Viagem inesperada
Era para ser uma aventura rápida pelas pastas do meu computador, mas não. Lá estavam elas: várias fotos antes perdidas.
Foi como ganhar uma promoção. Uma passagem instantânea de volta para os melhores momentos da minha vida.
Não pude negar o passeio. Fui direto para o guichê, peguei meu bilhete e entrei no avião. O embarque foi bastante peculiar. Cada passo no corredor me causava felicidade. Meus melhores amigos, minha família, alguns estranhos que outrora eu havia fotografado, e memórias. Todos sentados ao meu redor.
A aeromoça foi muito gentil. Serviu pratos que eu já não lembrava o sabor.
A decolagem foi intensa, a viagem passou em minutos e logo a aeronave pousou. Desci sem pressa e fui observando cada um dos detalhes.
Lá estavam elas: as melhores fotografias para aquele momento. Eternizando histórias que eu não poderia esquecer.
Eu não recordava do lindo contraste que o fotografo vestindo cores quentes entregava a paisagem tão fria, tampouco do pássaro magricelo alimentando os filhotes gordos ou dos passantes que sem querer fotografei.
Como desprezar o casal apaixonado comendo torta na padaria, os desconhecidos jogando xadrez na praça, a menina linda que colhia flores, o andarilho cantando dentro do ônibus… Tudo estava esquecido.
Às vezes deixamos detalhes em algum momento do passado e só as fotos perdidas -quando encontradas- nos dão o poder de busca-los e emoldura-los na nossa memória recente.
Voltei faz pouco da minha repentina jornada. Fechei a pasta e vim correndo escrever, para gravar em palavras a nostalgia das pequenas coisas e o arrependimento por todas as fotos que eu não tirei.
‘’Gostou do texto? Lembre-se de prestigiar os nossos escritores. Que tal deixar um comentário e compartilhar com seus amigos? Clique em Clap quantas vezes quiser, as palminhas vão de 1 a 50.
Escrever é um processo de troca entre o escritor e seus leitores. Juntos, somos capazes de construir uma verdadeira comunidade de viajantes no Medium.
Abraços,
Siga a Revista Passaporte.’’