Votar, gritar e vijar — dia 7/8

Café das sete
Revista Passaporte
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4 min readNov 21, 2022

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Das flores pras flores. Existem três momentos que não quero esquecer desses dias no monte, vontade de guardar as sensações num potinho, já que não posso, vou escrever. A primeira delas é no carro, na estrada a noite, a caminho da cidade, ouvindo Toro y Moi bem alto, as luzes dos postes e dos prédios se conectando com as notas musicais, energia lá no alto. Em seguida uma subida eterna no completo breu, curvas e mais nada. Cheguei em Monte verde, vibrações com o quarto que era de patroa e pós essa experiência musicalmente lisérgica, cai na cama e dormi.

Monte Verde é conhecida por ser um destino de casais, tudo muito romântico, fondue, lareira, hidro, friozinho, chocolate quente; e também por ser uma cidade de turismo na natureza, trilhas e muito entretenimento no mato. Eu decidi passar lá porque era uma das cidades que passava na famosa linha azul do maps quando coloco mg>sp. As hospedagens lá tem toda uma pompa de riqueza, então o quarto mais barato que consegui já era um sucesso.

Dia 7 — Fiz a trilha da Pedra Redonda (35,90 paus - precisa agendar), 90 minutos de subida, não é das mais puxadas que fiz, achei tranquila, mas não é fácil. Lá em cima uma vista das boas, sentar na pedra e ficar curtindo o vento na cara está entre minhas coisas preferidas da vida. Silêncio absoluto. Sensação de ultrapassar seus limites corporais e de que você está viva e é um organismo vivo que está completamente ligada aquele lugar é muito forte.

De tarde um passeio de quadriciclo e mais um momento que não quero esquecer, vou descrever como: crise de risos em cima do quadriciclo, já dá pra eu lembrar que chorei de rir tentando entender como funcionava o carro, rolezão muito divertido, certamente se eu fosse rica saíria desse passeio e compraria um quadriciclo no mercado livre (rs). Não sendo eu sai de lá felizona. E foi basicamente isso que fiz na cidade.

Um passeio lá pela rua principal e queria terminar o dia chapando de cerveja, mas, lá é tudo muito caro, não rola, mas rolou uma cerveja de leves e um rodízio de fondue, ouvindo uma mistura de sapos no lago e Roupa nova que uma banda tocava ao vivo. No caminho tinha uma mansão sinistra de grande que na frente tinha um gramado com uns bancos, sentamos lá pra curtir um pouco o breu, coloquei Vienna de Billy Joel pra tocar, pois, tinha pedido ela pro moço do restaurante e ele não conhecia. Essa é uma das minhas músicas preferidas da vida. Num exato momento eu e Caio olhamos pro céu, que estava estrelado e vimos uma estrela cadente. Cutuquei Caio e perguntei: caralho, cê viu isso ou eu to chapada demais? E ele respondeu: vi, uma estrela cadente né!

Dia 8 — No dia seguinte, eu resolvi dar um pulo na psicina do hotel antes de ir embora, não é que tivesse calor eu precisava dar uma refrescada, tava meio frio e eu decidi que queria um mergulho, estava tão gelada a água que eu consegui dar um mergulho e sair em seguida, um tempo no sol, outro mergulho e sol e pronto, não conseguia ficar lá dentro, pior que cachu, mas a água pra mim é vida, eu preciso, eu me encontro e me conecto comigo mesma de uma forma muito forte.

Baixei uma playlist de engenheiros e cantando parti para próxima parada.

Menção honrosa pro CAFÉ DA MANHÃ! Puta que pariu é o que tenho a dizer. Fiquei na pousada Jardim Monte Verde.

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Café das sete
Revista Passaporte

Por Helena Merlo. MUITOS erros de digitação pq eu escrevo na fritação do sentimento! CATARSE. "A arte é uma confissão de que a vida não basta" F.Pessoa