ouvir, pensar, não falar
Dizem que falar é fácil. Talvez seja.
Não vejo dificuldade em emitir sons, quaisquer que sejam estes sons. É, talvez falar seja fácil e o difícil seja criar diálogos sustentados com base em uma razão, mesmo que irracional e surreal. Mesmo que sem sentido algum ainda faça sentido para os interlocutores desse 'papo'.
Falar não é fácil. Grunhir é. Emitir sons é.
A medida que entramos em uma conversa, algo que requer atenção de todas as partes - independente de você ser o debatedor ou o mediador - o causo de cada caso se complica. Se forma e se descontrói em argumentos, não importa se válidos ou inválidos, mas sim que funcionem como máquina motora dentro dessa temática.
Ouvir não é fácil. Prestar completa atenção, muito menos.
Enquanto falamos, não costumamos ouvir. Emitimos, muitas vezes, o produto de um pensamento pífio e não regrado. Algo construído tão bem quanto uma praia sem areia. Não faz sentido. A construção da fala sem o pensamento é irracional, irreal, imoral. Feia e desconexa. Poderia ser melhor. Sempre pode ser. Mas não é.
Creio que seja melhor ouvir. Sempre ouvir. Muitas das vezes, apenas ouvir e não falar. Emitir opinião sobre todos os fatos é chato, sem graça, não é desafiador. O desafio está em formar opiniões sensatas e consistentes - diferente dos sons emanados de uma fala sem pensamento.
Não importa a reflexão, a consequencia. Talvez a consciência faça sua parte e construa fatos mais elaborados, mais interessantes e menos falhos.
Não falar talvez seja um passo. Ouvir, outro. Mas pensar sempre será o triunfo de cada ponta da construção de um conhecimento sensato. Racional ou emocional tanto faz, desde que pensado e não apenas falado..