Vidas em Movimento

Roberto Tostes
Revista Passaporte
Published in
2 min readJan 11, 2015

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Gente em movimento gera energia.

É um sentimento que fica mais forte em aeroportos, rodoviárias, portos, terminais de embarque. Pontos de chegada e partida, de idas e vindas.

É um trânsito diferente, quase um ritual. Por obrigação ou prazer, com pressa ou com calma, há sempre alguém partindo, desembarcando, arrumando e desarrumando bagagens.

Mesmo cansados ou tensos, alegres ou saudosos, podemos sentir nas pessoas, solitárias ou em grupos, uma certa mistura de saudade e esperança no ar.

Tem gente de todas as idades e tipos se cruzando, se esbarrando, mas sempre trazendo nos olhos, nas expressões e no jeito de agir uma expressão diferente. Além do tempo, algo fora do comum.

Tudo passa mais rápido ou mais lento. É um tempo mais vivo e pulsante.

Tanto nas pequenas como grandes viagens, o que importa é a intenção de ir, de chegar a um lugar. Descobrir, encontrar, deixar, sentir saudades, voltar e partir.

Por isso conseguimos perceber esta energia que brilha nos olhos e nos gestos de pessoas comuns e desconhecidas.

É uma consequência deste sentimento, de estar em um movimento diferente. Todos ficam mais alertas, sensíveis, despertos ou animados.

Por isso é tão bom viajar para algum lugar. Quando estamos num ponto de trânsito vemos tanta gente neste processo que nos contagiamos e nos sentimos mais vivos.

Talvez nesta hora seja possível perceber e ter consciência de que às vezes em nossas vidas, mesmo correndo, continuamos parados no tempo sem ir a lugar nenhum.

Por isso é tão importante aproveitar estas sensações e tentar entendê-las e estendê-las para outros momentos.

Quanto mais percebermos que estamos aqui de passagem, mais poderemos entender o porquê da viagem.

@robertotostes

image: Carlow Past & Present 1987–88 Vol.1 No.2. Back page.

http://www.rootsweb.ancestry.com/~irlcar2/Carlow_images_05.htm

Picture taken outside Doyle’s of The Shamrock in 1954 of a group of people on a trip to Wexford.

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