Tudo tem um começo
Um breve história de como conheci o empreendedorismo e me tornei um empreendedor com a criação da Terra Verde.
Julho de 2011. Era uma tarde quente, em meio a centenas de estudantes, desenvolvedores e professores reunidos em Natal-RN. Naquela ocasião, acontecia o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação — CSBC (que em 2015 vai acontecer em Recife, junto com a Campus Party), o primeiro evento de porte nacional que participei. Aquilo tudo já era fantástico demais. O networking, os projetos, as palestras. Foi tudo muito transformador. E naquela tarde algo me chamou atenção.
No painel sobre inovação um cara começou a falar. O nome dele era Silvio Meira, professor da UFPE. Seus 20 minutos foram perturbadores quando falou de inovação e meios para transformação da vida das pessoas através de conexões. Não vou dizer que quis abrir uma empresa a partir dali, mas um sentido novo se abria para o que eu estava fazendo como estudante de Engenharia de Telecomunicações no IFCE. Algo tinha mudado em meu pensamento.
Meses depois, saí do laboratório de pesquisa onde trabalhei com projetos de sistemas digitais em FPGA para um estágio na EIM Instalações Industriais. Ali ganhei meus primeiros conhecimentos em gestão de negócios. Tive experiências incríveis tanto no escritório quanto nas obras espalhadas no Ceará e em Pernambuco. As reuniões de diretoria eram uma sala de aula fantástica. Lá ganhei meu primeiro mentor, Nivaldo Teixeira, sócio da EIM. Pensar macro, visão de longo prazo, melhoria contínua, cuidado com as pessoas. Inovação do chão de fábrica até processos de gestão à vista. Foram 5 meses incríveis, só tenho a agradecer.
Desde então, conversando com a Tatiana Lourenço, publicitária, sobre seus trabalhos de faculdade e alguns freelas, amadurecemos a ideia de escalar aqueles projetos. Queríamos montar em empresa de comunicação, mas não uma agência de publicidade. O lado jornalístico também não era o caminho que desejávamos. Então, começamos a pensar design. Era nossa primeira empresa, o lógico era enxergar quem se destacava e dominava esse mercado, localmente, nacionalmente e os gigantes mundiais. Benchmarking e estratégia eram as palavras.
Os primeiros trabalhos eram feitos em casa, e nas bibliotecas das nossas universidades, a UFC e o IFCE, ambos clássico bairro do Benfica, em Fortaleza. Eram tardes frenéticas, agoniadas, cheias de ação, vontade e boas expectativas. Um belo dia outro grande mentor cruzou nosso caminho. Wally Menezes, professor de engenharia, nos informou que ele tinha uma sala num bairro vizinho e a mesma estava vazia. Ele então resolveu nos emprestar o espaço. OMG! OMG! Ali foi o nosso primeiro cantinho. =) . Por quase 2 anos aquela salinha abrigou nossas atividades. Por isso e mais, serei eternamente grato. Aquilo tudo for primordial para alavancar nosso projeto e melhorar nossas operações.
Nesse começo, ao passo que vendíamos os primeiros projetos para empresas de amigos e conhecidos, fomos montando um modelo que pudesse trazer profissionalismo, produtividade e cuidado. Eu tinha 21 anos e Tatiana, 19. Isso poderia ser um problema, e o medo de errar era evidente para nós. Negociar com outras empresas e apresentar projetos que mudariam o perfil de vários negócios não foram tarefas fáceis, e ainda não são. Nada que uma business life 24/7 para poder curar esses receios de quem estava começando. Imersão foi a solução para tirarmos nossas próprias objeções e ganhar uma força e resiliência inabalável. Paixão e Garra era nosso lema, e ainda é.
Chamamos o Addison Araújo para compor a equipe. Ele se tornaria sócio 1 ano e meio depois. Nossa missão era transformar o modo como as empresas pensavam sua comunicação e relacionamento com clientes através do design. O lúdico tinha que se misturar com o estratégico para tornar as marcas encantadoras e lucrativas.
Pés no chão, cabeça nas nuvens. Raízes no solo, folhas ao vento.
Com esse conceito nasceu a Terra Verde, empresa de design baseada em Fortaleza. A temática era de terras medievais e seres mágicos. Levamos esse ludismo na abordagem da marca e experiência dos clientes. O nome, nasceu da analogia que somos uma terra de ideias, fértil, onde nós somos os guerreiros bravios que entregamos esses bons ares e fertilidade para outras terras aliadas, nossos clientes e parceiros.
Com trabalho duro e constantes, avançamos por outras terras e alcançamos clientes em Pernambuco, no Piauí e no Rio Grande do Sul. Em 2013 nos tornamos associados da ABEDESIGN — Associação Brasileira de Empresas de Design, o que nos permitiu aproveitar de eventos, visitas e benchmarking muito mais qualificados.
Isso começou há mais de 3 anos. O caminho a seguir ainda é longo mas a vontade é sempre maior. Sinto que a aprendizagem validada nesses processo foi gigantesca. Deixar de atuar na engenharia para me dedicar a gestão de uma empresa de design, não foi uma decisão fácil. Depois de muitos livros lidos, revistas, reuniões, projetos pra lá e pra cá, erros e acertos, pude fortalecer e ter mais certeza do caminho que escolhi. O começo está sempre surgindo em cada novo desafio que nos colocamos para tornar essa empresa um lugar encantador, de parcerias estratégicas, e voltado para experiências de crescimento e transformação, para todos que quiserem passar por aqui.
Meu desejo é compartilhar esse e outros pequenos aprendizados para quem quiser empreender e também já estiver nessa estrada.
As regras não estão escritas, e acredito que quando nos misturamos, coisas incríveis acontecem.
Oi, se você leu até aqui, fico muito feliz, obrigado! =) Depois de 5 anos, voltei a escrever! Uhhoouuull… Espero que tenha gostado. Vou continuar a compartilhar experiências com você escrevendo um pouco mais sobre empreendedorismo e meios para desenvolvimento de negócios. Até a próxima!
