VIAJAR MUDA O MUNDO!
24 Junho 2017 — Nápoles
Desde que eu voltei na Itália e deixei o meu trabalho na BRF (Sadia & Perdigão), lá no Brasil, eu fiquei com muita confusão na cabeça. Muita confusão e muita ansiedade que continua ainda fazendo parte dos meus ensolarados dias.
Qual o meu lugar no mundo nesse momento? O que eu vou fazer da minha vida a começar do agora? Não consigo me imaginar trabalhando por outra pessoa. Não consigo me imaginar levantando todos os dias para começar intermináveis reuniões numa grande empresa. Menos ainda consigo me imaginar numa posição que pouco agrega a sociedade e contribui piorando a atual situação do planeta.
Mas a verdade é que entre tanta confusão na cabeça, uma certeza no fundo do nosso coração a gente sempre tem. Então minha mais profunda verdade, desde minha adolescência, continua sendo sempre a mesma: pois o que eu mais amo nesse mundo é viajar!
Todo o mundo sabe disso. Pergunte a qualquer pessoa por aí!!! Todo mundo vai saber que minhas paixões na vida são culturas, idiomas, nomadismo e descoberta de novos cantos no planeta. Três anos atrás eu nem podia imaginar que, hoje, estaria aqui escrevendo em vários idiomas ou gravando vídeos em Português que não é minha língua nativa (veja aqui).
Que incrível tudo isso, não é?!
Porém nunca parei tanto assim para pensar sobre isso como nesses dias. O que tem de tão especial tudo isso de fato? Provavelmente nada para você! Mas o mais eu pondero e reflito sobre o que acontece ao meu redor e no mundo e me aprofundo sobre temas de relevância social ou ambiental, o mais eu percebo que, se queremos de fato mudar alguma coisa no mundo, o que a gente mais precisa é viajar.
Viajar para entender que a final nós todos somos seres humanos. Que de fato não importa se você é branco ou negro, se na realidade todos nós temos mesmos sonhos e mesmas esperanças, se nos questionamos sobre as mesmas coisas e compartilhamos as mesmas ansiedades. Viajar para refletir sobre o que significa ser uma pessoa privilegiada, um ser sortudo, só por ter nascido numa especifica região da Itália ou pertencer naquela ou na outra classe social no Brasil; e por conta disso refletir um pouco mais sobre nossas ações, nossos consumos e nosso jeito de relacionarmos a vida (etc., etc.).
O que mais eu quero dizer aqui é que a gente não pode continuar indo pela rua com os olhos fechados. Não podemos continuar subindo e percebendo passivamente o mundo, olhando-o para a tela de um celular ou de um televisor. Pobreza. Fome. Falta de educação de qualidade. Problemas climáticos ou de desigualdade, a crescente crise dos refugiados.
Mais por qual motivação alguém deveria estar se preocupando com o que está acontecendo do outro lado do mundo, se a gente nem consegue se preocupar com o que está acontecendo do outro lado da rua?
Nós não vamos achar soluções para isso se não olharmos para esses assuntos, para o que de fato eles são: questões globais, de interesse comum, de cada um de nos. Minhas e suas, pelo fato de nos pertencer ao mesmo planeta. E é por isso que eu acredito que o que nos mais precisamos nesse mundo é viajar mais, compartilhar nossas histórias mais e desenvolver cidadãos globais mais.
Não podemos mais continuar andando cegos nas ruas, não vendo de cara o que de fato está acontecendo. Não dá mais para fingir que a gente não sabe, nem para pensar que não temos responsabilidade com isso.
Nos sambemos disso tudo sim!
E desde que a gente sabe nós todos somos cumplices também, não é?
Por isso, e por mil mais outras motivações, o que eu mais tenho a dizer hoje é que se a gente quer mudar mundo o que nos mais precisamos é viajar!
Junte-se a minha aventura:
Instagram: @felicemarano_
Youtube: Felice Marano
Felice
#NãoéFelipe rsrs