Por que viajar sozinho?

Mariana Staudt
Revista Passaporte
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2 min readFeb 26, 2018

Há quem tenha medo de enfrentar o desconhecido sozinho. E há quem seja apaixonado por viajar com a própria companhia. Entre facilidade e obstáculos, é preciso largar os medos e aventurar-se por aí!

Viajar está no topo da lista das melhores coisas da vida e é meu grande vício. Há uns três anos, alguns dias a mais de folga durante o carnaval me permitiram saciar uma vontade. Resolvi fugir da folia e partir para uma aventura: viajar sozinha por uma semana na Argentina.

Não é todo mundo que entende quem faz isso. Aqueles olhares de “Que louca”, “Você não tem medo?”, “Por que vai sozinha?”, “Será que ela não tem amigos?” são bem comuns. Vou sozinha porque eu quero, ué.

Um pouco antes desse episódio, tinha tido a primeira experiência entre me, myself and I. Fui num show sozinha e, naquele dia, descobri que gosto muito da minha companhia. E assim foi na viagem. E foi assim em muitos momentos depois destes. Estar sozinho é muito melhor do que passar o dia inteiro de cara amarrada por causa de alguém. Ir para onde quiser, na hora em que quiser, sem consultar, nem contrariar ninguém. Tomar um café apreciando a paisagem. E com o tempo, você se acostuma a fazer os comentários para você mesmo e rir sozinho. Simplesmente curtir.

Nos dias em Buenos Aires, tiveram, sim, momentos em que eu pensei: “Caramba! O que que eu tô fazendo aqui?!”. Depois de caminhar o dia inteiro, com uma mochila pesada nas costas e tomar um mega banho de chuva, é natural quase chorar comendo um Mc Donalds, não é? Nessas horas eu lembrava das palavras de Donavon Frankenreiter: Don’t stop doing what you believe in, don’t let them put you on a shelf, you’re got to move by yourself, move by yourself tonight. Afinal, ter coragem é saber administrar os medos.

Na época, aprendi com uma amiga uma palavra em alemão — que agora é moda entre os viajantes — que expressa essa paixão por desbravar o mundo. Wanderlust (wandern: a vagar, lust: desejo) ou “forte desejo de viajar”. Ao viajar sozinho você se obriga a descobrir, a se virar, a arriscar, a errar o caminho e depois acertar, a falar com qualquer pessoa e a ter uma família provisória. Ou, se você não quer falar com ninguém, não precisa e pode ser um ótimo período sabático escutando menos a própria voz e conhecendo mais a si. Viajar é isso. Limpar a mente e a alma, aprender a dar valor às (grandes) pequenas coisas da vida e conhecer mais sobre você mesmo. Seja sozinho ou acompanhado.

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Mariana Staudt
Revista Passaporte

@mari_staudt | Jornalista que trabalha com marketing digital. Ariana que acredita em um mundo melhor.