Votar, gritar e viajar — dia 3/4/5

Café das sete
Revista Passaporte
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4 min readNov 18, 2022

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Existe um verbete muito importante na vida de uma viajante: café da manha de hotel! Tomado nosso café, olhei pro céu e vi que era real, levamos mesmo o sol pra SP, tomei a decisão: vou pra Santos, ou melhor, vamos, dessa vez eu tinha um companheiro de viagem, Caio se juntou a minha incerteza e veio comigo. Ainda que ele vá gastar boa parte da viagem trabalhando pq não estava de férias. Cada vez programo menos minhas viagens, isso é muito massa, mas já aviso que viagens bem organizadas tendem a ter custos mais baixos e controlados, a não organização sempre provoca um pequeno caos financeiro, que, quando possível eu vou fundo.

É que o fato de acordar e não saber pra onde vou, que horas vou, se vou parar ou não no caminho, onde vou ficar é uma sensação tão gostosa. A vida cotidiana funciona pra mim, numa lógica mais da organizada e a vida de forma geral tem um quê de pragmatismo. Então, quando viajo eu embarco muito bem no clima sem regras e programação certa. Só ir vira a regra única e principal que me guia.

Só vamos galera!

Subimos e descemos as ruas do bairro liberdade, almocinho bom demais e fomos pra Santos, com escritório na praia, chop, pastel e nostalgia. Minha mãe nasceu em Santos, desde pequena eu escuto as histórias sobre a ida e vinda de Santos — sp para Claúdio-mg; várias histórias sobre a vida na cidade dos portos e como eu não dispenso uma passada no mar e um mergulho na nostalgia botei no gps e parti.

Chegamos na cidade, sentamos num bar na orla e por lá ficamos fazendo o que melhor fazemos: mesa de bar, chop e falando sem fim. Por do sol a vista, domingo na praia e procurei um hospedagem ali por perto mesmo, parecia bobagem mudar qualquer vírgula daquele momento. Tava bão demais e a sensação de gratidão começou a vir. Já valeu a viagem!

Juntei dia 3, 4 e 5 porque ficamos todos eles em Santos.

Dia 4 — com fome acordamos, pois, airbnb. Não rolou café, almocei um pf no centro e fui em direção ao centro antigo, outra coisa que eu curto quando viajo é visitar os bairros antigos da cidade, arquitetura comunica forte comigo, eu sinto que tô mais pertencente aquele lugar quando observo o concreto que cerca as pessoas. A ideia não foi tanto ir a praia, mas, curtir uma vibe mais cidade.

Passeio de bonde tava fechado, fica a dica de pesquisar antes, segui pro Monte Serrat, um bondinho que sobe até um antigo cassino da cidade. Muito divetido! (30 paus) Lá em cima um café e uma vista maravilhosa. Esse tipo de rolê também me ganha, vistas boas e do alto trazem no coração aquele sentimento de você é minúscula que eu curto sentir, você um grãozinho de gente no mundo, dá uma sensação de realidade e pé no chão, ainda que vc esteja lá no alto. Pra quem vivi sonhando é sempre bom. Finalizei esse dia com mais um por do sol e chop na praia.

Dia 5 — O destino era o Áquario de Santos e uma passadinho na rua que minha mãe nasceu e morou, no caminho avistei um teleférico e taí uma coisa maneira (pra quem não tem questões com altura). Baixei uma playlist do Charlie Brown e o dia ganhou uma trilha. Mais uma vez curtindo uma vista do alto, uma passadinha na Rua Jurubatuba, vi os peixinhos e pinguins; vila belmiro, um pulo no mar de Santos, que não é muito legal, mas eu não resisto a água e dei meus mergulhos. E tchau Santos, bora cidade das plantas.

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Café das sete
Revista Passaporte

Por Helena Merlo. MUITOS erros de digitação pq eu escrevo na fritação do sentimento! CATARSE. "A arte é uma confissão de que a vida não basta" F.Pessoa