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Alexandre Klaser
Versos em Suspensão Oral
1 min readJan 2, 2016

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Amo-te
Amava-te
Amei-te
Amamo-nos…
Nos amamos?
Não
Nunca
O que fizemos foi cavar buracos
Em minha alma
E minh’alma puída ouvia
O vento que uivava
Do fim da tarde
Negra
E a chuva, como sempre
Chovia com a pressa
Dos compromissos urgentes
Choviam as lágrimas
De minh’alma
Que sem pressa morria
Porque morrer era viver
Como eu queria
Como podia, desnecessário
Dizer o que passou
É dizer que não pensei
E não soube agir
Não… Nem nunca soube
E dizer que não pensei
Porque soubera que pensar
Impedia de agir
O sofrer e os buracos em minh’alma…
E o fim acabou mais cedo
Perdido em buracos
Que são já muitos,
Já foram menos
E na alma, hábito roto
Ainda há
Com pesar que o digo,
Espaço para mais buracos
Que virão, mesmo que não se queiram
Mesmo que eu jure que não os queira
Serão meus e não teus
Os meus buracos
Buracos meus de minh’alma
Que não me pertence mais…
Adeus alma!

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