Ser Tão
mire veja
Tem lugares que ficam na gente desde o primeiro instante.
Paixão, amor, carinho, respiro; tudo de uma vez.
Mire, assim foi Sagarana.
Vila pequena, de coração imenso
Onde não há nada e tudo tem!
Ser-tão-atemporal
Um amado amigo de vida, prosa e café, entre causo e outro, semente e cerrado, memória e caminho, contou-me sobre o sertão.
Entre um gole e outro— experimentei — mais um — escutei.
Depois de tantos, o sertão chegou em mim.
Ou cheguei eu!
Lugar amado-amigo, cheio de vida, céu e baru.
Entre o partir e lá chegar, uma saudade crescente. Casa de abraço morno e pouco vento é o sertão; tranquilo, vazio, bicolor — quando tons de marrom-terra-seca encontra o azul.
Entre poesia e paisagem , silêncio e inspiração.
E depois de tantos voltares: retorno!
Sagarana foi vontade e (a)ventura, abraço e aconchego.
Sagarana foi (re)encontro, aqui, sorrisos e fiapos.
Paixão, amor, carinho, respiro.
Foi e é tudo isso a cada vez, e quantas mais estiverem por vir.
*Sagarana pertence ao sertão mineiro e é um pequeno distrito de Arinos, e o segundo assentamento da Reforma Agrária implantado pelo Incra em Minas Gerais, no ano de 1973.
