Sobre primeiras vezes (1/2)

trecho aracaju — maceió

Samara Lima
Revista Passaporte
3 min readDec 16, 2017

--

Esse ano eu fiz uma coisa que sempre quis fazer: viajar de carona.

A primeira (vez) foi durante um mini-mochilão que fiz com um amigo, de Salvador a Recife.
No dia que decidimos sair de Aracaju sugeri irmos de carona.
Eu sabia que ia rolar nessa viagem, senti… e, para minha sorte, meu amigo topou!

Saímos, então, de Aracaju para a BR, rumo a Maceió! Para chegar à saída da cidade, pegamos três ônibus (com integração, amém) e descemos em uma parada que ficava em frente a um posto de gasolina.

Minutos depois, um senhor parou e nos levou até o posto seguinte, pois seria mais fácil arranjar carona lá. De fato, a estrutura do segundo posto era melhor e, por isso, talvez, mais carros e caminhões parassem ali.

A primeira vez, deveras, foi bem rápida..! Quando vimos, acabou.

O segundo ponto de carona (aliás, andamos um trecho de onde o carona nos deixou até o tal posto, atravessamos ponte e tudo) era um tanto estranho, ou mesmo agoniante; moças vendendo caranguejos na pista, oficinas mecânicas e pouca simpatia; um lugar-vila-sei-lá-o-quê em frente ao posto de gasolina.

No posto, fizemos nossa busca por papelão e, quando desistimos da busca, apareceu um, do tamanho ideal para fazer a plaquinha!
Maceió escrito na placa e a gente na pista — depois de ficar de um lado para o outro, como barata tonta, sem saber se melhor seria a estrada ou o posto mesmo.

Avistamos um quebra-molas e, então, lembrei de dicas sobre caronas que li em uma matéria — esta dizia que após o quebra-molas é um bom ponto, pois o motorista, ao reduzir para passar sobre ele, tem tempo hábil de ler a placa e visualizar o caroneiro.

Mal encostamos e nossa carona chegou, nos levando por 40 km até o próximo posto de gasolina. Carona essa, a propósito, maravilhosa e cuidadosa, que me rendeu outra história (aqui).

O meio da tarde havia passado quando chegamos à próxima parada. A nossa segunda carona sugeriu que ficássemos num ponto de ônibus, perto do posto, pois, caso uma carona não surgisse, haveria uma van até a cidade seguinte.

Ficamos entre 5 e 10 minutos ali no ponto de ônibus, com a placa meio baixa, sem muita esperança, pensando na van, e eis que para um caminhão imenso na pista: nossa terceira carona, com quem atravessamos a divisa para entrar, finalmente, em Alagoas.

arquivo pessoal [2017]

Foram muitas horas de viagem, contudo, com conforto, paisagens lindíssimas, novas para mim, e pausa numa ponte para registrar a lua cheia.

Descemos noutro posto, o último daquele dia, que ficava a meia hora do nosso destino final naquele momento.

Quase.

Quando chegamos já passava de 20h e não havia mais opção de ônibus para a capital Maceió, de onde poderíamos pegar outros meios de transporte.
Nem ônibus, nem taxi, nem mais carona, nem uber, nem nada.

Conversa vai e vem, descolamos nossa quarta carona, porém, somente para o dia seguinte, com um dos vigias do posto. Ou seja, passamos a noite lá, abrigados num restaurante que àquela hora estava fechado (história para uma outra vez, quiçá).

Ao amanhecer, nossa última carona desviou sua rota para nos levar até nosso destino, ou seja, uma das praias mais bonita que sonheci¹, onde a areia canta.

Parte II: aqui

¹ Entre o conhecer e sonhar; sem qualquer planejamento prévio, das coisas que surgem em erros de digitação;

Praia do Francês — arquivo pessoal [2017]

--

--

Samara Lima
Revista Passaporte

viagem, café, cinema, paisagem. aqui, pouco ou nada disso.