Os primeiros 10 minutos em um novo país.

Freda Paranhos
Revista Passaporte
Published in
2 min readFeb 27, 2018

Minha cabeça fica zonza. Eu tento identificar como são as pessoas, o que elas vestem, como se portam.

Mas poxa, tá todo mundo correndo nessa estação de trem.

Meus olhos desviam para as propagandas, elas dizem muito sobre uma nacionalidade.

Tá, eu não estou entendendo o que está escrito. As fotografias são boas. A diagramação também, mas não dá para absorver muito disso aqui.

Comida!

Vou até ao banheiro olhando as vitrines dos restaurantes. Ok, dá para ter uma ideia de como é a vida por aqui.

Chocolate, chocolate, waffle, batata frita, chocolates diferentões e mariscos com…

Batata frita!

É lógico que estou na Bélgica e Bruxelas pode ser assustadora a primeira vista.

Ponho meus pés para fora da estação.

Um frio desgraçado.

Um vento cortante.

E um homem mijando em um mictório a céu aberto.

E eu paguei 50 centavos de Euro para fazer xixi agorinha.

Cinco dias depois, na mesma estação já é outra história.

Foi assim em Amsterdam. Na hora em que cheguei, sem internet, não conseguindo wi-fi, um turbilhão de bicicletas quase me atropelou.

Malas pesadas para carregar.

E eu tive medo de me perder mesmo já estando perdido. Atravessei o canal para pedir uber com a internet que havia acabado de comprar.

Dei aquela suspirada de agonia e lá estava eu de volta a mesma estação de trem, dias depois.

Desviando das bicicletas com a delicadeza de um bailarina.

Com o mapa mental de todo o transporte público, a bagagem cultural repleta de Van Gogh, arte moderna e Rembrandt. A barriga e a mala cheios de queijo holandês (huuuuum).

A verdade é que a gente demora alguns dias para se acostumar, mas na hora de ir embora a gente já morre de saudades e jura voltar o quanto antes.

Viajar é uma droga!

--

--