Vanessa Perroni
Pelas Frestas
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2 min readNov 28, 2017

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Da série: “Carta a um Eu pretérito”

A vida me dando deixas e abrindo brechas… e eu que adorava tanto olhar para as rachaduras das casas e imaginar suas histórias… insisto em correr para o canto confortável do pensamento.

Ali… de castigo! Como uma criança que não dançou conforme a música.

É delicioso enxergar a realidade e andar por ela.

Mas recuo.

Grito isso enquanto te aperto em meus braços, minha pequena.

Fujo… como você sempre fez para escapar das mãos e lugares que te invadiam e sujavam.

Vão descobrir meus pecados e minha imundice, era o que você pensava. E é o que penso em muitas situações até hoje. Fica aqui no meu abraço para eu te mostrar, e me convencer, que tudo passa e nada é definitivo.

Sujas são as pessoas que violaram sua inocência e fizeram você acreditar que não valia nada. Estamos discutindo valor em uma sociedade onde tudo se baseia no preço das coisas. O quanto vale!

Você não é suja! Está ouvindo? Está tudo bem, mesmo quando não parece.

Baixinho digo pra mim mesma que vai ficar tudo bem.

Às vezes aproveito as brechas e retomo as rédeas da minha vida… mas logo elas escapam..

Na verdade eu as solto, por incapacidade ou medo de errar.

Incapaz! Te fizeram acreditar nisso minha menina. Incapacidade; força de vontade; saiba tudo ou não valerá de nada um parco conhecimento; seja a mocinha delicada; se deixou uma vez não tem direito de dizer não na próxima.

Foram muitas pressões… e continua sendo. Mas lembre, você cresceu e tem a mim, a nós! Vamos juntas. E que ninguém nos cale!

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Vanessa Perroni
Pelas Frestas

Jornalista apaixonada por histórias, pessoas e o cotidiano. Leva a vida como uma grande experiência, e prova tudo com colheradas bem cheias!