(Foto: Glenn Harvey / The New York Times)

3 coisas que a quarentena me ensinou sobre Home Office

Artur Haddad
Pelando

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A pandemia do coronavírus forçou o mundo inteiro a se adaptar a uma nova forma de viver em sociedade. Máscaras, álcool em gel e papel-higiênico se tornaram prioridades da noite pro dia (este último me deixa intrigado até hoje), as ruas ficaram vazias e muita gente passou a trabalhar de casa.

Para uns foi a primeira experiência com Home Office, para mim não. Eu já havia trabalhado nesse formato por um curto período e quando a quarentena começou eu pensei… vai ser easy. Afinal, não perder tempo com o trajeto até o escritório, jogar Dota na hora do almoço e fazer reuniões no conforto do sofá são ideias tentadoras.

Com o tempo, os problemas mostraram que nem tudo são flores. A falta de comunicação entre o time, internet ruim, dores no corpo e solidão são só alguns exemplos. Olhando pra trás, vejo que grande parte desses problemas poderiam ter sido evitados e é isso que vou abordar nesse artigo.

Comece pela estrutura

O primeiro passo para trabalhar em casa é assegurar que você tem as ferramentas necessárias para executar seu serviço sem interrupções. Não é à toa que as empresas investem em equipamentos, conforto e ergonomia: o bem-estar do funcionário está diretamente ligado à qualidade das entregas.

Muitas empresas estão fornecendo os equipamentos de escritório para seus funcionários trabalharem em casa durante a pandemia, então antes de comprar equipamentos novos, verifique se sua empresa os fornece.

Os primeiros itens que você deve conferir são:

  • Computador
    Suficientemente bom para entregar as tarefas designadas.
  • Internet
    A comunicação depende disso. Pro time se manter produtivo e alinhado é fundamental que todos tenham uma boa conexão. O site Melhor Plano pode ajudar a encontrar a opção ideal.
  • Cadeira ergonômica
    Eu pensava que não fazia tanta diferença até usar uma cadeira boa diariamente. Minha lombar e meu humor agradecem muito.
  • Mesa
    Se possível, é bom ter uma mesa específica para trabalhar. Estudos mostram que a separação entre espaços de trabalho e relaxamento dentro de casa é benéfico tanto para produtividade, quanto para o descanso.

Casa viva, mente viva

Desde que passei a morar sozinho minha casa se resumia a paredes brancas, um sofá e eletrônicos. Nunca me incomodou muito pois eu trabalhava fora, saía cedo e chegava em casa só à noite.

Com a quarentena isso passou a interferir no meu bem estar pois, passar o dia inteiro em um ambiente “sem vida” dá a impressão de estar no loop infinito de um episódio de Black Mirror.

Ainda mais em isolamento social. Somos seres sociais e viver em isolamento dá uma sensação esquisita de perda de propósito. Por isso é importante se conectar à vida, mesmo que em nossa bolha isolada.

Zequinha e suas companheiras

Duas soluções muito boas para dar vida ao ambiente são bichos e plantas. É incrível acompanhar a evolução diária de outros seres à nossa volta.

Ser responsável por cuidar de outra vida e vê-la crescer de forma saudável, quase que te agradecendo. Parece papo tilelê, mas foi o que me salvou de surtar e me fez conseguir recuperar meu foco para trabalhar em paz.

Arrume sua cama

Uma rotina bem definida nos ajuda a economizar muita energia diariamente pois assim não temos que tomar cada micro-decisão ao longo do dia. O cérebro executa os hábitos naturalmente, otimizando nosso tempo e esforço.

É o poder do hábito.

No trabalho presencial, a rotina é quase que automática pois uma ação leva a outra:

  • sair cedo pra trabalhar te faz arrumar a cama e se higienizar
  • o horário de almoço do time te faz almoçar mais ou menos na mesma hora
  • o descanso de tarde geralmente é no mesmo horário com um colega
  • o horário de dormir se regula pelo horário de acordar
Começando um hábito novo

Pensando nesse ciclo (de um hábito levar a outro) é muito interessante do ponto de vista de bem-estar começar o dia executando um hábito pois, assim as chances de continuar essa sequência e ter um dia saudável aumentam muito.

Uma das coisas mais difíceis do Home Office é seguir uma rotina. São muitas possibilidades de distração, não tem ninguém vendo seu trabalho e é comum se pegar almoçando às quatro horas da tarde.

Eu e meu cérebro quando estamos atarefados

Segundo o psicólogo Jordan Peterson, na “era da distração”, nossa desatenção com nosso ambiente privado (casa, quarto, canto) aumenta as taxas de ansiedade e depressão. Sendo assim, meu conselho é que o primeiro hábito do dia seja arrumar sua cama. É o que tenho feito ultimamente, começo o dia com uma pequena sensação de vitória o que me empolga inconscientemente a continuar.

Esses são 3 aprendizados que tive nos últimos meses. Gostaria muito de ouvir outras experiências. Se tiver alguma, comente aqui embaixo pra gente trocar figurinhas ;)

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Artur Haddad
Pelando

Desenvolvedor, apaixonado por jogos desde que me entendo por gente.