Vivendo em Mascate: um raio-x da capital de Omã
Segurança, custos, dicas para mulheres estrangeiras e outras informações básicas sobre o dia a dia na cidade
A caminho de fechar quatro meses em Mascate, compilei algumas percepções sobre o cotidiano daqui que podem ajudar quem não conhece a região a ajustar expectativas. Alerta de spoiler: o terrorismo que tanto mancha a reputação do Oriente Médio não faz parte da realidade de Omã que, pelo contrário, é um dos destinos mais seguros do Golfo para famílias e mulheres viajando sozinhas.
Visão geral
Sob o comando do Sultão Qaboos, Omã floresceu e se modernizou como nenhum outro líder havia feito antes. Isso quem me disse foram omanis com diferentes idades, gêneros e históricos de vida, o que para mim é um forte indício de que deve mesmo ser verdade. Esse processo de evolução comercial e social resultou na criação de um número significativo de empregos, preenchidos em grande parte por estrangeiros.
De acordo com um levantamento feito pelo Centro Nacional de Estatísticas e Informação de Omã em 2016, 45% da população do país é formada de estrangeiros (aproximadamente 2 milhões). A mesma pesquisa apontou que em Dezembro de 2016, o número de estrangeiros trabalhando para o setor privado girava em torno de 1.6 milhões contra 209 mil omanis. Os números comprovam o que todo mundo por aqui já sabe: oportunidades de trabalho são um dos principais motivos pelos quais cidadãos dos países vizinhos (Índia, Bangladesh e Paquistão, principalmente) decidem vir para Omã.
Esses trabalhadores geralmente moram em alojamentos das empresas — prédios ou condomínios dedicados especialmente aos funcionários. Claro que a vida nos alojamentos não é um luxo, mas as necessidades básicas estão garantidas e, em consequência, não tem favela ou algum bairro de pobreza escancarada onde essa população que ganha menos fique concentrada, como no Brasil. Claro que existe uma diferença em relação aos bairros onde moram os mais ricos, mas é uma discrepância entre moradias sofisticadas e moradias simples, nunca abaixo de um nível mínimo de conforto e dignidade.
A cidade é extremamente limpa e bem cuidada, com jardins repletos de flores coloridas milimetricamente podadas e construções nababescas que projetam essa mesma sensação de organização e meticulosidade. Essas construções geralmente abrigam instituições governamentais (ministérios e secretarias, por exemplo) que não estão abertas ao público, mas se você quiser ter o gostinho de ver uma delas de perto e explorar o interior, a Royal Opera House de Mascate é a parada perfeita.
Segurança
Nos dois anos que abrangeram minha viagem para o Chile e a volta para o Brasil, tive quatro celulares roubados e conheço bem o gelo no coração que a gente sente quando se dá conta que foi passada pra trás. Essa mesma sensação tomou conta de mim quando eu esqueci minha carteira in-tei-ri-nha com todos os documentos e dinheiro no balcão de um restaurante na praça de alimentação de um shopping. Assim que me dei conta, voltei e, para minha surpresa, ela foi devolvida com absolutamente tudo dentro. Os funcionários ainda deram uma risadinha de leve do meu alívio, como se fosse um exagero eu achar que ela não estaria lá esperando por mim.
Essa breve historinha serve para exemplificar como é a atmosfera da cidade de uma maneira geral. Não se ouve falar em assalto, raros são os relatos de furto, não se vê nem briga de trânsito. Toda essa disciplina não apareceu por nada — conflitos físicos são passíveis de detenção policial e até quando fazem graça dessa rigidez, sinto um certo medo nos omanis quando se fala em sistema de justiça e cadeia (a sharia, lei baseada nas orientações do islamismo, é vigente no país).
Como em muitos outros aspectos da vida por aqui, percebo nesse comportamento uma conexão direta com a religião — o islamismo em Omã não tolera a atitude beligerante que é tão comum no cotidiano ocidental. Essa conduta de tranquilidade extrema pode ter suas desvantagens, como abordo mais adiante no item “Vida noturna e socialização”. Mas não dá para negar que quando se trata de cordialidade e respeito ao próximo no dia a dia, é um belo norte a ser seguido e um exemplo para os países vizinhos, onde “mais animação” frequentemente resulta em situações mais difíceis de controlar.
Resumindo: Mascate é uma cidade pacífica onde qualquer incidente mais violento é episódio raro e reprovado com ultraje pelo restante da população. Claro, nem tudo o que é notícia ruim circula livremente nos jornais e bocas do povo onde curiosos como eu podem acessar com facilidade, o que certamente influencia na percepção final. Ainda assim, é uma guinada de 180 graus em relação ao conceito de tranquilidade que a gente conhece no Brasil.
Transporte
É uma das minhas maiores críticas à cidade e um dos principais obstáculos para viajantes pedestres que, assim como eu, encontram muito mais facilidade em fazer as coisas a pé do que de carro.
Mascate tem um formato comprido e avenidas que cobrem praticamente toda essa extensão. O resultado dessa malha urbana é uma cidade feita completamente para carros — ainda que existam lojinhas e cafés de rua, a maior parte dos estabelecimentos fica em aglomerados comerciais distantes uns dos outros, o que dificulta muito a vida de quem quer se aventurar a pé.
O transporte público consiste em uma linha de ônibus que, além de não cobrir toda a cidade, não tem uma escala de horários definida. Isso quer dizer que quando você dá a sorte de encontrar uma parada de ônibus, pode demorar uma eternidade até o bendito passar. O lado bom é que custa só 200 baisa (tipo R$1,70).
Excluindo os ônibus, há três opções mais acessíveis para se locomover pela cidade:
- Táxis: os motoristas são todos omanis e geralmente simpáticos, gostam de conversar e contar detalhes turísticos sobre a cidade. Se o seu santo bater com o dele, não hesite em pedir o número do celular e chamá-lo sempre que precisar. Com o mesmo motorista, é mais fácil negociar o preço. E esse é o lado ruim — o preço é sempre acordado verbalmente e nessa conversa o turista tende a pagar mais caro. Se tem taxímetro, deixam escondido porque até agora não vi nenhum. Negociar o valor é uma regra e o que funciona para mim é calcular um valor que parece justo (leia-se: valor justo + 1 ou 2 rials) e insistir para que o motorista tope, ao invés de perguntar para ele quanto custaria para ir até tal lugar.
- Carros alugados: o valor varia dependendo do modelo, mas um carro normal sai por aproximadamente 8 ou 9 rials (R$65–75) por dia. Tudo depende da configuração da sua viagem: se você veio para ficar mais tempo, está com um grupo de pessoas e se diverte descobrindo os caminhos, pode vir a ser muito mais rentável e interessante não depender de outra pessoa para se virar.
- Vans corporativas: essa alternativa é para quem vem para Mascate para trabalhar. Justamente por não ter um transporte público com horários regulares, as empresas contratam vans que fazem o traslado dos funcionários diariamente dos alojamentos até o local de trabalho. No meu caso, a empresa também oferece para os funcionários vans de passeio que vão para shoppings, parques, praias, etc. Os benefícios dependem da empresa.
Minha dica: se você vai ficar pouco tempo na cidade e quer praticidade sem estresse, a melhor opção é o taxi. Ainda que seja mais caro, a probabilidade de encontrar um motorista legal que ofereça os serviços dele para os outros dias é alta e aí é muito mais fácil negociar um preço camarada.
Para quem vai ficar mais tempo, o ideal é alugar um carro mesmo. Dá mais liberdade e as ruas não são complicadas, então é fácil de memorizar os caminhos e explorar fora da rota turística.
Comida
Tudo depende do lugar escolhido para comer, com a variação nada inusitada de quanto mais caro, melhor.
Há uma infinidade de restaurantes de rua, geralmente de comida indiana, turca ou um mix de cozinhas regionais. Esses lugares são ótimos para um lanche ou um momento aventureiro na culinária local, mas no geral o cardápio varia entre coisas fritas e noodles. Para explorar esses restaurantes com uma chance de sucesso mais alta, peça dicas para os omanis sobre os melhores lugares e experimente o que há de mais tradicional. Eu sou cliente assídua principalmente pelo preço (pago no máximo 3 rials, equivalente a R$25), então ainda que seja arriscado, garanto que não é impossível se surpreender com algo muito bom num lugar que não parece tão bom assim.
Em sentido horário: um wrap com frango, batata frita e uma bagunça de coisas bem temperadas dentro mais conhecido como saroukh (“foguete”); espetinhos de lula e carne bovina com molho super apimentado, normalmente vendidos em barraquinhas na beira da estrada (vulgo churrasquinho de gato) chamadas de mashakeek; uma samosa, pastelzinho triangular com recheios variados; e finalmente karak tea, um chá preto fervido por mais tempo (vem pelando de quente) que pode ser encontrado em qualquer barzinho de rua por aqui.
Nos restaurantes mais legais, que podem estar nos aglomerados comerciais mencionados no item anterior ou dentro de shoppings mesmo, com certeza você encontra opções interessantes e de qualidade. A gastronomia árabe é maravilhosa e os restaurantes locais capricham nos pratos. O mesmo vale para comida turca e indiana — escolhendo um lugar legal, certamente você vai comer bem. O detalhe nesses restaurantes é que facinho você gasta 10 rials (R$80) por pessoa. Vale a pena, mas comer fora não é barato.
As duas primeiras fotos foram tiradas no Semsom, meu restaurante preferido para descobertas da comida árabe. Uma esfiha de carne gigante (lahme bi ajeen), hummus e salada fattoush. A terceira foto é uma knafa, um doce feito com massa cabelo de anjo, um queijo leve e mel.
Dinheiro
Aproveitando o gancho para falar de dinheiro, comecemos pelo básico: em Omã o dinheiro se chama rial (um rial, dois rials) e baesa (equivalente aos centavos). É uma das moedas mais caras no momento (1 rial equivale a aproximadamente 8 reais), o que quer dizer que é fácil se enganar com os números — você paga 10 rials em uma refeição para uma pessoa e pensa, nossa, que barato! Não é bem assim. Fica aqui um conselho aprendido depois de alguns deslizes: sempre faça a conversão para reais antes de comprar qualquer coisa porque o valor engana mesmo. Parece uma dica óbvia, mas de um em um rial o dinheiro voa e é importante ter em mente que as coisas talvez não sejam tão baratas assim.
Turismo
Omã é um país absolutamente fantástico para turistar. Se você quer curtir a natureza e está buscando aquela paisagem de tirar o fôlego: Wadi Shab, Sinkhole e Bandar Khayran superam expectativas.
Se a ideia é um programa mais cultural onde você possa sentir com mais proximidade o impacto da religião e da maneira de ser aqui, duas paradas obrigatórias são o Muttrah Souq e a Grande Mesquita do Sultão Qaboos (que merecem e em breve ganharão posts específicos para cada uma).
Os omanis tem uma relação muito positiva com o próprio país e vão se esforçar para que você tenha uma experiência legal. Omã é considerado o país mais tolerante de todos no Oriente Médio e a receptividade da população é reconfortante nos momentos de choque cultural.
Lado negativo: assim como a comida, o turismo não é barato. Se eu dissesse que é caro, daria a entender que o que você vai conhecer não vale o dinheiro investido, e não é assim. O detalhe é que como tudo de legal que tem para conhecer aqui é mais ou menos longe, você vai precisar alugar um carro ou contratar uma agência de turismo para fazer determinados passeios. É bem mais fácil se você está em um grupo de quatro ou cinco pessoas que podem rachar esse tipo de custo. Sozinho, não é tão simples — ou você paga tudo por conta própria, ou tenta descobrir um omani que tope dar uma carona até o lugar pela hospitalidade da coisa (história verídica) ou encara um motorista de táxi, que vai cobrar menos que a agência. Cada passeio é um pequeno investimento mas se existe algo por aqui com que realmente vale a pena gastar, é turismo.
Omanis
De maneira geral, são educados, cordiais e amigáveis. Vão fazer de tudo para que você se sinta em casa e goste do país — meus colegas daqui não apenas me davam caronas para tudo que é lugar na maior boa vontade como também pagavam tudo quando a gente saía juntos.
Nessas ocasiões eu observei um certo orgulho por parte deles em assumir a conta — uma coisa meio “eu pago porque eu posso”, como se não ter dinheiro para pagar pra todos fosse motivo de embaraço na frente de outras pessoas. Ainda assim, colegas de trabalho que moram no Oriente Médio há mais tempo e já estiveram em outros países dizem que os Omanis são o povo mais humilde e simpático com estrangeiros do Golfo.
A única ressalva que eu faria sobre eles é em relação aos trabalhadores dos países vizinhos — com indianos e paquistanis, por exemplo, realmente não vejo muita solidariedade ou esforço por um tratamento de igual para igual.
Como é ser uma mulher estrangeira viajando sozinha
Uma das minhas maiores preocupações antes de vir para cá era minha liberdade de ir e vir estando sozinha. Zerei a internet lendo todos os blogs que consegui encontrar e ainda assim não me convenci — informações que não batiam e percepções pessoais de cada uma das autoras. Hoje entendo que isso se deve ao fato de que os níveis de conservadorismo variam de região para região, de país para país. Em muitas ocasiões, não há uma regra clara do que deve ser vestido ou de como você deve se comportar; muito vai do quanto você se sente confortável para expor ou arriscar.
O máximo que me aconteceu foi um homem me abordar dentro de um supermercado perguntando se eu estava perdida, se estava sozinha e precisava de ajuda. Eu agradeci a “preocupação” dele e disse que não estava sozinha. Era mentira e eu andei rapidinho para longe de onde ele estava, mas nada mais aconteceu. Moral da história: fique esperta para situações com potencial de risco e sua segurança está garantida. Para quem vem do Brasil, nada de novo: evite entrar em carros com homens que você não conhece, não dê detalhes pessoais para quem não conhece e aqui vai uma específica para Omã — não sorria abertamente para quem não conhece. Até mesmo um sorrisinho amarelo de "bom dia moço do mercadinho" pode ser facilmente confundido com uma abertura para uma aproximação por parte dos homens à qual você pode não estar interessada.
Ainda assim, me senti muito mais segura nas ruas daqui do que em Porto Alegre. Ninguém mexeu comigo e um olhar de cara feia basta para espantar qualquer um que esteja pensando em se aproximar. Nessa parte também percebo algo relacionado à religião. Durante a minha pesquisa online antes de viajar, um dos principais conselhos de mulheres que viajam sozinhas para essa região era fazer um escândalo se alguém passasse a mão no seu corpo ou você se sentisse ameaçada. Isso porque o islamismo não permite esse tipo de comportamento e o homem que é pego agindo dessa maneira se sente extremamente envergonhado (teoricamente, pelo menos) pois está em uma posição de repreensão por parte dos outros "homens de bem".
Vim preparada com várias roupas de manga comprida, lenços e peças que me cobrissem mais. Não é necessário — é bem claro aqui quais mulheres são locais e quais são estrangeiras e não há uma expectativa por parte da população para que as estrangeiras se vistam de determinada forma (exceto nas mesquitas, óbvio). Você não vai ser presa e apedrejada se andar na rua com uma blusa decotada. Tudo bem usar regata ou outra peça que revele mais dos ombros, braços ou colo.
Ainda assim, me senti muito mais confortável quando estava com os ombros cobertos, sem decote, de calça ou saia comprida. Se as pessoas já encaram estrangeiras só por serem fisicamente diferentes, os olhares quando tem mais pele exposta são muito mais frequentes. O alerta que eu daria é para a parte de baixo — raramente vi alguém com short ou saias acima dos joelhos, e não recomendaria ninguém a trazer uma peça assim. Por que gerar um desconforto se é tão fácil ficar de boa com todo mundo?
O mesmo vale para o véu. Não há nenhuma obrigação de tapar os cabelos a não ser dentro das mesquitas. Na verdade, a única que aceita não-muçulmanos é a Grande Mesquita do Sultão Qaboos, então se você for visitar esse local especificamente, aproveite a oportunidade para vivenciar o momento com a intensidade cultural que ele pode proporcionar.
Compras
Nada é muito barato, desde roupas nos shoppings até souvenirs no Souq. Comida, itens de higiene básica e até artigos eletrônicos estão disponíveis com variedade e preço razoável nos supermercados, que são tipo os atacados que temos no Brasil (uma miscelânea de coisas à venda).
Para objetos locais, lembrancinhas e outras tralhas curiosas, vá para o Souq. Se der para visitar o de Nizwa, ainda melhor — dizem que o tráfego de turistas é menor que o de Muttrah, em Mascate, e que os preços seguem essa tendência. No Souq você vai encontrar roupas tradicionais, muitas joias com prata e pedras preciosas, luminárias coloridas, lâmpadas do Aladdin e um montão de outras coisas. Vá com tempo e aproveite para olhar tudo com calma! E vá com paciência para os vendedores: eles são bem insistentes e vão oferecer mil coisas na medida que você vai passando pelas lojas. Nada que um “no, thank you” não resolva, mas ainda assim pode ser um pouco intrusivo. Se você tiver interesse em alguma coisa, prepare-se para ser tratada como realeza (às vezes chega a ser até constrangedor, principalmente se você sai de mão abanando).
As minhas habilidades de barganha ainda estão em desenvolvimento, mas se você oferecer um valor justo, insista nele porque é possível. Mais de uma vez consegui o que eu queria no caminho para sair da loja, quando o vendedor viu que eu realmente não ia comprar por mais. E não aceite nada pelo valor inicial: se você não negociar, certamente vai pagar mais do que vale.
Se você está buscando um shopping, o melhor é o City Center Muscat (que fica em Seeb, não Qurum), que é o maior e tem uma variedade legal de lojas ou o Oman Avenues Mall. As marcas internacionais mais conhecidas estarão em pelo menos um deles, e aqui eu me refiro à H&M e Bershka, por exemplo, nada tipo Dior e Chanel — se essas marcas estão disponíveis em alguma loja física em Oma, não fazem propaganda abertamente.
Vida noturna e socialização
Para quem vem do Brasil, a vida noturna de Mascate pode ser resumida em duas palavras: não tem.
Das quatro festas/bares da cidade, só fui em uma e a impressão que eu tive foi suficiente para me desmotivar a conhecer as outras: todo mundo tomando golinhos dos seus drinks, se olhando, balançando muito discretamente de um lado para o outro e chamando isso de dançar. Posso estar equivocada pela minha experiência sem sal, mas é outra cultura e ainda que essas festas sejam frequentadas por muito mais estrangeiros que omanis, não chegam nem perto do nível de descontração (alguns diriam descontrole) que as festas atingem no Brasil.
Isso pode estar relacionado também ao consumo de álcool. Muçulmanos não bebem e ainda que seja fácil para um estrangeiro comprar drinks em festas, para adquirir garrafas de bebida alcoólica é necessário uma licença especial que a empresa onde você trabalha vai fazer com o governo. Essa licença é como um vale que você troca por uma porcentagem do seu salário (ouvi falar em 10%) e esse é o máximo que você pode gastar com álcool por mês.
As mulheres muçulmanas nunca estão nesse tipo de ambiente — elas só saem de noite para as chamadas “ladies night”, um bar ou restaurante fechado só para mulheres onde o ingresso dá direito a comida e bebida (não alcoólica, claro) à vontade e pista de dança com DJ. Nesse tipo de evento a vibe é bem mais descontraída (elas ficam sem hijab e abaya) mas, ainda assim, termina no máximo às 22h ou 23h. Afinal, "moças respeitáveis" têm uma família para a qual voltar e não há motivos para estarem fora de casa a essa hora. Mais sobre isso em outro post.
Às vezes em que eu mais me diverti foi quando saí para jantar em um restaurante legal e depois tomar um sorvete em algum outro lugar com dois ou três amigos. Um programa mais inofensivo mas menos frustrante que as festas e muito mais confortável (a velhice se aproxima, já posso sentir).
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