Jumbo Djam
m’encaro nu mentalmente
minh’alma posta sob a cadeira
uma luz vermelha cria minha silhueta
a cidade é uma fera faminta
felina que espreita o luar
luar que bronzeia meu olhar
suo frente à pia
ó conjunto molecular
todos compostos
em greve supostos
gritos
me tomam a língua
a bebida pinga
no teto da boca
respinga
resposta
posta de lado
te alago
fraturo tua sombra
para que apenas uma me acompanhe
o resto me’stranhe
o fluxo constrange
crack e celular
avenida paulista
tacaram fogo
tacaram ao mar
feriram sem pensar
quem é que reside por trás do osso
que osso é esse que afunda o poço
onde ninguém mais iria estar
num soluço eu tusso
num espirro me ponho a chorar
se as estrelas me fizeram desta maneira
como posso eu deixar de contestar?
esta vaga existência