Oh, LASQUINHA DE MIM
Às vezes eu esqueço tanto de mim
Esqueço que sei fazer nó, do nó virar arte
Mas nesses dias que me perco
cada puxada da agulha fere um pouco a carne
Eu não consegui definir ainda assim
Se eu me costuro ou me desmancho
Esqueço que as palavras se conectam também como nó
como gancho, como roda de ciranda
e simplesmente não sei mais como dançar
como, aliás, nunca soube
de malsucedidos que foram meus tchans
O que sei de mim, é que sempre fui dura feito pedra
Combinando signo de fogo, mutável,
portanto, comemoro ser advento geodo.
E assim que me fragmente a casca,
vocacionada a virar talismã
por dentro cristal, por fora lodo
Escorrego e quebro, me mostro
e dou pra cada um uma lasca.