Travel for conservation

Daniela Ruiz
Revista Passaporte
Published in
3 min readMar 14, 2018

Deixamos São Paulo no dia 01 de fevereiro de 2017 rumo ao continente africano. Saímos da maior cidade da América Latina para a maior cidade da África do Sul. Nosso destino final era Botsuana e nossa porta de entrada foi por Joanesburgo.

Tendo o tempo sempre como nosso aliado, resolvemos ficar alguns dias no distrito de Maboneng, um dos maiores enclaves urbanos da África do Sul mas que hoje é um exemplo incrível de regeneração urbana. Maboneng, que significa “lugar de luz”, foi renegada durante anos e considerada um “não-lugar”. Tornou-se uma cidade perigosa e abandonada, reflexo de um país que sofria com as ondas de crimes que acompanhavam o momento político de transição do pós-apartheid em 1994.

Maboneng hoje é fruto de um ousado projeto iniciado em 2008 que acredita que um ambiente urbano inovador incentiva a diversidade, que a visão global deve estar ancorada por uma ação local e que a arquitetura é capaz de construir diálogos e engajar os domínios privados e públicos a se unirem por um bem maior em nome da cidade e das pessoas.

Botsuana

Queríamos que o começo de nossa viagem fosse de exuberância. E, para nós, a exuberância só é encontra na natureza profunda, quando você se conecta de fato com aquilo que constitui o nosso ser. Foi por isso que escolhemos a África como nosso primeiro destino.

Quando se viaja com crianças pequenas, muitas vezes achamos que os limites são colocados por elas, mas, na verdade, esses limites são impostos por nós mesmo e nossas próprias inseguranças.

Não foi fácil desenhar nosso percurso, por causa da idade das meninas e da nossa vontade de um destino de aventura. Mas depois de muita pesquisa e indicações de amigos, conhecemos uma fotógrafa e aventureira brasileira que vive há nove anos em um trailer na cidade de Maun, chamada Janaina Matarazzo. Janaina chegou em nosso hotel em Maboneng com algumas cervejas em um cooler dizendo que essa era “a moda de Joanesburgo!”. Logo viramos amigos.

Estamos completando oito meses de estrada e estamos cada vez mais seguros do poder transformador das relações e o quanto do aprendizado está nas pessoas. Os lugares que escolhemos vivenciar são responsáveis pelos contornos e dão o tom para que as relações aconteçam.

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