O dia em que me perdi na Itália

Ariela Maier
Revista Passaporte
Published in
3 min readJul 14, 2020
O centro de Lonigo bem cheio em uma manhã em que nem sonhávamos com o Corona vírus

Lonigo é uma cidade no norte da Itália que tem cerca de 14mil habitantes e é onde uma amiga minha mora. Fui visitá-la durante meu mochilão de quatro meses na Europa, em 2018. A meta era descansar e comer por uma semana, receber mimos, agarrar o cachorro dela, tomar sol, poder lavar a roupa em paz e fazer as coisas mais simples que fazemos em uma rotina normal e que sentimos tanta falta quando estamos viajando sozinhos, dormindo em quartos coletivos de hostels e viajando com uma mochila gigante nas costas.

Fazer algumas caminhadas também estava na pauta, e lá fui eu andar pela cidade no meu primeiro dia de estadia. Saí assim sem rumo, achando que seria fácil voltar, já que a cidade era pequena, mas quem me conhece sabe o ótimo senso de direção que eu tenho.

Depois de umas duas horas caminhando e já cansada daquele sol na minha cabeça, peguei meu celular para procurar o caminho de volta, e eis que me lembro que um dia antes o 4G simplesmente parou de funcionar quando eu tinha passado da fronteira da Alemanha para a Itália. Mas que merda, comprei aquele chip pra funcionar em toda a união europeia. Procurei por um sinal de wifi, e nada, afinal estava em uma cidade minúscula. Andei mais um pouco, e encontrei um senhor em uma banquinha de jornal aberta. Tentei lembrar das falas de novelas brasileiras da Globo que traziam a cultura italiana e de quebra algumas palavras na língua. Consegui me lembrar da frase mais importante: “Yo no parlo italiano” (ou sei lá como se escreve isso). Juntei cara e coragem e fui fala com o sinhozinho da banca: “Yo no parlo italiano, estou perdida! Inglês? Preciso chegar nesse endereço!” e mostrei o nome da rua no celular. O desespero estava bem estampado na minha cara. E claro que ele não falava inglês, e foi tentar me ajudar em italiano e com gestos o caminho que ele achava que eu devia fazer: “blabla, destra, blabla, sinistra, blablabla?!” Já tinha me perdido na metade da explicação, porque pelo jeito eu estava bem longe. Mas lá fui eu tentar me encontrar no caminho que ele tinha tentado me direcionar. “Qualquer coisa pergunto a alguém novamente”, só que não tinha uma alma viva na rua, e eu já não fazia mais ideia de onde estava. Saco, todas as ruas pareciam iguais.

Antes de tentar voltar à banquinha e clamar por ajuda novamente, decidi dar uma fuxicada no meu celular. Vai que por ordem divina a internet voltava a funcionar. Fuxica aqui e ali, me toquei que o botão de 4G estava desligado. Em algum momento na fronteira, ele desligou sozinho e sei lá o porquê! Aiiii graças a Deus, ele estava do meu lado. Que alívio, pude abrir todos os apps de mapas novamente e consegui voltar sem mais apuros pra casa da minha amiga. Ufa!!

Portanto fica a dica da luz no fim do túnel: se a sua internet parar de funcionar em alguma fronteira da união europeia, dá uma fuxicada no seu celular. Eu sinceramente não sei porque isso às vezes acontece. E se não funcionar, improvisa no desespero!!

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