Contos curtos I

Doutor Pedro

Pedro. Doutor Pedro. Excelentíssimo Dr. Pedro Afonso Paranhos de Albuquerque: era esse seu nome. Agora jazia ali, morto na cama, fruto do que parecia um ataque cardíaco fulminante após um bom par de horas de prazer. Sua amante — se é que se pode chamar assim uma menina de 17 anos — não sabia o que fazer. Decidiu ir embora do hotel como se nada fosse. Fechou a porta e não olhou para trás. Já se passaram 10 anos e ela nunca mais pensou no assunto.

Maria Dora

Maria Dora era bancária. Pessoa correta, direita. Passava na feira todos os dias na volta do trabalho. Mas não naquela sexta radiante de verão: tinha decidido que iria com as amigas tomar uma cerveja no happy hour. Nunca mais voltou para casa, deixando filhos e marido profundamente consternados. Depois de um mês do desaparecimento, seus familiares organizaram um protesto clamando por menos violência na cidade. Atualmente, Maria Doria atende por Pedro e é, enfim, feliz.

Sentimental

Perdoe-me por ser lacônico, mas assim sou eu.

Fim.