The Invitation (2015) — Karyn Kusama
Suspense mal executado, é suspense pela metade
A diretora Karyn Kusama tem um problemático histórico com os trabalhos que acaba se envolvendo. Calhou de entrar em alguns projetos que foram um fracasso e por isso ficou transitando no limbo, até poder, de forma independente, fazer esse seu The Invitation, que se põe como um suspense daqueles clássicos. Como todo filme de gênero, Kusama preocupou-se bastante em saber como usar e reler algumas técnicas definitivas dessa forma de narrativa. Por isso a história do encontro de vários amigos que não se viam há alguns anos na isolada casa de um deles, anfitriã essa que teve um filho com um dos convidados dessa noite. Entre os amigos, dois desconhecidos, que são amigos do atual parceiro da anfitriã. Will, vivido por Logan Marshall-Green, percebe que há alguma coisa diferente naquela festa ali — um vídeo de uma filosofia estranha de vida apresentado para todos, o atraso mal explicado de um dos amigos, alguns estranhos olhares trocados, uma porta trancada e alguns gestos falsificados demais. Então o expectador entra no clima desconfiança de Will e tenta perceber as nuances que se passam na tela — como todo filme de suspense que se preze tem que fazer. Os aspectos sombrios dos espaços, a fotografia que demarca a posição de importância dos personagens, tudo competentemente bem usado por Kusama.
Porém, o filme não passa de uma produção de média relevância. Não vai muito além na psicologia dos personagens, desliza algumas vezes em saídas óbvias — como o caso do amigo atrasado -, assim como também não explora bem o poder do expectador de desconfiar por razões melhores do que está acontecendo ali. Mas tem seus bons momentos, algumas das discussões que levanta são bem pertinentes — até onde é necessário ir para poder seguir a vida sem os fantasmas do passado? Por isso seria injusto dizer que o filme de Karyn Kusama é ruim, mas não cumpre com nem metade do que parece prometer.
The Invitation (2015)
País: EUA
Diretora: Karyn Kusama
Roteiristas: Phil Hay & Matt Manfredi
Nota: 3/5
