Você viaja para acumular coisas ou experiências?

Recentemente fiz uma viagem para os Estados Unidos, país que é visto por muitos como o paraíso do consumismo. Por esse motivo nem me surpreendi quando, ao retornar para casa, a grande maioria das pessoas me perguntou: “O que você comprou?”.

Ninguém queria saber o que eu havia visto, os sabores que havia experimentado, os lugares por onde havia passeado. Tudo que lhes importava eram as coisas que havia trazido na mala.

Quando eu respondia que havia trazido livros, algumas guloseimas e outras lembrancinhas, tudo na mesma mala de 15kg que despachei, recebia outra resposta: “Ah, mas se fosse eu teria voltado com duas malas cheias”.

Pergunto-me silenciosamente: cheias de quê?

Entristece-me saber que, dada a oportunidade de viajar, muitas pessoas não aproveitam para aumentar seu conhecimento e suas experiências. Que, para elas, vale mais o que trazem fisicamente, na mala, do que dentro de suas cabeças.

Já penso que minha mala foi um exagero, pois levei roupas que nem utilizei. Mas aprendi e sei o que realmente levar para a próxima viagem. Acho curioso que muitos não se dão conta ou nem se preocupam com isso. O importante é comprar, comprar, comprar.

Enquanto espero meu voo, fico observando as pessoas no aeroporto, se preocupando se todas suas coisas caberão na mala ao voltar, se sua bagagem não irá se extraviar, se terão que pagar pelo excesso de peso…

Aos poucos vou aprendendo do que realmente preciso e aplicando o ditado: quando mais se viaja, menor é a mala.