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A música em 1965

Kaluan Boarini Bernardo
Perdidos No Ar
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3 min readJun 18, 2016

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Começo aqui um pequeno projeto pessoal. Quero resgatar a evolução da música pop contemporânea ouvindo os principais discos de cada ano. De tempos e tempos, farei uma playlist com as músicas que considerar mais relevantes ou tocantes daquele ano.

1965 foi um ano revolucionário.

John Rooney/AP

Cassius Clay nocauteou Sonny Liston em pouco mais de 2 minutos, com um golpe tão rápido que poucos viram.

Três meses antes, seu mentor espiritual e importante militante negro, Malcolm X, foi assassinado.

Em novembro daquele mesmo ano, os EUA invadia o Vietnã em uma das guerras mais cruéis da História recente.

O episódio, mais tarde, ajudaria Cassius Clay transformar-se em Muhammad Ali.

Horst Faas/AP

No meio de toda essa convulsão nos Estados Unidos, John Coltrane dedicava A Love Supreme, sua obra-prima, a Deus. Horace Silver dedicava uma de suas mais belas músicas a seu pai em S

Otis Redding e Nina Simone chegavam a seus ápices com Otis Blue e I Put a Spell on You. E, definitivamente, com músicas como My Girl, havia por que Feeling Good.

Sob esse mesmo feitiço, Robert Allen Zimmerman, mais conhecido como Bob Dylan, lançava Highway 61 Revisted — abrindo com o icônico solo de Hammond em Like a Rolling Stone e fechando com a jornada noturna de Desolation Row.

Na Inglaterra, outras pedras rolavam. No ano da morte de Winston Churchil, os então novatos dos Rolling Stones mostravam para o mundo sua eterna busca por Satisfaction.

Os Beatles começavam a mudar para sempre a história da música com Rubber Soul, falando sobre alguma Girl chamada Michelle, enquanto apresentavam melodias completamente inovadoras. No mesmo ano, ainda pediriam um Help para mudar suas carreiras. Afinal, os Byrds vinham aí com Mr. Tambourine man e Turn! Turn! Turn!

Mas ninguém resumiria melhor o zeitgeist da época do que Keith Moon, John Entwistle, Roger Daltrey e Pete Townshend com My Generation.

No Brasil, também surgia uma nova geração — reprimida pela ditadura. Um ano após o golpe de 1964, enquanto Astrud Gilberto e Moacir Santos conquistavam ouvidos gringos, importávamos para cá os sons dos britânicos com a Jovem Guarda.

Erasmo Carlos lançava sua estréia, Wanderleia era só hits com sua Ternura, enquanto Roberto Carlos lançava seu primeiro disco com a Jovem Guarda.

Nesse ano, ainda tivemos bons discos das Shangri-Las, Paul Simon, Renato e seus Blue Caps, Sorrows, Sun Ra e Sonics. Você pode ouvir tudo isso na minha playlist logo abaixo. Vem junto.

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Kaluan Boarini Bernardo
Perdidos No Ar

Jornalista, professor de jornalismo, mestre em comunicação, profissional de marketing.