3 acertos de “O Mundo Sombrio de Sabrina”

Pedro Vinícius
Pedro Vinícius
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4 min readOct 31, 2018
Foto: Reprodução/Netflix

O tão aguardado reencontro do público com a bruxinha adolescente, Sabrina Spellman, finalmente aconteceu no último dia 26 de outubro. Agora seguindo os novos caminhos traçados pelos quadrinhos de “The Chilling Adventures of Sabrina”, que são adaptados pela série. A produção traz um tom mais sombrio e aterrorizante à vida da protagonista.

Um universo totalmente distinto daquele introduzido pela saudosa comédia dos anos 90 (e isso não é ruim).

1. Metade bruxa, metade mortal

Baseado no dilema da personagem em tentar balancear o seu lado humano (escola, amigos, namorado) com as peculiaridades de ser uma bruxa, o arco narrativo desse primeira temporada é muito bem executado. Apesar do conflito principal não parecer tão bem definido no decorrer dos episódios, os problemas em que Sabrina é exposta são construídos especialmente para o desenvolvimento e amadurecimento da personagem.

O episódio em que Sabrina performa um exorcismo assim como em outro quando um ritual de ressurreição é feito mostram a tentativa de fazer com que as suas habilidades mágicas também sirvam a favor da sua vida mundana e que uma não fira a existência da outra.

Apesar de que muitas vezes a imaturidade e inconsequência de uma adolescente no florescer dos seus 16 anos possa causar problemas, esses episódios moldam e desenvolvem o amadurecimento da jovem bruxa tanto com os seus feitiços quanto com seu relacionamento com os outros personagens.

2. A mitologia da série

A bruxaria ligada ao satanismo pode não agradar alguns, mas é bastante explorado na história. Lá pelo fim do quarto episódio já é possível estar habituado as particularidades da Igreja da Noite e do Lorde das Trevas.

Toda a parte da vida de bruxa de Sabrina é baseada nessa relação, desde a devoção das tias Hilda e Zelda à igreja até a Academia de Artes Ocultas (com direito a uma estátua de satã no seu corredor principal) o tom sombrio e oculto é mantido na série.

Enterrar alguém no quintal, enfrentar um demônio ali e acolá, se preparar pra um ritual de canibalismo tornam-se situações rotineiras e nos deixam cada vez mais envolvidos com o universo proposto.

Esses momentos são muito importantes também para mostrar uma Sabrina mais vil e sombria sem deixar de lado o jeito bondoso e meigo característico da personagem.

E isso também se estende com aqueles personagens que fazem parte da vida humana da protagonista o que contribui ainda mais para a extensão dessa mitologia e mostram como a bruxaria afeta as relações humanas e vice-versa.

3. Sabrina é uma jovem dos dias de hoje

E não poderia ser diferente. Mais de 20 anos depois da estreia da primeira adaptação televisiva dos quadrinhos de Sabrina, os movimentos sociais e o encorajamento da independência da mulher se mostram cada dia mais necessários e tomaram grande força.

Sabrina sabe se impor e mostrar a sua opinião perante as situações que lhe incomodam tanto que se recusa a ser batizada na Igreja das Trevas e consequentemente ficar a mercê dos comandos do Lorde das Trevas e perder a sua liberdade e o contato com aqueles que ela ama.

Além de defender a sua melhor amiga dos valentões do colégio e iniciar um clube de resistência feminina para ajudar todas as meninas que sentissem de alguma forma ameaçadas e inseguras no dia a dia escolar.

Ainda é possível enxergar esses posicionamentos em pequenos detalhes no decorrer da história. Certíssima!

Esses só são alguns exemplos que comprovam todo o potencial da nova série da Netflix. A primeira parte termina de uma maneira excelente para encaminhar a personagem para novos rumos e explorar outras possibilidades na personalidade e no mundo bruxo da personagem. É esperar para ver!

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