até paradas extras para ver um alce que estava na beira na estrada e outra parada para ver o pôr do Sol que estava tão lindo que a própria guia quis parar pra uma foto.
Mas o que torna a Escócia única?
As Highlands
São aquelas paisagens com montanhas nevadas, cobertas por névoa, separadas por lagos, vales, castelos medievais, com vários carneirinhos e vacas peludas no caminho que só vimos em fotos e filmes. Em termos técnicos, as highlands (ou terras altas) são cadeias montanhosas situadas a noroeste da Escócia.
O sabor único do Haggis
Se você é como eu e sempre que viaja gosta de experimentar o prato típico do país, então é esse prato que você tem que pedir. Haggis é o estômago do carneiro recheado com uma mistura de coração, fígado, pulmão, entre outras vísceras também do carneiro. Esse prato geralmente acompanha batatas e nabo (neeps and tatties), você encontra ele em qualquer restaurante e pub do país. Para os que não tem muita coragem de comer esse tipo, também tem a versão moderna que é feito bolinhas fritas.
A cidade mais mal assombrada
Em Edimburgo há muitas lendas urbanas relacionadas aos becos e vielas subterrâneas que existem há mais de 400 anos, conhecidos como closes. Naquela época esta era uma das áreas mais infectadas pela peste e para conter a infecção os becos foram fechados com tijolos e as pessoas que ali moravam ficaram encarceradas até a sua morte. O Mary King’s Close é certamente o beco mais famoso e mal assombrado da cidade velha, e é hoje uma das principais atrações da cidade. Há também um famoso fantasma, o Poltergeist Mackenzie, o espírito inquieto de um juiz responsável por muitas execuções ocorridas no século 17. O mausoléu deste senhor fica no cemitério Greyfriars Kirkyard e é tido como um local de elevada atividade paranormal e que já foi tema de alguns programas de TV, porque desde 1990 já foram reportados 350 ataques e cerca de 170 pessoas chegaram a entrar em colapso devido ao Poltergeist Mackenzie. Se você curte esse tipo de história vai gostar dos diversos tours mal assombrado que existem, como Mercat Tours, City of the Dead, Free Ghost Tour.
As vacas peludas
Elas são conhecidas como “ Highland Cow” e que como o próprio nome diz são típicas da região das Highlands (terras altas). Além de serem super peludas elas tem uma franja que cobrem os olhos, o que dá um charme especial.
O verdadeiro Scotch Whisky
Que a Escócia é o país do whisky todo mundo sabe mas o que vocês não tem noção é da variedade de tipos que existem. A palavra whisky vem do gaélico escocês “uisge beatha” que significa “água da vida”, diferente do whiskey irlandês e outras partes do mundo. Para ser considerado um Scotch Whisky, por lei, a bebida tem que ser destilada e maturada somente na Escócia e o processo de maturação exige que seja de pelo menos 3 anos em casco de carvalho. Os rótulos mais conhecidos são Ballantine’s, Grant’s, Old Parr, White Horse, Buchanan’s, Glenfiddich, Dalmore e Red Label-Johnnie Walker. Se ficou curioso sobre os tipos de whisky, quais são os melhores e os preços, clique aqui e leia mais.
O sabor do Shortbread
Mais conhecido como biscoito amanteigado, leva na receita apenas manteiga, açúcar e farinha. Parece um biscoitinho bobo mas é tão macio e gostoso que é impossível comer só um.
O Unicórnio
O unicórnio não é só uma modinha na Escócia, e sim o “animal” símbolo do país. Na mitologia escocesa, de origem celta e viking, o unicórnio é símbolo de pureza e alegria. Ele está presente no Brasão de Armas do Reino Unido e também é possível contemplar sua imagem no Palácio de Holyrood, na capital Edimburgo.
O Monstro do Lago Ness
Situado ao norte da Escócia, nas montanhas Highlands, com 32 quilômetros de comprimentos e 271 metros de profundidade. Tudo começou em 1933, quando um pequeno jornal regional publicou o relato de um patrulheiro, que jurava ter visto um monstro no lago. Até hoje, a existência de Nessie nunca foi comprovada, mas é fato que ele ainda mexe com o imaginário todos.
Os Castelos Medievais
Estima-se que já existiram cerca de 3.000 castelos em solo escocês — alguns deles ainda continuam em pé. Entre os mais visitados pelos turistas estão o Castelo de Edimburgo, o Castelo de Eilean Donan, o Palácio de Falkland e o Palácio de Holyrood.
O cão mais fiel
Bobby que entrou para história como Greyfriars Bobby (Greyfriars é o nome do cemitério), ficou conhecido no século XIX por ter passado 14 anos guardando o túmulo do seu dono, vivendo da água e da comida que o jardineiro lhe dava. Quando Bobby morreu não pôde ser enterrado no cemitério, já que era solo consagrado, por isso foi enterrado a 70 metros do seu dono, em solo não consagrado. Hoje, o local virou ponto turístico e o Bobby ganhou até uma estatua em sua homenagem.
O cashmere escocês
Até eu chegar em Edimburgo, eu nem sabia que o país era famoso também pelo cashmere. Só na extensão da Royal Mile existem várias lojas que vendem tudo o que se possa imaginar de produtos feitos de cashmere.
Os Clãs e os Tartans
Toda família escocesa que se preze tem o seu tartan oficial e que consequentemente formam um clã. O clã nada mais é do que uma forma de identificar um grupo ou uma família tipicamente escocesa. Cada “clã” tem um nome e um conjunto de cores que são entrelaçadas diferente formando um tartan (padrão xadrez). Ou seja, o xadrez do kilt simboliza de qual família/grupo que a pessoa faz parte.
E o prefixo Mac no início da maioria dos nomes próprios significa “filho” (em gaélico escocês); assim, Andrew MacDonald é “filho de Donald”. Em gaélico, quando se trata de uma mulher, Mac é substituído por Nic, que quer dizer “filha”. Por exemplo, Margaret MacRae transforma-se em gaélico para Mairead NicRath.
Ufaaa, acho que escrevi muito! Deu para perceber como eu amei a Escócia? Isso porque eu nem escrevi sobre os pontos turísticos clássicos de Edimburgo (fica para um próximo post).
E vocês o que acharam? Também já se apaixonaram pela Escócia? Ou te convenci acrescentar na sua lista de viagens? Porque eu não vejo a hora de voltar lá!
Segue abaixo algumas das minhas fotos dessa viagem tão apaixonante…