Papéis e lembranças
Usar papel era sua arte preferida
Experiências, e construir a sua vida
Quando cresceu, não entendia os arredores
Quando criança, criticava os maiores
E o pensamento muito forte nele bateu
E percebeu que o que era seu agora já morreu
No lixo da cidade achou todos os sonhos da sua vida
Que esqueceu de salvar, anotar, reconhecer firma
Falta
alguém que possa dizer
porque não tem ninguém para responder
O momento certo mostrou que as recordações
Podem voltar como novas emoções
Riscadas no roupeiro ou feitas em papel
Assine de tudo antes de ir para o céu
Tente que mudar então a ordem do sistema
Você vai ver, não é um simples teorema
Tente manter os papéis em ordem
Mesmo que eles façam, desfaçam, mandem, desmandem
Ele só queria tocar em tudo o que fez
Tirar essa cadeia de plasma da frente do seu nariz
Levar seus sonhos na mochila e dentro da alma
Rodeado de lembranças materiais, isso lhe acalma
Ele quis fugir de todas essas telas
e acabou num quarto escuro sem sua aquarela
Sua Torre de Babel tem um homem apenas
Não quis brigar com Deus, não quis arrumar problema
No fim das contas, nunca soube o motivo
Sociedade, pessoas ao redor, trabalho ou seu fraco juízo
Quem vai assumir pastas vazias e folhas em branco
Ano-novo após ano novo
Não foi libertador dizer nunca mais
Assumir perder suas memórias não ser mais capaz
Mas então o que restou para não ficar parado
Viver sem lembrar do que foi indigente legalizado
